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Carol Neves
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 11:25
A Justiça de Santos (SP) aceitou o pedido da defesa do sargento da Polícia Militar Samir Carvalho para a realização de um exame de sanidade mental. O procedimento terá como objetivo determinar se ele tinha discernimento para compreender o caráter criminoso das ações que cometeu no dia 7 de maio, quando matou a esposa e tentou matar a filha de apenas 10 anos. As informações são do portal G1.>
O crime ocorreu na Avenida Pinheiro Machado, na cidade litorânea. Samir disparou três tiros e desferiu 51 facadas contra Amanda Fernandes Carvalho, que morreu no local. A filha do casal, de 10 anos, também foi atingida por tiros, mas sobreviveu e teve alta após seis dias internada.>
Segundo a juíza responsável pelo caso, que autorizou o incidente de insanidade mental, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) concordou com a solicitação da defesa. O procedimento está previsto no artigo 149 do Código de Processo Penal. Ele consiste em uma perícia psiquiátrica que define se o acusado era imputável, semi-imputável ou inimputável no momento do crime.>
PM matou esposa na frente da filha
Se for considerado que o PM é inimputável, ele não cumpre pena em presídio comum, mas vai para um hospital de custódia ou outro estabelecimento psiquiátrico, onde passará por tratamento. >
A audiência de instrução está marcada para o dia 25 de novembro, às 14h, e será realizada por videoconferência. Samir está detido no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, em São Paulo. >
Investigações confirmam premeditação>
De acordo com a delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, o fato de Samir ter levado um revólver e um punhal à clínica médica comprova que o crime foi premeditado. As armas foram utilizadas para matar Amanda.>
A delegada informou que o sargento acreditava estar sendo traído, mas as investigações não identificaram qualquer relacionamento extraconjugal por parte da vítima. Os depoimentos, laudos periciais e a reconstituição do crime, realizada em 22 de maio, ajudaram a esclarecer a dinâmica do ocorrido. Durante a reconstituição, Samir chegou a dizer aos policiais que não lembrava de matar a esposa. Apesar disso, confessou que escondeu a arma na calças.>
A conduta dos policiais militares presentes no momento do crime, que foram criticados por não terem conseguido evitar o feminicídio mesmo tendo chegado ao local antes, também está sendo investigada pelo inquérito da PM, que definirá se eles serão responsabilizados.>
O Ministério Público pediu pena mínima de 70 anos para Samir e solicitou indenização de ao menos R$ 100 mil aos herdeiros da vítima, além de R$ 50 mil para a filha que presenciou o crime. >