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Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2012 às 10:34
“...Tantas fez o moço, que foi pra panela”. Não, não é preciso criar uma pequena obra-prima da literatura ou inventar desculpas como fez o Vinicius, para levar o pato para a panela. O pato é ótimo. E de várias formas.Me lembrei dos patos escrevendo sobre os coelhos.Quem não gosta de ver um ou outro virando cozido, assado, refogado, deve estar se perguntando: o que tem esse cara contra bichinhos tão pacíficos. Nada. Absolutamente nada. Adoro os dois. E também perdizes, frangos, faisões, gansos, marrecos, marreca-piadeira e outros tantos bichos simpáticos. Mas se estiverem disponíveis, recém-abatidos ou congelados - e sinto muitíssimo pelos que vão fazer cara feia -, vão para a panela, sim.Eu fui criado em área rural. A caça era indispensável na alimentação. Uma ave leva a outra e... cada uma é melhor do que a outra. Tudo depende de quem faz.Caça No Sul do Rio Grande do Sul, até hoje é permitida a caça de algumas aves silvestres, como a perdiz e a marreca-piadeira e a marreca-caneleira. São as chamadas aves de banhado. Elas fazem um estrago medonho nas plantações de arroz e, por isso, a caça é permitida desde que respeitadas algumas regras, como, por exemplo, uma quantidade-limite por caçador.Antes não havia esse controle. Mas, na granja em que eu morava, não era permitida a caça pela caça. Só os funcionários podiam atirar. E a gente passava alguns meses mastigando com cuidado, porque poderia ainda haver algum chumbinho na carne. Me lembro que dava um trabalho danado para livrar as aves das penas. Depois... não há tempo que faça esquecer o sabor de uma ave silvestre bem alimentada e bem temperada.E o pato? Calma. Chego lá! Mas daqui a pouco.O Steinhauss, restaurante eleito pela Veja o melhor em comida alemã de Porto Alegre, e para mim ainda um dos melhores restaurantes que já entrei, servia uma marreca-piadeira frita na manteiga com um purê de frutas que nunca mais saiu da lembrança. Por força dos novos tempos de defesa dos animais silvestres, trocou a marreca pelo marreco. Domesticou o prato. Não ficou ruim. Mas nunca mais foi a mesma coisa. Enfim, relembranças à parte, o que importa é que, pela caça ou pela corrida atrás dos bichinhos, as aves sempre estiveram presentes na cozinha lá de casa e na casa dos meus bisavós. Italianos de Ascoli Piceno, Giácomo e Basilde trouxeram na bagagem receitas de ragus de aves (e até passarinhos), feitos com polenta cozida muito lentamente em panela de ferro e fogão a lenha, que eu gostaria de ter anotado quando a minha bisavó ainda vivia. E o pato? Ah, sim, o pato. Ele sempre estava ali, no quintal, batendo nas galinhas, fugindo dos galos e indo para a panela. Assado ou cozido e, depois frito em manteiga, a gente não recusava. Mas matar... eu, não! Nem o pato e nem as outras aves silvestres. Eu fui a muitas caçadas, fiz uma única tentativa de atirar escondido do meu pai com a arma passada pelos amigos dele. Quando ele descobriu, me deu um pito tão grande que nunca mais peguei em arma alguma. Nem nas de brinquedo. Mas nem por isso deixei de provar as receitas que os homens, no galpão da granja, ficavam testando com marrecas, marrecões e perdizes.E o pato? Ah, sim. Um pato dá para seis pessoas com parcimônia e para quatro com folga. Se for assar, proteja bem o peito para não ficar muito fibroso. Se for cozinhar, pense num bom molho que dê contraste. A carne é meio doce. E muito, muito saborosa. Se for fazer só peito, frite por três ou quatro minutos com a gordura virada para a frigideira e, depois, vire e frite por mais dois, três minutos. Tem que ficar rosada por dentro. Mas, se tiver tempo, não deixe de fazer um confit. Como são muitas receitas, estou sugerindo a de um mestre. O confit é ótimo porque você o deixa na geladeira pelo tempo que quiser. Está com vontade? Chegou visita? Retire uma coxa da geladeira, passe na frigideira e sirva com batatas ou uma salada e todos ficarão satisfeitos. Siga as regras, os detalhes, a receita e você terá uma comida inesquecível, se for acompanhada por um ótimo vinho e se seus amigos do peito estiverem junto. ReceitaCONFIT DE PATO(4 pessoas)Receita de Emmannuel BassoleilIngredientes4 coxas junto com as sobrecoxas de pato (confit)400 g de banha de porco300 g de sal grosso1 maçã ácida3 dentes de alho1 ramo de tomilho2 folhas de louro8 pimentas em grão amassadas no óleo de milhoPreparoDeixe as coxas e as sobrecoxas de um dia para o outro no sal grosso. Depois, retire o sal e lave-as. Derreta a banha de porco em uma panela. Junte o confit, a maçã cortada em quatro sem as sementes, os dentes de alho, o tomilho, o louro e as pimentas em grão. Cuide para que a gordura cubra o pato. Cozinhe em fogo baixo por cerca de duas horas. Retire a carne e frite-a em uma frigideira antiaderente com óleo de milho bem quente. Deixe a pele em contato com a gordura até ficar crocante.>
Alfredo di Roma lança serviços de eventoO Restaurante Alfredo di Roma acaba de lançar um serviço exclusivo para os clientes: o Alfredo Eventos. “O Alfredo Eventos levará toda a qualidade e credibilidade do nosso restaurante para eventos particulares, onde o cliente terá a oportunidade de ter um cardápio exclusivo, com todos os sabores do menu Alfredo e nossa excelência de serviço”, explica Mairton Oliveira.Segundo a coordenadora de eventos do restaurante, Mariana Mesquita, o menu será personalizado e atenderá a todas as necessidades do cliente. “Assim como o orçamento, que será montado segundo a preferência do cliente. Ele terá a opção de um menu buffet ou a la carte, contando com a oportunidade de ter o chef Mairton em seu evento”, detalha Mariana.>