Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Ações e vontade

A arte é coisa de todo dia. Não existe inspiração, que é coisa de artista amador. Existem, sim, dias melhores, dias nem tanto

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 02:00

Obra de Rubem Valentim
Obra de Rubem Valentim Crédito: divulgação

O que se pode desejar aos artistas visuais no Ano Novo que começa? Especialmente, criatividade e ação. A criatividade vem da vida instintiva profunda, da intuição. Criar é organizar o caos; portanto, criação é a formulação de ideias por meio de palavras ou recursos visuais. As ações vêm da vontade que cobra a todos o fazer, e indica a realização de alguma ação, seja a produção de algo, como objeto, a geração, a fabricação, construção ou composição de atos voluntários.

Com a crise que se instalou em nosso país, o mercado encolheu muito e vários artistas se sentiram desestimulados e pararam de produzir, ou produzem muito pouco. Um erro grave. Um dia, a crise passa e recomeçam os movimentos do mercado; e o artista não tem produção estocada.

A arte é coisa de todo dia. Não existe inspiração, que é coisa de artista amador. Existem, sim, dias melhores, dias nem tanto, em que seu produto sofre oscilações. Já imaginaram um artista esperar a “inspiração”? Quantas terá por ano? Inspiração é coisa de amador. Os artistas têm seu abecedário, e vão fazendo seu jogo de armar, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo seu idioleto na ação e descobrem novas formas que se elaboram em sua própria produção.

Revisar o já feito é tarefa de maturidade. O artista Rubem Valentim foi um exemplo lapidar. A arte deve ser produzida para o tempo. Arte e tempo são duas coisas eternas. Juntas, permanecem como um espaço infinito. Hoje, com as mudanças que vieram dos anos 1960, a profissão de artista visual tornou-se complexa e acumulativa. Surgiram outras necessidades, que se impõem especialmente em exposições individuais, como curador, que é tomar a si a responsabilidade de cuidar, diferente de organizador, cujo trabalho é de menor alcance.

O crítico de arte faz a avaliação do produzido, em textos específicos e reveladores. Ainda para a execução da mostra solo, é necessário o trabalho de montadores, iluminadores, programadores visuais, monitores, gráficas, fotografia, vigilantes, e, às vezes, palestras. Dos materiais necessários para a fatura do trabalho, depende da técnica escolhida, pintura, desenho, escultura, gravura, fotografia, novas mídias. Assim, necessita-se de tintas, pincéis, solventes, papéis específicos, espátula, tecido, vidros, madeira, pregos, prensa, chassis, molduras e assessoria de imprensa. São muitos itens.

O artista visual faz existir profissionais que se acumulam e contribuem para um bom resultado final. Mas, deve-se pensar que a qualidade da produção depende do artista. O que mais vale é a qualidade do inventivo e as transfigurações.