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Por que a Atenção Primária é a chave para frear a inflação médica nas empresas brasileiras

Investir em prevenção e bem-estar é uma decisão inteligente, humana e financeiramente viável

Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 05:00

Cartão de planos de saúde
Cartão de planos de saúde Crédito: Divulgação

O Brasil convive há décadas com um paradoxo na área da saúde: temos um dos sistemas mais abrangentes do mundo, o SUS, estruturado sobre a Atenção Básica, mas ainda vemos hospitais lotados por casos que poderiam ser evitados com um bom acompanhamento preventivo. Segundo a plataforma DRG Brasil, 27% das internações hospitalares em 2023 foram por condições sensíveis à Atenção Primária, como diabetes e hipertensão.

Ainda pensamos saúde como sinônimo de hospital e emergência, quando deveríamos investir em prevenção, acompanhamento e cuidado integral. No mundo corporativo, os números falam alto. Em 2025, o custo médio dos planos de saúde já representa 15,8% da folha de pagamento das empresas, segundo a Mercer Marsh. A inflação médica acumulada na última década ultrapassa 380%, quase cinco vezes a inflação geral. E, embora boa parte das empresas ofereçam plano de saúde, apenas um terço tem programas estruturados para lidar com doenças crônicas ou grupos de risco.

Nesse contexto surgem iniciativas como o Programa Saúde Acolhe, do SESI Bahia. O projeto é simples na essência, mas ousado na prática: levar a Atenção Primária à Saúde (APS) para dentro das empresas, que passam a contar com uma equipe multidisciplinar formada por médico da família, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo e nutricionista.

Em outubro, o SESI-BA firmou parceria com o Grupo Dass, implantando duas unidades piloto na sede da empresa em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. A iniciativa, desenvolvida a partir das necessidades específicas da Dass, beneficiará cerca de 6.700 colaboradores das unidades de Calçados e Confecção, levando atenção integrada e contínua à saúde diretamente para o ambiente de trabalho.

Mais do que um benefício, é uma mudança de paradigma, pois transforma o ambiente de trabalho em espaço de cuidado. Num momento em que empresas gastam cada vez mais com planos e afastamentos, investir em prevenção e bem-estar é uma decisão inteligente, humana e financeiramente viável.

O Serviço Social da Indústria (SESI) tem experiência para impulsionar esse movimento. A instituição já é referência nacional em educação, cultura e saúde corporativa, com expertise em segurança e bem-estar do trabalhador. O SESI Saúde Acolhe reforça essa vocação: integrar saúde, produtividade e qualidade de vida de forma prática e sustentável.

Se quisermos conter a escalada de custos e o adoecimento coletivo, tanto o poder público quanto as empresas precisam investir mais em Atenção Primária, saúde mental e programas de prevenção. O que o SESI Bahia está fazendo na Dass é mais do que um projeto, é um modelo de futuro. Um exemplo de que o cuidado pode estar onde as pessoas passam a maior parte do seu tempo: no trabalho.

Amélio Miranda é superintendente executivo de Saúde e Segurança na Indústria do SESI Bahia

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Saúde Empresas Economia Sesi