Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 23 de agosto de 2025 às 17:46
O pianista brasileiro Miguel Proença morreu no Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (22), aos 86 anos. Consagrado como artista expoente da música clássica, ele também ocupou o cargo de presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte). A causa da morte não foi divulgada. >
Miguel Angelo Oronoz Proença nasceu em 1939, em Quaraí, no Rio Grande do Sul. Ele se formou na Escola Superior de Música de Hannover, na Alemanha, e construiu uma carreira dividida entre os palcos, a sala de aula e a gestão cultural. Foi professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade de Música de Karlsruhe, na Alemanha. >
Entre 1995 e 1998, atuou em parceria com a Capes na concessão de bolsas de estudo para brasileiros em diferentes países, ajudando a ampliar as oportunidades de formação musical no exterior. >
O talento de Proença foi reconhecido ainda cedo. Em 1972, o Estadão publicou uma crítica que elogiava sua técnica e virtuosidade no piano. Com o tempo, amadureceu seu estilo e consolidou sua reputação como um dos pianistas mais respeitados do país. >
Na vida pública, assumiu a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro entre 1983 e 1988, ao mesmo tempo em que dirigia a Escola de Música Villa-Lobos. Já na década de 1970, defendia que a música deveria chegar a mais pessoas e buscava aproximar a arte do grande público. >
A passagem de Proença pela secretaria foi curta. Mais tarde, ele disse acreditar que sua defesa da atriz Fernanda Montenegro, alvo de ataques na época, contribuiu para sua saída do cargo. O episódio reforçou sua imagem de artista engajado e defensor da classe cultural. >