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Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2024 às 05:00
Buscar o equilíbrio da mente e o trabalho tornou-se pilar fundamental para as empresas. Inclusive, mudanças legislativas têm pressionado as organizações a buscarem caminhos que estimulem o cuidado. Uma das mais recentes e importantes é a Portaria 1.999, de 27 de novembro de 2023, que atualiza a lista de doenças do trabalho de 182 para 347. Ela põe o burnout e abuso de drogas, por exemplo, ao lado da ansiedade e depressão como enfermidades que podem ser adquiridas em ambiente corporativo. >
Outro exemplo para incentivar boas práticas corporativas é a criação de estímulos para instituições que incentivam o zelo à saúde mental dos colaboradores, por meio da Lei n° 14.831, sancionada em março deste ano. Ela prevê a concessão do Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental às organizações que geram mais bem-estar a seus funcionários. O reconhecimento a quem implementa ações para este fim torna o ambiente de trabalho mais saudável. Além disso, é o primeiro passo para colocar em xeque empresários que não se importam com isso.>
Apesar das legislações, a preocupação com a saúde dos colaboradores ainda não é tão evidenciada como política corporativa. Este fato pode ser comprovado por meio de pesquisa da Conexa, ecossistema digital de saúde integral, realizada com gestores e profissionais de recursos humanos de 767 empresas do País no segundo semestre de 2023. Das 1.589 pessoas que participaram do levantamento, 83% afirmaram ter ocorrido afastamento em sua corporação por doenças mentais dos colaboradores naquele ano.>
Segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), também em 2023, elaborado para identificar como as empresas cuidam da saúde mental dos funcionários, 54% dos entrevistados admitiram ter sofrido com transtorno mental e 63% disseram que não receberam apoio da liderança para lidar com a doença.>
Até há pouco tempo, os RHs recebiam muitos atestados, pedidos de licenças ou afastamentos por problemas físicos, como ortopédicos, cardíacos e oncológicos. Atualmente, boa parte dos afastamentos é por transtornos mentais. E não é pouca coisa. Em 2023, foram 288.865, alta de 38%, conforme dados do Ministério da Previdência Social.>
Qual o limite que a empresa tem de não invadir a privacidade do funcionário e fazer alguma intervenção de cuidado à saúde? >
Não divulgar informações pessoais ou médicas sem consentimento explícito do funcionário, incentivar a busca de ajuda de forma voluntária, abordar o assunto de maneira delicada e adequada, oferecendo suporte sem pressionar por informações pessoais.>
O que fazer com um colaborador que está sempre 'colocando' atestados médicos? Entrar em contato, não entrar em contato? E na volta deste colaborador ao trabalho, como recebê-lo? Como tratá-lo? >
Contactar o colaborador de forma respeitosa com objetivo de compreender suas necessidades e oferecer apoio adequado, além de, claro, evitar assumir que trata-se de um comportamento de má-fé. Ao receber o colaborador no retorno do atestado, trabalhar o ambiente de forma que não haja julgamentos de terceiros, além de recebê-lo com compreensão e profissionalismo.>
A empresa pode obrigar os funcionários a fazer terapia? >
Ninguém pode obrigar o indivíduo a fazer terapia, mesmo porque isso nem seria efetivo, O papel da empresa é muito mais efetivo sendo incentivador do acesso e promovendo um ambiente saudável e acolhedor onde o tema terapia não seja um estigma. Dessa forma, se torna natural e acessível, gerando busca de quem precisa.>
Criar um ambiente de trabalho que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional >
Flexibilizar horários >
Incentivar práticas saudáveis >
Oferecer recursos como programas de assistência, bem-estar e atividades físicas>
Campanhas de conscientização sobre saúde mental ajudam a reduzir o estigma e a promover a busca por ajuda profissional no tempo adequado >
Acesso a serviços de saúde >