Cientistas desenvolvem máquina para ler pensamentos

Pesquisa usa inteligência artificial para traduzir movimento do cérebro durante a leitura em experimento

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  • Flavio Oliveira

Publicado em 30 de dezembro de 2023 às 16:00

Nova tecnologia é capaz de traduzir sinais cerebrais em palavras Crédito: shutterstock

Uma nova tecnologia capaz de ler mentes, batizada de DeWave, está em pleno desenvolvimento na Austrália. O objetivo dos cientistas envolvidos no projeto é criar um sistema de inteligência artificial capaz de transformar ondas cerebrais em palavras. Um dos possíveis usos para a ferramenta é possibilitar uma melhor comunicação de pacientes de AVC e paralisia que perderam a fala. Outra possibilidade é a de controlar outras máquinas, com braços e garras mecânicas, apenas pelo pensamento.

O DeWave utiliza um eletroencefalograma (EEG) para ler as ondas cerebrais e decifrar os pensamentos silenciosos, transformando-os em palavras. Segundo reportagem da ScienceAlert - republicada no Brasil pelo site Universo Racionalista, dedicado à divulgação científica - a Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) já realizou testes com mais duas dezenas de pessoas. Elas vestem um boné com o EEG e leem textos silenciosos. A inteligência artificial do DeWave capta os movimentos cerebrais provocados pela leitura para transformá-los em texto.

Essa nova tecnologia, não invasiva, é mais barata que outras técnicas que também pretendem traduzir ondas cerebrais em linguagem, pois não exige cirurgias para implantar chips e eletrodos ou enormes máquinas de ressonância magnética. Além do preço, que as tornam quase impraticáveis, essas formas de leitura cerebral muitas vezes precisam usar rastreamento ocular para converter sinais cerebrais em pedaços de palavras. Já que se supõe que o cérebro faça uma pequena pausa entre o processamento de cada palavra.

Um dos desafios dos australianos é que a tradução da onda EEG bruta em palavras – sem rastreamento ocular para indicar a palavra-alvo correspondente – é mais difícil. Até porque os sinais cerebrais não são iguais para todas as pessoas (cada um lê de um ritmo, cada palavra pode ter diferentes significados para cada leitor).

Até aqui, o DeWave alcançou pouco mais de 40% de precisão, uma melhoria de 3% em relação ao padrão anterior para tradução de pensamentos a partir de gravações de EEG. A meta dos pesquisadores é melhorar a precisão para cerca de 90%, que é o mesmo nível alcançado pelos métodos convencionais de tradução de idiomas ou por softwares de reconhecimento de fala. O melhor resultado do DeWave é na tradução de verbos. Os substantivos, ressalta a reportagem, tendem a ser decodificados como pares de palavras que significam a mesma coisa, em vez de traduções exatas, como “o homem” em vez de “o autor”.

“Esta pesquisa representa um esforço pioneiro na tradução de ondas EEG brutas diretamente para a linguagem, marcando um avanço significativo na área (...) dos desafios, nosso modelo produz resultados significativos, alinhando palavras-chave e formando estruturas de frases semelhantes”, diz o cientista da computação Chin-Teng Lin, um dos envolvidos no projeto. “A tradução de pensamentos diretamente do cérebro é um empreendimento valioso, mas desafiador, que justifica esforços contínuos significativos”, completa.

Assim, desse modo, a humanidade segue avançado para sanar suas dores, mesmo que trazendo novos riscos. Nesse caso, o de revelar segredos inconfessáveis guardados até aqui no local mais seguro de todos: a mente.

Meme da semana

null Crédito: Reprodução

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Aviões movidos a cocô

Preocupados com a sustentabilidade do planeta e tendo em vista que as viagens de avião estão entre as diversas atividades poluidoras, químicos de um laboratório em Gloucestershire, na Inglaterra, transformaram cocô em querosene. Eles trabalham a ideia para a empresa Firefly Green Fuels.

Segundo reportagem da rede BBC, testes independentes realizados por reguladores internacionais de aviação determinaram que o resultado é quase idêntico ao combustível fóssil padrão usados em aviões (QUAV, querosene de aviação). Por outro lado, o combustível feito com fezes da Firefly tem uma pegada de carbono 90% menor do que o QAV.

James Hygate, CEO da Firefly Green Fuels, desenvolve combustíveis de baixo carbono em Gloucestershire há 20 anos. Ele diz que, embora o novo combustível seja quimicamente igual ao querosene de base fóssil, "não tem carbono fóssil; é um combustível livre de fósseis". "Claro que envolve energia (na produção), mas quando olhamos para o ciclo de vida do combustível, poupar 90% é inacreditável. Por isso, sim, temos de utilizar energia, mas é muito menor em comparação com a produção de combustíveis fósseis", comenta. "Queríamos encontrar uma matéria-prima de valor realmente baixo que fosse altamente abundante. E, claro, o cocô é abundante", completa.

A reportagem informa que o tráfego aéreo responde por cerca de 2% das emissões globais de carbono, que contribuem para as mudanças climáticas. Uma pequena fração, mas que cresce rapidamente. E eliminar o carbono da aviação é um grande desafio pois aviões comerciais acessíveis movidos a eletricidade ou a hidrogênio só serão realidade em décadas. Por isso, encontrar formas novas e mais ecológicas de produzir querosene sem utilizar combustíveis fósseis virou uma "corrida do ouro" global.

A principal atividade da Firefly Green Fuels é a venda de equipamentos para transformar óleo de cozinha em biodiesel. A corrida pelo "ouro” levou Hygate e seu sócio, o químico português Sérgio Lima a buscarem maneiras de produzir combustível verde para aviação. Eles tentaram usar óleos, resíduos de alimentos e restos agrícolas até chegar à atual fórmula que utiliza dejetos humanos. O que estamos produzindo aqui é um combustível com zero impacto", afirma Lima. "Isso é tão empolgante porque foi produzido a partir de uma matéria-prima sustentável, para a qual todos nós estamos contribuindo", ressalta.

Apesar da empolgação, a missão da empresa não é fácil. Hygate calcula que cada ser humano gere, anualmente dejetos suficientes para produzir 4-5 litros de biocombustível para aviação. Para um voo de ida de Londres para Nova Iorque seriam necessários os dejetos anuais de 10 mil pessoas. E o mesmo montante para voltar. Assim, o total de esgoto produzido no Reino Unido satisfaria cerca de 5% da necessidade total de combustível de aviação do país.

Pode parecer pouco, mas ele insiste na sua solução. "Existe uma exigência de 10% de combustível sustentável de aviação, isso é um mandato legal. E poderíamos atender metade disso com fezes".

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