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Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Carioca de nascença e crescença, baiano por destino e benquerença, o jornalista João Paulo Gondim é o mais entusiasmado admirador e entendedor de escolas de samba que se tem notícia. Toda vez que sento à mesa do bar com o xará, pra esvaziar umas ampolas, sua seleção randômica de assuntos sempre resvala em Flamengo, cinema (tema do qual é especializado e por anos a fio escreveu sobre o assunto) e Carnaval carioca.>
Sobre o Fla, nunca deixo a conversa desenrolar muito (pois não torço), mas costumo abrir parêntese para relembrar da versão do hino que Jorge Ben gravou em 72: fantástica! Sobre cinema, o bate-papo já desenvolve melhor. Lembro de umas coisas legais que já assisti, anoto mentalmente outras que nunca vi, nem comi ou ouvi falar, e JP é sempre bastante didático e simpático com os neófitos em Godard, por exemplo.>
Mas quando chega em escola de samba, como não há por aqui conteúdo suficiente pra papear nada, a saída é ouvir ou perguntar. Não me pergunte como, mas JP (baiano e carioca = baioca) sabe de cór centenas de sambas-enredos (e se houvesse milhares, também saberia), com toda a ficha catalográfica que um figurino nota 10 manda.>
Bem antes do Carnaval, tinha me mandado uma nota mental que só reli nos últimos dias: “pedir a João Paulo uma lista com os 10 maiores sambas-enredos cariocas que tiveram como tema a Bahia ou os baianos”.>
Achei que tinha lido em cima da hora, mas meu amigo, em boa hora, aceitou de bom grado. “Eis aí a minha singela listinha. Não se trata dos dez melhores sambas sobre a Bahia porque acho que seria difícil definir critérios para tal classificação. Pensei apenas em listar dez sambas sobre o assunto que gostaria que o leitor conhecesse! Se eu fizer ano que vem, a lista talvez seja outra”, explicou no prefácio.>
Na listinha, aliás, não consta o 18º título da Estação Primeira de Mangueira com o enredo ‘Maria Bethânia - A Menina dos Olhos de Oyá’, em 2016. Não entrou, mas tá na conta para o título desta coluna.>
Outros três troféus que aludem a Bahia vão abaixo e eu torço que você veja, tanto quanto torço este ano para que Joãozinho da Gomeia, tema da Grande Rio, e as Ganhadeiras de Itapuã, tema da Viradouro, tragam mais um Carnaval para a Estação Primeira do Brasil. >
***Escola: SalgueiroAno: 1969Posição: CampeãTítulo: Bahia de todos os deusesComentários/análise: Este samba, de autoria da dupla Bala e Manuel Rosa, embalou o primeiro título de uma escola cujo tema era a Bahia. Até então havia o tabu de que falar do estado não dava campeonato. O próprio Salgueiro, em 1954, já havia malogrado na avenida com o enredo “Romaria à Bahia”. Interpretada na pista por Elza Soares, a obra salgueirense de 1969 notabilizou-se por um estilo mais direto e despretensioso de samba.>
Letra do samba:>
Bahia, os meus olhos estão brilhando,>
Meu coração palpitando>
De tanta felicidade.>
És a rainha da beleza universal,>
Minha querida Bahia,>
Muito antes do Império>
Foste a primeira capital>
Preto Velho Benedito já dizia>
Felicidade também mora na Bahia,>
Tua história, tua glória>
Teu nome é tradição,>
Bahia do velho mercado>
Subida da Conceição.>
És tão rica em minerais,>
Tens cacau, tens carnaúba,>
Famoso jacarandá,>
Terra abençoada pelos deuses,>
E o petróleo a jorrar>
Nega baiana,>
Tabuleiro de quindim,>
Todo dia ela está>
Na igreja do Bonfim, oi>
Na ladeira tem, tem capoeira,>
Zum, zum, zum,>
Zum, zum, zum,>
Capoeira mata um!>
***Escola: ImperatrizAno: 1980Posição: Campeã Título: O que é que a Bahia temComentários/análise: Cientes de que a escola se apresentaria sob os raios do sol, pois seria a última a desfilar naquele ano, os compositores Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Estácio escreveram versos que, na bonita abertura do samba, comparavam o desfile com a luz do dia. Não era a primeira vez que a Imperatriz falava da Bahia — em 1968, já homenageara o estado —, mas o melodioso samba de 1980 foi a trilha do primeiro campeonato conquistado pela escola no grupo principal. Um dos destaques da letra é o emprego do “lalaiá”, já começando a cair em desuso naquela época.>
Letra do samba: >
