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‘Precisa de visto?’: Florianópolis cria controle em rodoviária para 'devolver' pessoas sem moradia

Mais de 500 pessoas já foram “devolvidas” em meio a alta de migração; medida foi criticada

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 08:29

Prefeito de Florianópolis defendeu medida
Prefeito de Florianópolis defendeu medida Crédito: Reprodução

Três dias após divulgar um vídeo explicando uma política de “devolução” de pessoas sem moradia ou emprego que chegam à capital catarinense, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), passou a ser alvo de críticas nas redes sociais. A gravação, publicada no último domingo (2), detalha o funcionamento de um posto da Assistência Social instalado na rodoviária da cidade para “controlar o fluxo” de quem desembarca.

No vídeo, Topázio explica que o posto foi instalado na rodoviária para monitorar quem chega a Florianópolis. “Todos os dias, centenas de pessoas chegam em Florianópolis pela nossa rodoviária. Para garantir um controle de quem chega, instalamos aqui um posto avançado da nossa Assistência Social. Se chegou sem emprego e local para morar, a gente dá a passagem de volta”, afirma o prefeito.

Ele ainda relatou um caso em que um homem teria sido enviado por outro município à capital sem qualquer vínculo com a cidade. “Vamos resolver, mas eu vou encaminhar esse caso como denúncia para o Ministério Público”, declarou. Segundo Topázio, desde o início do trabalho, mais de 500 pessoas já foram “devolvidas”.

Florianópolis por Shutterstock

“Não podemos impedir ninguém de tentar uma vida melhor em Florianópolis, mas precisamos manter a ordem e as regras. Quem aqui desembarca deve respeitar as nossas regras e a nossa cultura. Simples assim”, completou.

Internautas reagiram com indignação à proposta, questionando se ela fere o direito constitucional de ir e vir. “A dúvida que me pegou é: isso é constitucional? Como assim uma pessoa não tem emprego e simplesmente não pode ir visitar uma cidade da nação que ela faz parte?? Que maluquice desgraçada”, escreveu um usuário do X (antigo Twitter). Outra pessoa ironizou: “Onde eu tiro o visto pra poder visitar os Estados Unidos da Florianópolis?”.

Houve também quem lembrasse que o prefeito “não pode obrigar ninguém a subir no ônibus e ir pra onde quer que seja, nem proibir alguém de circular pela cidade”.

Outra parte do público defendeu a ação da prefeitura, considerando que o objetivo seria evitar situações de vulnerabilidade social. “Me diz como uma pessoa sem lugar pra ficar, sem emprego, SEM NADA. Por que a pessoa foi pra lá e como ela ficará? Isso deveria ser em todo estado”, comentou um usuário do X.

Em nota, a Prefeitura de Florianópolis disse que o serviço na rodoviária “dá suporte a todas as pessoas que chegam na cidade e precisam de alguma orientação”. Segundo o comunicado, quando alguém desembarca sem emprego, sem contato familiar e é identificado como tendo sido “enviado por outro município”, a equipe procura entender o motivo e providencia o retorno à cidade de origem.

A administração destacou que a Assistência Social sempre aciona familiares ou a prefeitura da cidade de onde a pessoa veio para garantir o encaminhamento adequado.

Migração

Segundo o IBGE, Santa Catarina é o estado com maior crescimento da migração interna no país. Reportagem do CORREIO mostrou que o número de migrantes da Bahia em Santa Catarina cresceu 276% na última década, impulsionado pela busca de salários melhores e novas oportunidades de emprego em um estado que, até os anos 1970, tinha pouca projeção nacional, mas que nas últimas décadas investiu no turismo e no marketing territorial de cidades como Balneário Camboriú e Florianópolis.

 Ao lado das promessas de prosperidade, porém, surgem relatos de xenofobia. Assista a reportagem: 

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Santa Catarina Florianópolis