Ministério Público reabre investigações sobre morte de Vladimir Herzog

A decisão acontece após o Brasil ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por não investigar e punir o crime

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  • Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2018 às 18:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

As investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog foram reabertas pelo Ministério Público depois que a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por não investigar e punir o crime, informaram, ontem, membros do MP em São Paulo. 

Antes, em 2009, uma investigação anterior do Ministério Público sobre Herzog foi arquivada com base na Lei da Anistia.  O MP tomou essa posição após duas condenações do Brasil pelo tribunal de direitos humanos. A primeira foi em 2010, pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha no Araguaia, a segunda agora, sobre Herzog.

“Crimes cometidos por agentes do estado fizeram parte de um ataque sistemático contra a população. São crimes de lesa humanidade. Isso foi confirmado pela sentença da corte. Por isso, esses crimes não são suscetíveis à prescrição e à anistia”, anunciou o MP. 

Além disso, o Ministério Público propôs 36 ações penais em diversas regiões do país sobre diversos casos de repressão.  

Vladimir Herzog morreu em uma cela do Doi-Codi, órgão da repressão do governo militar. A versão oficial disse que o jornalista cometeu suicídio ao se enforcar com um cinto.  No entanto, várias evidências apontaram que o jornalista foi torturado e morto por agentes militares.  

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