Reluzente como a luz do dia>
Bela e formosa como as ondas do mar>
Encantadora e feliz>
Chega a Imperatriz>
Fazendo o povo vibrar >
Ê Bahia>
Vou cantá-la nos meus versos (vou cantar)>
Teu passado glorioso>
Teu presente já famoso>
E o futuro Deus dirá>
Pega na barra da saia>
Vamos rodar>
Lá, laiá, lá, laiá, lá, laiá>
Lá, laiá, lá, laiá, laiá>
(Ê Bahia...)>
Bahia terra da magia>
Da feitiçaria e do candomblé>
Caô, meu pai Caô>
Caô, meu pai Xangô (bis)>
Que coisa linda ver>
O ritual do lava-pés>
A lavagem do átrio e as catedrais>
E o pregoeiro a dizer:>
Quem vai querer?>
Quem vai querer? (bis)>
Fubá de castanha>
Pé-de-moleque, dendê>
***Escola: Mangueira Ano: 1986Posição: Campeã Título: Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm Comentários/análise: Um dos sambas de enredo mais famosos da história. Quem nunca ouviu o refrão principal “tem xinxim e acarajé/ tamborim e samba no pé”? Falar de Caymmi é falar de Bahia, de baianidade. E tal obra do trio Ivo Meirelles, Paulinho e Lula captou bem todo o clima do cancioneiro de Caymmi. Pescadores, igrejas, terreiros, comidas típicas, nada fica de fora deste sambão que, sem dúvida, contribuiu para o título da Verde e Rosa ao contagiar toda a Sapucaí em 1986. Quem não gosta desta composição é ruim da cabeça ou doente do pé.>
Letra do samba: >
Mangueira vê no céu dos orixás>
O horizonte rosa, no verde do mar>
A alvorada veste a fantasia>
Pra exaltar caymmi e a velha Bahia, ô ô ô>
Quanto esplendor>
Nas Igrejas soam hinos de louvor>
E pelos terreiros de magia>
O ecoar anuncia o novo dia>
Nessa terra fascinante>
A capoeira foi morar>
O mundo se encanta>
Com as cantigas que fazem sonhar (bis)>
Lua Cheia>
Leva a jangada pro mar>
Oh! Sereia>
Como é belo o teu cantar>
Das estrelas>
A mais linda tá no Gantois>
Mangueira, berço do samba>
Caymmi, a inspiração>
Que mora no meu coração>
Bahia, terra sagrada>
Iemanjá, Iansã>
Mangueira supercampeã>
Tem xinxim e acarajé>
Tamborim e samba no pé (bis)>
***Escola: Mocidade Ano: 1976 Posição: Terceiro lugar Título: Mãe Menininha do Gantois Comentários/análise: Mais um espécime da magnífica safra de 1976, o samba de Djalma Crill e Toco diz que a avenida se transformaria em um enorme terreiro, um local que lembraria o reduto da Mãe Menininha. A composição é curta, apesar de possuir três refrões. O principal deles, aliás, ecoa melodicamente a famosa canção de Dorival Caymmi sobre a famosa mãe de santo do Gantois.>
Letra do samba:>
Já raiou o dia>
A passarela vai se transformar>
Num cenário de magia>
Lembrando a velha Bahia>
E o famoso Gantois>
Arerê, arerá>
Candomblé vem da Bahia>
Onde baixam os orixás>
Oh, meu pai Ogum na sua fé>
Saravá Nanã e Oxumaré>
Xangô, Oxossi>
Oxalá e Yemanjá>
Filha de oxum>
Pra nos ajudar>
Vem nos dar axé>
Com os erês dos orixás>
Oh, minha mãe menininha>
Vem ver, como toda cidade>
Canta em seu louvor com a Mocidade>
***Escola: Império Serrano Ano: 1983 Posição: Terceiro lugar Título: Mãe baiana mãe Comentários/análise: O samba da parceria de Aluísio Machado e Beto Sem Braço exaltava o peso cultural da baiana, importante figura matriarcal no samba do Rio de Janeiro desde a época da Tia Ciata. Em 1983, estavam presentes no samba imperiano elementos caros à baiana, e à baianidade por extensão, como acarajé e capoeira, além da sua religiosidade, dos seus afetos e das suas origens. Constantemente lembrado na quadra do Império Serrano, trata-se de verdadeiro canto de amor a essa entidade fundamental que une a Bahia ao carnaval carioca.>
Letra do samba:>
Abre as portas, oh folia>
Venho dar vazão a minha euforia>
A musa se vestiu de verde e branco>
E o pranto se fez canto>
Na razão do dia-a-dia>
Mãe baiana mãe>
Empresta o teu calor>
Eu quero amanhecer no teu colo>
