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Creator Economy registra crescimento de 30% na geração de trabalhos diretos e indiretos no Brasil

42% afirmaram que a venda de produtos digitais é sua principal fonte de renda

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 01:00

Bianca Andrade, conhecida como "Boca Rosa", é um dos maiores exemplos de sucesso na Creator Economy. Caso esse termo soe desconhecido, a Creator Economy é um modelo de negócio no qual pessoas, como a influenciadora, criam e monetizam conteúdos para suas audiências em plataformas digitais. O número de trabalhos diretos e indiretos gerados nessa área no Brasil apresentou crescimento de 30% nos últimos 12 meses, de acordo com o estudo “O Impacto Socioeconômico dos Negócios Digitais da Creator Economy no Brasil”, da FGV Comunicação Rio, com apoio da Hotmart, plataforma de produtos digitais.

Dentro da Creator Economy, há alguns segmentos, como educação e consultoria, quando se vendem cursos e mentorias online; e-commerce, quando se comercializam produtos por meio de plataformas de vendas; e publicidade, quando as marcas se conectam com influenciadores para alavancar suas vendas e produtos. Só no setor de produtos digitais, por exemplo, são 389 mil ocupações, conforme aponta o estudo.

"Há muitos outros profissionais que dão suporte para que essa máquina continue funcionando. Por exemplo, temos um escritor que goza de prestígio e que tem um bom alcance também nas redes sociais. Suponhamos que esse indivíduo passe a oferecer mentorias online para novos escritores. Ele vai precisar contratar uma equipe que cuide da filmagem, da edição, da estratégia de alcance nas plataformas e por aí vai. Ele leva consigo outros profissionais", explica Sara Pimenta, publicitária e especialista em infoprodutos.

De acordo com o estudo, dos 612 criadores de conteúdo ouvidos por telefone entre 26 de agosto e 4 de setembro deste ano, 42% afirmaram que a venda de produtos digitais é sua principal fonte de renda. Dos entrevistados que usam a plataforma da Hotmart como principal suporte de comercialização, 64% afirmaram que o aumento nos ganhos no último ano foi expressivo. Quando se pensa em profissionalização, o faturamento dos produtores que abriram empresas é, em média, duas vezes maior do que o de pessoas físicas.

"A Bianca Andrade, que sempre gosto de usar como exemplo, começou gravando vídeos simples de maquiagem na internet em sua casa humilde no Rio. Ela cresceu, atraiu para si uma comunidade de seguidores fiéis, chamou a atenção e lucrou com as marcas, mas deu um passo mais largo e estratégico, que foi criar a Boca Rosa Beauty, sua própria marca de cosméticos. Sua influência foi convertida em lucros milionários. Uma jovem que apenas maquiava em casa, que criou autoridade nessa área e que se tornou uma megaempreendedora. Um case.", exemplifica a especialista.

O estudo mostra ainda que a maioria dos criadores de conteúdo ouvidos (41%) tem menos de 40 anos e possui ensino superior completo (59%). A maior parte deles entrou nessa área movida pela chance de gerar novas formas de ganho (33%), mas outra parte considerável (24%) o fez pelo aumento de suas rendas.

Sobre perspectivas futuras no setor, 32% dos respondentes têm interesse em expandir seus negócios digitais para a venda de produtos físicos, sugerindo que o mercado de infoprodutos está se diversificando. Além disso, mais da metade (55%) dos produtores e co-produtores já utilizam ferramentas de Inteligência Artificial (IA) em alguma tarefa ou rotina de criação de conteúdo. Ainda sobre IA, a maior parte (83%) usa a tecnologia para criar ou editar imagens, seguido de criação ou edição de texto (80%) e áudio (27%).

“Os resultados indicam que a venda de produtos digitais contribuiu para a diversificação das fontes de receita desses produtores. Vimos também que os criadores de conteúdo passaram a usar mais ferramentas tecnológicas e a se formalizar como pessoa jurídica”, afirma Beatriz Pinheiro, pesquisadora da FGV Comunicação Rio que coordenou o estudo.

“O aumento da demanda por conteúdos desenvolvidos pelos creators vem fomentando a expansão da cadeia de serviços na Creator Economy, como design gráfico, edição de vídeo, gestão de redes sociais e análise de dados, incluindo ainda a criação de agências de lançamentos ou coprodução”, diz Nathalia Cavalieri, General Manager da Hotmart. “Esse crescimento dos trabalhos gerados só contribui para a visão de que o potencial do setor é enorme, e estamos apenas no início”, completa a executiva.

Na análise de Renatto Moreira, CMO da Ticto, plataforma de vendas online, apenas criar conteúdo não é suficiente para se destacar. Segundo ele, aqueles que realmente irão prosperar são os que utilizam sua influência para desenvolver negócios sólidos, com soluções robustas de vendas e cobranças.

“Isso envolve coletar e analisar dados sobre comportamento de consumo, além de preferências e tendências emergentes. Ferramentas analíticas podem revelar informações valiosas, orientando o desenvolvimento de produtos ajustados às expectativas do consumidor. Utilizar a influência também é o que realmente faz a diferença. Isso pode incluir parcerias e colaborações com marcas e outros criadores para ampliar seu alcance. Desenvolver e vender produtos próprios, como mercadorias, cursos online ou serviços personalizados também é um movimento efetivo, que oferece resultados promissores”, explica.

Ainda de acordo com Moreira, é essencial também trabalhar com marcas que se alinhem aos valores dos criadores e que queiram atingir seu público. Ele destaca ainda a importância de criar conteúdo autêntico e relevante para a manutenção das parcerias e a confiança dos seguidores.

“Para acompanhar as evoluções no conceito de Creator Economy, é preciso manter-se atualizado com as últimas tendências, mudanças de algoritmo e novas plataformas. Participar de conferências, webinars e cursos pode ajudar a aprimorar habilidades e conhecimentos. Afinal, a capacidade de adaptar rapidamente os infoprodutos com base em feedback e mudanças do mercado é crucial para manter a competitividade”, completa.