Renascer diz que houve troca de telhas no ano passado em templo

A assessoria de imprensa da Igreja Renascer em Cristo divulgou uma nota na noite desta segunda-feira (19) em que confirma que uma empresa foi contratada no ano passado para fazer a troca de telhas na sede que fica na Avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo. O desabamento do teto do templo na noite de domingo (18) matou nove pessoas e deixou mais de 100 feridos.

O trabalho de troca de telhas durou cerca de 70 dias e foi concluído em novembro. A assessoria informou que a obra ocorreu de maneira gradual e nem chegou a provocar a suspensão dos cultos. Em entrevista neste domingo (18), o presidente da Renascer, bispo Geraldo Tenuta, havia afirmado que a sede da igreja não passou por nenhuma reforma nos últimos três anos. Há três meses, no entanto, ele disse que parte do templo foi pintado. Segundo a assessoria, o bispo possivelmente não soube da troca das telhas. 

Em nota divulgada pela Renascer na noite de domingo (18), ela nega reformas no teto da sede. “A Igreja adianta que não houve reforma no teto da igreja como alguns órgãos de imprensa estão noticiando. A última reforma grande foi feita há 4 anos, sendo mantida totalmente em ordem a documentação do imóvel”, afirma. A assessoria disse que foi informada sobre a troca de telhas apenas nesta segunda-feira.

Na mesma nota divulgada nesta segunda, a Renascer diz que a última “grande reforma” no telhado ocorreu em 1999. “Todas as precauções foram tomadas para que o trabalho não apresentasse qualquer falha: uma equipe de engenheiros de primeira linha fez o projeto e cuidou da obra, sob a supervisão do internacionalmente reconhecido IPT”, diz a igreja.

A Renascer disse que foi aliviado qualquer peso extra da estrutura de madeira que sustenta o telhado. “O ar-condicionado central, os dutos de distribuição do ar, os rufos e calhas, o teto de gesso, as luminárias, tudo passou a apoiar-se numa estrutura metálica sem ligação com a estrutura do teto”, afirma a nota.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) informou que foi contratado em 1998 “para avaliar as condições da estrutura de cobertura do prédio, bem como para propor medidas corretivas e o acompanhamento da implementação das mesmas”.

Ao final das obras, realizadas pela própria igreja, o IPT diz que emitiu um relatório com recomendações que deveriam ser seguidas “para a manutenção da segurança da edificação”. O instituto acrescenta que há nove anos não tem acesso à estrutura. 

Regulamentação

A Renascer informa que a empresa foi contratada para realizar a troca de telhas, além “de todos os aspectos relacionados a esse trabalho, parte burocrática e administrativa, incluindo sua regulamentação”.

Questionado na tarde desta segunda se o prédio passou por alguma obra no telhado, o secretário municipal de Habitação, Orlando Almeida, disse que não tinha informações sobre isso. “Se houve qualquer reforma no telhado, nós não sabemos e ela foi indevida”, disse. Segundo Almeida, reformas em estruturas desse tamanho têm que ser avisadas à prefeitura.

(As informações são do G1)