Onde deito, durmo e rolo>
E isolo a minha dor>
Eu quero, quero te saudar nesta avenida>
Pra valorizar a vida>
Que a vida valorizou>
Mãe negra, sou a tua descendência>
Sinto tua influência>
No meu sangue e na cor>
Iêê abará acarajé>
Capoeira, filho da mãe>
Pregoeiro, homem da mulher>
Okolofé mamãe kolofé-lorun>
Ai!Ê eu ai! Ê eu mamãe oxum>
Baiana, baianinha boa>
Teu requebro me enfeitiçou>
Enfeitiçado, sambando eu vou>
Baiana mãe baiana>
É belo o teu pedestal>
Eu te adoro e adorando imploro>
Teu carinho maternal>
Tia Ciata, mãe amor>
O teu seio o samba alimentou>
E a baiana se glorificou>
*** Escola: Portela Ano: 2012 Posição: Sexto lugar Título: ... E o povo na rua cantando... É feito uma reza, um ritual... Comentários/análise: Taí um samba que sempre é apontado como um dos melhores deste século. E não é para menos. A obra foge de fórmulas fáceis e prontas de tempos recentes. Dialoga com sambas antológicos como “Bahia de todos os deuses”. A letra conduz o ouvinte a tudo aquilo que se impõe como baianidade. Luiz Carlos Máximo, Naldo, Toninho Nascimento (um dos compositores favoritos de Clara Nunes, homenageada no samba) e Wanderley Monteiro assinam essa composição, aclamada por sambistas desde o início do concurso interno para a escolha do samba da Portela.>
Letra do samba:>
Meu rei>
Senhor do Bonfim alumia>
Os caminhos da Portela>
Que eu guardo no meu patuá>
Eu vim com a proteção dos meus guias>
Com Clara Guerreira à Bahia>
Cheguei, eu cheguei pra festejar>
Deixa levar, nos altares e terreiros>
Tem jarro com água de cheiro>
Vou jogar flores no mar>
No mar>
Procissão dos navegantes>
Eu também sou almirante>
De nossa Senhora Iemanjá>
Vou no gongá bater tambor>
Rezo no altar, levo o andor>
Vem chegando os batuqueiros>
Desce a ladeira, meu amor>
Que a patuscada começou>
Eu vim pra rua>
Que o samba de roda chegou>
Iaiá>
De saia rendada em cetim>
Bota o tempero na festa>
Oi, tem abará e quindim>
Portela cheia de encantos>
Acolhe a Bahia em seu canto>
Com festas, rezas, rituais>
Vestido de azul e branco>
Eu venho estender o nosso manto>
Aos meus santos do samba que são Orixás>
Madureira sobe o Pelô, tem capoeira>
Na batida do tambor, samba ioiô>
Rola o toque de olodum, lá na Ribeira>
A Bahia me chamou>
***Escola: Unidos de São Carlos Ano: 1969 Posição: Sexto lugar Título: Gabriela, cravo e canela Comentários/análise: Homenagedo por escolas como Império Serrano (1989) e Imperatriz (2012), Jorge Amado teve exaltada uma de suas principais criações literárias pela então Unidos de São Carlos, atualmente Estácio de Sá. Composto por Sidney da Conceição, Velha e Geninho, o samba menciona os encantos da sedutora e espontânea personagem-título e o efeito que ela provocava no apaixonado e compreensivo Nacib.>
Letra do samba:>
Foi na Bahia>
Na cidade de Ilhéus>
Que surgiu um grupo de sertanejos>
Fugindo da seca do sertão>
Junto estava Gabriela>
Maltrapilha com uma trouxa na mão>
E a poeira escondendo>
Todo o seu encanto e sedução>
Nacib ao contratá-la não esperava>
Que ela fosse tão bela>
E a retirante sertaneja>
Tivesse as mãos tão divinas e habilidosas>
Nos saborosos quitutes da Bahia>
Nacib exclamou com tanta beleza que via>
Tão bela, ô tão bela>
O cheiro de cravo e a cor de canela>
Ele se apaixonou>
E com ela se casou>
Gabriela moça pobre do sertão>
Gostava de cantiga de roda>
E de dançar com os pé no chão>
Festejava o ano novo>
No salão mais rico de Ilhéus>
Quando passou a "Pastorinha">
Festejando reisado a cantar>
Gabriela abandonou luxo e riqueza>
Saiu correndo, pegou o estandarte e foi pular>
Toda aquela gente importante>
Foi para a rua com ela festejar>
Mais uma vez a mulata>
Demonstrando seu valor>
Uniu pobres e ricos>
Com a força do amor>
Toda a cidade de Ilhéus>
Comentava o idílio de Gabriela>
Mas Nacib compreendeu>
Que ela era uma flor>
Nasceu para enfeitar a vida>
De prazeres e de amor>
