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Carol Neves
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 09:07
O embate entre a socialite paulista Margareth Costa Carvalho e o joalheiro Marcelo Assad Scaff Filho chamou atenção do mercado de luxo em São Paulo. No centro da disputa estão joias avaliadas em cerca de R$ 40 milhões, que ele afirma ter sido vendidas e não pagas, enquanto ela sustenta que já quitou tudo e ainda acusa o fornecedor de entregar peças falsas. O caso, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (19), está na Justiça. >
A troca de acusações ganhou força após uma viagem de Margareth à Europa. Segundo o processo, a socialite teria solicitado ao joalheiro diversas peças para exibir durante uma semana de moda na Sardenha, na Itália, em 2023. As joias, de acordo com Marcelo, foram registradas em uma nota de consignação de R$ 246 mil, apenas para permitir o transporte internacional. “240 mil reais foi simbólico para o trânsito de mercadoria no período em que ela estaria fora do Brasil”, explicou ele. Após o retorno, o documento teria sido substituído por uma nota fiscal de venda, elevando o valor total para os R$ 40 milhões que agora são cobrados.>
Margareth, por meio de seu advogado Ricardo dos Santos Maciel, nega qualquer dívida. Ele afirma que a nota de consignação foi uma decisão do próprio joalheiro, “para evitar o pagamento de impostos”, e garante que todas as pendências foram resolvidas. Como prova, a defesa apresentou um termo de quitação datado de abril de 2024. Marcelo, no entanto, diz que o documento não cobre as transações em discussão no processo.>
Joias de R$ 40 milhões são alvo de disputa
Mensagens apresentadas por ele contradizem a versão da cliente. Em um dos áudios, Margareth diz: “Marcelo, manda as minhas consignações hoje, tá? Eu tô cansando de pedir pra você.” Há também registros de que ela pediu a ele para ajustar os valores para baixo.>
As joias foram exibidas por Margareth e pela filha, Caroline, durante a viagem, inclusive em passeios pela Costa Amalfitana. Após o retorno, o relacionamento entre as partes azedou: a socialite começou a questionar o preço das peças e, depois, passou a afirmar que algumas eram falsas. Segundo o joalheiro, uma reunião foi marcada antes da disputa judicial, mas ela se recusou a devolver os itens, dizendo que não ficaria “longe dos seus bebês”.>
Marcelo Scaff, que atua há 11 anos no ramo, afirma que o comportamento da cliente fugia ao padrão. “Se uma cliente já tinha uma pedra de 10 quilates, a da Margareth já era de 20. Era uma insaciedade por diamante”, declarou. Ele conta ainda que a socialite costumava pedir joias inspiradas em celebridades como as Kardashians e Lady Gaga.>
A defesa de Margareth e Caroline, por outro lado, afirma que elas foram vítimas de uma campanha difamatória. “O mercado se juntou para dizer que mãe e filha são caloteiras”, diz a advogada Samara Souza Maciel, que também acusa o joalheiro de não repassar valores de vendas feitas por Caroline.>
O caso acabou revelando o lado obscuro das negociações no mercado de luxo. Muitas vendas são realizadas fora de lojas oficiais, sem emissão de nota fiscal, o que dificulta a comprovação de propriedade e abre espaço para fraudes. >