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Editorial
Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 05:00
O Brasil sempre foi reconhecido por sua diplomacia que promove o diálogo e a cooperação entre as nações. No entanto, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa tradição está sendo colocada à prova. Durante seu primeiro ano do terceiro mandato, o petista dedicou boa parte do tempo para extensas visitas internacionais, aparentemente em uma tentativa de buscar protagonismo pessoal. Entretanto, é crucial destacar que o Brasil não pode ser instrumentalizado para agendas pessoais do petista, especialmente com o intuito de propagar discurso a fim de agradar determinados grupos. >
Durante uma entrevista coletiva antes de encerrar sua viagem à Etiópia, onde estava para a reunião da cúpula da União Africana, Lula comparou Gaza ao Holocausto, e gerou uma onda de críticas, inclusive entre seus aliados, como o senador e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner. Tal retórica imprudente não apenas fomenta tensões domésticas, mas também alimenta conflitos internacionais. >
Na tentativa de criticar as ações de Israel na Faixa de Gaza, Lula fez uma analogia descabida com o massacre contra judeus. A fala não provocou apenas indignação da comunidade judaica, mas um repúdio global. A comparação foi infundada. Os nazistas provocaram um dos períodos mais sombrios da história que ceifou a vida de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Este tipo de frase de efeito, sem qualquer fundamento, põe em risco a relação entre nações. A analogia do petista, além de ser profundamente ofensiva, revela uma falta de sensibilidade e de discernimento por parte do presidente. Em vez de promover o entendimento e a paz, Lula exacerbou as tensões e afastou potenciais parceiros diplomáticos.>
Uma das consequências graves dessa debacle diplomática pode ser o fim da suspensão do acordo de cooperação militar entre Brasil e Israel. Este acordo abrangente inclui diversas áreas de cooperação, como intercâmbio de informações estratégicas, combate ao terrorismo, enfrentamento ao crime transnacional e cooperação em inteligência policial. >
A resistência de Lula em admitir seu erro e a propensão de seu governo em atacar aqueles que o criticam apenas intensificam os danos à reputação do Brasil. Essa relutância em assumir responsabilidade parece derivar do receio do petista de prejudicar sua posição política. Mais uma vez, o foco do presidente parece estar em si mesmo, em detrimento do bem do País.>
É imperativo que o Brasil reavalie sua estratégia diplomática e busque uma abordagem mais construtiva e colaborativa. Isso implica reconhecer que os interesses nacionais transcendem as ambições políticas individuais. O País deve assumir um papel proativo na promoção da paz e estabilidade global, e evitar contribuir para o aumento de conflitos em qualquer parte do mundo.>