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Elaine Sanoli
Carol Neves
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 20:51
Apontado como um dos principais líderes da facção carioca Comando Vermelho (CV), o traficante Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como "Índio", teve um vídeo íntimo vazado. Nas imagens ele aparece com o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, apelidado de “TH Joias”. Os dois são alvos de investigação da Polícia Federal (PF) em um esquema de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e comércio de armas.>
As imagens foram publicadas pelo portal Metrópoles, parceiro do jornal CORREIO*. Em uma delas o traficante aparece deitado em uma cama enquanto o ex-parlamentar alisa a sua coxa com uma das mãos enquanto utiliza a outra para se masturbar. O registro foi capturado por uma câmera de segurança. Índio por sua vez, costumava enviar selfies 'carinhosas' para TH. >
Os dois foram presos durante a Operação Zargun, no dia 3 de setembro. Ao todo, 18 pessoas eram procuradas em operações simultâneas, e 14 já foram presas. Entre os detidos estão Gabriel Dias de Oliveira, o Índio, apontado como um dos chefes do CV; Gustavo Steel, delegado da PF; Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH; e o próprio deputado. Segundo a PF, foi identificado “um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos”. >
Conforme apurado pela PF, o CV enviou pagado cerca de R$ 148 mil para que TH Joias concedesse proteção política ao grupo. Chega a R$ 140 milhões o valor movimentado em transações entre o político e a facção com tráfico de drogas, comércio ilegal de armamento e fraude em contratos públicos. >
No total, na Operação Zargun, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão e determinou o sequestro de bens no valor total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). As apurações apontam envolvimento de TH, chefes do CV e outros agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários.>
“A organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais”, declarou a PF. Os investigados responderão por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.>