*** Escola: Unidos de Lucas Ano: 1976 Posição: 12º lugar Título: Mar baiano em noite de gala Comentários/análise: Também de 1976, este samba melodioso exalta a festa de Iemanjá, em 2 de fevereiro, no mar baiano do Rio Vermelho. Com três refrões e repleto de termos que remetem às religiões afro-brasileiras, a épica obra de Carlão Elegante, Pedro Paulo e Joãozinho foi reeditada no Carnaval de 2005, ocasião em que a Unidos de Lucas ficou em oitavo lugar no terceiro grupo.>
Letra do samba:>
Zamburei, atotô, aiê ieo, agoiê>
(E o negro chegou)>
O negro chegou às terras da Bahia>
No tempo do Brasil colonial>
Com seus costumes e crenças, fé sem igual>
O delogum mareou todo o povo do mar>
Netuno a participar das louvações da rainha do Aiuká>
Uma pedra, uma concha>
Pedra e concha têm areia>
Quem mora no fundo do mar é sereia>
E o povo da terra em romaria>
Integrava-se à magia>
Os saveiros dos milagres>
No azul-verde do mar>
Senhores, sinhazinhas arrumadas>
E os pregoeiros a gritar:>
Tenho frutas, balangandãs>
Vem comprar para a deusa do mar lhe ajudar>
Hoje a festa continua>
E a raça se iguala>
Cantos e batuques anunciam>
O mar baiano em noite de gala>
Muçurumim, nagô>
Omolokô, Congo e Guiné>
Atotô de Zambi-rei do Candomblé>
*** Escola: Em cima da hora Ano: 1976 Posição: 13º lugar Título: Os sertões Comentários/análise: Pungente, exalta a força do sertanejo em um episódio dramático da nossa história, a Guerra de Canudos, no interior baiano. Trata-se de uma das obras mais aclamadas da história do Carnaval carioca. Tal qual Euclides da Cunha havia estruturado no famoso livro, o compositor Edeor de Paula dividiu em três partes o seu samba: a terra, o homem, a luta. Marcado por fortes passagens como “foge o ar” para retratar a morte, esse samba sintetiza perfeitamente o extenso texto euclidiano.>
Letra do samba:>
Marcado pela própria natureza>
O Nordeste do meu Brasil>
Oh! solitário sertão>
De sofrimento e solidão>
A terra é seca>
Mal se pode cultivar>
Morrem as plantas e foge o ar>
A vida é triste nesse lugar>
Sertanejo é forte>
Supera miséria sem fim>
Sertanejo homem forte (bis)>
Dizia o Poeta assim>
Foi no século passado>
No interior da Bahia>
O Homem revoltado com a sorte>
do mundo em que vivia>
Ocultou-se no sertão>
espalhando a rebeldia>
Se revoltando contra a lei>
Que a sociedade oferecia>
Os Jagunços lutaram>
Até o final>
Defendendo Canudos>
Naquela guerra fatal>
*** Escola: Viradouro Ano: 2020 Posição: Em aberto Título: Viradouro de alma lavada Comentários/análise: Eis o samba mais recente desta lista. Este ano, a Viradouro, atual vice-campeã, vai em busca do seu segundo campeonato (o primeiro foi em 1997) homenageando as Ganhadeiras de Itapuã, que formam um dos principais símbolos culturais da Bahia. Com fartas doses de lirismo, a composição discorre sobre as origens, o cotidiano de luta e tudo aquilo que envolve as ganhadeiras. O samba é de autoria de Cláudio Russo, Paulo César Feital, Diego Nicolau, Júlio Alves, Dadinho, Rildo Seixas, Manolo, Anderson Lemos e Carlinhos Fionda.>
Letra do samba:>
Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé>
Faz o seu quilombo no Abaeté>
Quem lava a alma dessa gente veste ouro>
É Viradouro! É Viradouro!>
Levanta, preta, que o Sol tá na janela>
Leva a gamela pro xaréu do pescador>
A alforria se conquista com o ganho>
E o balaio é do tamanho do suor do seu amor>
Mainha, esses velhos areais>
Onde nossas ancestrais acordavam as manhãs>
Pra luta sentem cheiro de angelim>
E a doçura do quindim>
Da bica de Itapuã>
Camará ganhou a cidade>
O erê herdou liberdade>
Canto das Marias, baixa do dendê>
Chama a freguesia pro batuquejê>
São elas, dos anjos e das marés>
Crioulas do balangandã, ô iaiá>
Ciranda de roda, na beira do mar>
Ganhadeira que benze, vai pro terreiro sambar>
Nas escadas da fé>
É a voz da mulher!>
Xangô ilumina a caminhada>
A falange está formada>
Um coral cheio de amor>
Kaô, o axé vem da Bahia>
Nessa negra cantoria>
Que Maria ensinou>
Ó, mãe! Ensaboa, mãe!>
Ensaboa, pra depois quarar>
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