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Andreia Santana
Publicado em 3 de maio de 2020 às 11:32
- Atualizado há 2 anos
Com exceção de profissionais de saúde ou trabalhadores em atividades de risco na construção e na indústria, dentre outras profissões que trazem sua cota de perigo diária, que já se habituaram com as máscaras por falta de opção, pouca gente deve se sentir confortável usando o item. >
Mas, a ideia quando se fala de uma pandemia não é garantir o conforto, mas a proteção de toda a sociedade. Quem usa a máscara tanto evita ficar doente, quanto e mais importante, não adoece outras pessoas.>
Infelizmente, nos dias que correm, para fazer o cidadão olhar para o lado, a força da lei precisa se impor, uma demonstração do quanto, independente dos mais otimistas anseios, as pessoas ainda estarem longe de olhar para o mundo como espaço coletivo e não um prolongamento dos próprios umbigos. Uso de máscara em vias públicas agora é obrigatório por lei em Salvador (Foto: Betto Jr./CORREIO) Se não for sacramentado no Diário Oficial e com fiscais vigiando espaços públicos como se todos vivessem em uma daquelas distopias da literatura, os desavisados saem de casa sem máscara, perambulam por locais cheios de gente, e retornam para casa carregando o vírus que contaminará primeiro a própria família e depois o bairro, a cidade, o país... É assim que nasce uma pandemia como a de agora.>
Essa semana, uma importante universidade britânica, a Imperial College de Londres, divulgou que no Brasil, cada pessoa infectada pelo Sars-CoV-2, espalha o vírus para outras três. É a maior taxa de contágio dos 48 países onde a crise do coronavírus é mais intensa e que foram estudados pela entidade. >
E por que tantos brasileiros espalham o vírus? Primeiro porque, mesmo sem necessidade, saem de casa. E quando saem, ainda vão sem proteção, por se julgarem imunes. Nem todo mundo pode ficar em casa, mas quem pode, deveria pensar mais no coletivo e fazer sua parte para ajudar no combate ao vírus. Se precisar sair, bota a máscara, é incômoda, até meio sufocante para algumas pessoas, mas é temporária e por uma causa muito nobre.>
Outros destaques da semana Entre 2017 e 2018, mais 836 mil baianos passaram a acessar internet exclusivamente por smartphone (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil) Conectados, mas sem computador>
Seis em cada 10 baianos só acessam a internet pelo celular, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) divulgada essa semana pelo IBGE. O que a princípio parece comprovar o quanto os baianos são super modernos e adeptos da tecnologia na palma da mão, na verdade mostra também o outro lado da moeda: somente três, de cada 10 lares na Bahia, possuem um computador pessoal, seja o já considerado arcaico desktop (o computador de mesa) ou o mais prático notebook. Segundo a pesquisa do IBGE, entre 2017 e 2018, aumentou de 51,4% para 57.7% o número de baianos que passaram a navegar na rede exclusivamente pelo celular. Ainda levando em conta a análise de Mariana Viveiros, analista de informações do instituto, o motivo tanto pode ser o preço menor e o fato do celular condensar diversas funcionalidades com a mobilidade, quanto o fato do computador, seja para compra ou reparos, ainda não ser acessível para toda a população.>
Dia das Mães magro>
O Dia das Mães deste ano será de gastos mais modestos, ou nenhum gasto, para muitas famílias. Por conta da pandemia e o fechamento do comércio devido às medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus, a estimativa é que ocorra uma queda de 36% nas vendas para a data, em relação a 2019. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA) calcula uma perda de aproximadamente R$ 500 milhões.>
Jovem morto na fila>
Um rapaz de 21 anos identificado como Luis Henrique, foi morto a tiros essa semana enquanto aguardava na fila da Caixa Econômica Federal, em Periperi, para sacar o auxílio emergencial de R$ 600 liberado pelo governo federal para ajudar trabalhadores informais sem renda durante a crise do coronavírus. Segundo a polícia, o rapaz teria reagido a uma tentativa de assalto. Além do risco de ficar doente devido a aglomeração, a violência também assusta a população. De 2240 respiradores previstos para serem entregues em abril, só 273 foram distribuídos (Foto: Divulgação) Compra cancelada>
O Ministério da Saúde anunciou que vai romper contrato de mais de R$ 1 bilhão com uma empresa chinesa que não entregou 15 mil respiradores necessários para atender aos pacientes com covid-19. O valor que seria pago pelos aparelhos não chegou a ser liberado. Um cronograma apresentado pelo MS mostra atrasos em entregas de respiradores. Em abril estavam previstas 2.240 unidades, mas só 273 foram distribuídas. Médicos nas UTis se desesperam.>
Total indiferença>
O presidente Jair Bolsonaro essa semana respondeu com um sonoro "E daí?" a um jornalista que perguntou sobre o fato do Brasil ter superado os mortos por coronavírus da China, país onde a pandemia começou. Nas redes sociais, a frase do presidente foi interpretada como destituída de empatia com as famílias das vítimas e sem a responsabilidade que se espera do chefe de uma nação diante de crise de saúde pública sem precedentes na história mundial.>
Cinco iniciativas solidárias na pandemia:Sabão para moradores de rua - A moradora da Pituba Ingrid Machado reuniu amigos para produzir sabão líquido caseiro a partir de receitas ensinadas na internet. As garrafinhas produzidas com as doações que o grupo consegue para comprar os ingredientes, são distribuídas para moradores de rua de bairros como Sete Portas, Aquidabã e Água de Meninos. Veja aqui como ajudar.>
Paróquia doa máscaras - Integrantes da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Valéria, estão confeccionando máscaras de tecido para doar aos moradores da comunidade e também do bairro de Palestina. O grupo recebe doações de tecidos e elásticos e costureiras voluntárias se organizam para produzir as peças de proteção contra o coronavírus. Quer ajudar também? Veja como.>
Música em troca de doações - O músico Luciano Silva, 55 anos, decidiu pegar seu saxofone e oferecer mini shows de 45 minutos em bairros de Salvador, em troca de alimentos e materiais de limpeza que depois ele encaminha para instituições de caridade da cidade. O artista já fez sessões na Pituba e Cidade Jardim. Saiba mais. >
Roupa usada vira máscara - A marca de roupas OCanto, criada pela cantora e advogada baiana Jamile Vieira, está transformando roupas usadas em máscaras de proteção para distribuir para pessoas que não podem comprar o item de proteção em Salvador. Quer doar peças ou ajudar de outra forma? Veja os contatos.>
Distribuição de quentinhas - A ONG Irmã Quelem criou uma campanha online para arrecadar doações para as pessoas que estão em dificuldades financeiras durante a pandemia. O grupo também distribui quentinhas nas ruas de Salvador semanalmente, em bairros como Engenho Velho da Federação, Alto das Pombas, Boca do Rio, Fazenda Coutos e Cajazeiras. Quer doar? Saiba mais.>