Darino Sena: O desequilíbrio de Argel Fucks e o de Caíque

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Darino Sena
  • Darino Sena

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

Para se esquivar das críticas pela atuação ruim, apesar do bom resultado contra o América-RN (2x1), Argel Fucks disse que o Vitória com ele joga pra frente. Usou como argumento o fato do Leão ter terminado o último Brasileirão com o quinto melhor ataque. Infelizmente, não basta só jogar pra frente. É preciso ter equilíbrio.O Vitória de 2016 fez 51 gols no Brasileirão. Mas tomou 53. O desequilíbrio quase custou a permanência na elite.

Darino Sena: As incoerências do Vitória de Argel FucksO Vitória de 2017 marcou 11 gols em seis partidas oficiais. A média é boa, quase dois gols por jogo. O que preocupa é a retaguarda. Foram sete gols sofridos. É mais de um gol tomado por jogo, contra equipes do terceiro e quarto escalão do futebol nacional. Apenas duas vezes o Leão saiu de campo este ano sem ter suas redes balançadas pelos rivais.Claro que ainda é cedo para qualquer conclusão. Também seria precipitado jogar a culpa toda nos novos zagueiros ou em  Fernando Miguel, apesar dele ainda não ter jogado tudo o que pode este ano. Os dados até aqui são um indicativo de que o time tem que melhorar coletivamente. É preciso proteger mais a defesa, melhorar a recomposição e o posicionamento nas bolas paradas.Jogar pra frente é importante, Argel. Mas, para ter um time consistente, convincente e não sofrer tanto para vencer, é preciso olhar para trás.Desequilíbrio 2 Após o empate sem gols com a Colômbia, o goleiro reserva da seleção sub-20, o rubro-negro Caíque, se dirigiu para a câmera do Sportv e foi claro. Chamou a imprensa de corneteira e filha da p.Caíque está insatisfeito com as críticas. Ele queria o quê? Afagos pra uma seleção que ficou em penúltimo no hexagonal final do Sul-Americano e não conseguiu se classificar para o Mundial da categoria?Não é a primeira vez que Caíque mostra destempero. Ano passado, no intervalo contra o América-MG, partiu pra cima de Marinho, que tinha perdido gol por não ter passado a bola para um companheiro.Caíque é um excelente goleiro. Tem bola para ser titular do Vitória agora. E volta da seleção sub-20 para brigar por isso. Dos jovens talentos do futebol baiano no momento, Caíque é o que tem potencial de ir mais longe na carreira. Não é exagero sonhar com vaga na seleção principal.Mas comprar briga com os próprios companheiros e com a imprensa, definitivamente, não vai ajudá-lo em nada. Controle emocional, equilíbrio e frieza são fundamentais para se tornar um grande goleiro. Taffarel e Dida, a grande referência de Caíque, que o digam.Respeito   A “malcriação” de Caíque trouxe a tona a velha rixa entre jogadores e imprensa. Os boleiros enxergam a crônica independente como inimiga. Acham que jornalistas bons são aqueles que os exaltam nas vitórias e se desculpam por eles nas derrotas. Que ignoram as falhas, desconsideram questionamentos e os acompanham nas baladas. Tornam-se “parças”. O jogador de futebol no Brasil, salvo raríssimas exceções, acha que o papel da imprensa é bajulá-lo. Tacham quem não age assim como corneteiro e torcem o nariz, fazem cara feia ou biquinho quando se deparam com os críticos.Perdi a conta do número de jogadores e técnicos que agiram assim comigo e de quantas vezes tive pedidos de entrevistas recusados, sob mais diversas desculpas. Rugas de preocupação...Não entrei na crônica para ter amigos. Estou aqui para fazer meu trabalho. A crítica faz parte dele. E deve ser feita, dentro dos limites. O jogador também tem direito de se manifestar. E de nos criticar também. Ninguém é dono da verdade. Mas é preciso haver respeito, de ambos os lados. O cronista que parte para ofensas pessoais e ridiculariza o atleta está errado. O jogador que chama o jornalista ou radialista de corneteiro e filho da p, também.Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras.