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Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 11:46
- Atualizado há 2 anos
“Somos um partido ou uma seita?”. A pergunta consta em um trecho de uma carta histórica enviada ontem pelo ex-ministro Antonio Palocci, que ocupou as pastas da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma, à direção do Partido dos Trabalhadores (PT). Palocci pediu desfiliação da legenda.>
“Somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade? Chegou a hora da verdade para nós. De minha parte, já virei essa página”, diz Palocci, na carta endereçada à presidente da legenda, a senadora Gleisi Hoffman, e que chegou ao partido no dia em que completa um ano de sua prisão pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.>
Ele também diz que sabia que “seria difícil passar por tantos desafios políticos sem qualquer desvio ético”. O ex-ministro, interrogado em 6 de setembro pelo juiz federal Sérgio Moro, rompeu o silêncio e incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu antigo parceiro de legenda.>
Palocci acusou o ex-presidente de ter fechado um “pacto de sangue” com a Odebrecht em troca de uma superpropina de R$ 300 milhões para seu partido e para ele próprio. Lula nega as acusações feitas pelo ex-ministro. Na última sexta-feira (22), o PT decidiu suspender Palocci por 60 dias das atividades partidárias.>
“Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro preestabelecido em seu depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 6 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância”, disse a resolução do PT.>
Nesta terça, no pedido de desfiliação, Palocci voltou a confirmar pedido de propinas feito por Lula, em negócios da Petrobras para construção de sondas de exploração marítima de petróleo para os campos do pré-sal. A carta também revela uma proposta de acordo de leniência na Lava Jato para o PT, que estaria sendo negociada internamente entre membros do partido.>
A suposta proposta de leniência do PT seria de autoria do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que foi absolvido ontem, pela segunda vez, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) dos processos na Operação Lava Jato.>
Leia carta na íntegra: >