Filhos afastam as mulheres do trabalho?

A participação da mulher no mercado de trabalho é menor em domicílios com crianças com até 6 anos de idade

Publicado em 23 de maio de 2024 às 05:00

A celebração do mês das Mães nos leva a uma reflexão sobre o cenário da vida profissional das mães no Brasil. Pesquisas apontam que a chegada de um(a) filho(a) ainda afasta muitas mulheres do mercado de trabalho, e as que permanecem, tornam-se mais ocupadas.

Segundo dados do estudo Estatística de Gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação da mulher no mercado de trabalho é menor em domicílios com crianças com até 6 anos de idade. Entre as pessoas de 25 a 54 anos, o nível de ocupação das mulheres com crianças é de 56,6%, enquanto entre as profissionais sem filhos é de 66,2%.

A pesquisa também mostra que as mulheres dedicaram 21 horas por semana aos afazeres domésticos e cuidados, enquanto os homens apenas 11,7 horas por semana.

Ao lermos esses dados, surge o questionamento: filhos afastam as mulheres do trabalho? A decisão pela maternidade não pode significar o fim ou o retrocesso na profissão.

Na Votorantim Cimentos, entendemos que temos um papel fundamental na promoção da diversidade e da inclusão, bem como na luta pela igualdade de oportunidades. Por isso, temos o compromisso de chegar a 30% de mulheres em cargo de liderança no Brasil até 2030, sempre dando suporte ao desenvolvimento de carreira das nossas mulheres e fomentando um ambiente inclusivo.

Um exemplo de iniciativa, é a criação do Lidera VC, um programa que já mobilizou mais de 250 mulheres em posição de primeira liderança. Também temos o Clube de Liderança Feminina, que atende as mulheres em posição de média e alta liderança.

Já para as profissionais almejam ser líderes, iniciamos, neste ano, uma série de ações voltadas para carreira, protagonismo e autodesenvolvimento, o Mulheres Construindo Caminhos. Os temas dos fóruns serão Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), comunicação, inteligência emocional e carreira.

Valorizamos as mulheres em suas diferentes fases de vida, e para isso damos exemplos na contratação de gestantes, na promoção de mulheres em período ou retorno de licença maternidade e outras diversas situações da vida profissional, sem que a maternidade seja encarada como um empecilho. Hoje, 30% das mulheres que trabalham conosco no Brasil são mães.

A minha experiência pessoal mostra que a chegada do meu filho gerou uma aproximação ainda maior com o meu trabalho. Por meio da minha atuação profissional, desejo contribuir ativamente para termos uma sociedade e um mercado de trabalho mais inclusivos, pois esse será o cenário que meu filho irá encontrar daqui a alguns anos. Por isso, não podemos deixar de atuar em uma jornada de evolução para que carreira e maternidade caminhem juntas.