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Publicado em 21 de junho de 2025 às 05:00
A inteligência artificial está rapidamente se consolidando como um vetor central de transformação em todo o mundo. Estados brasileiros como Goiás e Piauí já compreenderam esse movimento e estão assumindo protagonismo. A Bahia precisa seguir esse caminho. >
Goiás instituiu a primeira legislação estadual de fomento à IA do país. A lei cria estruturas para democratizar o acesso à tecnologia e fomentar inovação com responsabilidade. >
Entre os pontos mais relevantes, destaco: >
• A criação do Centro Estadual de Computação Aberta e Inteligência Artificial, que disponibiliza poder computacional para pesquisadores, empreendedores e órgãos públicos. >
• A implementação do Sandbox Estadual Permanente de Inteligência Artificial, um ambiente regulatório seguro para a experimentação de soluções inovadoras. >
• A regulamentação de Agentes Autônomos e da IA Embarcada, antecipando desafios relacionados à segurança, responsabilidade e transparência. >
• A garantia de direitos frente a decisões automatizadas; >
• A criação do Núcleo de Ética e Inovação em IA (NEI-IA), uma instância multissetorial que assegura governança democrática e orientada por valores. >
No mesmo sentido, o Piauí foi o primeiro estado a criar uma Secretaria de Inteligência Artificial e Economia Digital, institucionalizando o compromisso com o desenvolvimento da IA. A secretaria lidera iniciativas como a inclusão de disciplinas de IA no currículo escolar e programas de inovação aberta, especialmente na segurança pública. >
Essas ações refletem uma leitura estratégica: os maiores benefícios da IA não ficarão com quem apenas consome a tecnologia, mas com quem a constrói. Os “builders” — desenvolvedores, pesquisadores, empreendedores e gestores públicos que criam, adaptam e governam sistemas de IA — são os protagonistas nessa nova economia. >
Estudo da PwC estima que a IA poderá adicionar até US$ 15,7 trilhões à economia global até 2030. No mercado de trabalho, um levantamento da Goldman Sachs sugere que 300 milhões de empregos poderão ser impactados pela automação com IA. >
O que isso significa para a Bahia? Significa que precisamos construir uma estratégia estadual para a IA, que avance para políticas públicas robustas, formação de talentos, infraestrutura de computação e fomento ao empreendedorismo. >
Esse movimento demanda a articulação entre governo, universidades, setor privado e sociedade civil em torno de uma agenda comum. >
O movimento de Goiás e do Piauí mostra que é possível criar políticas públicas inovadoras e inclusivas, que ao mesmo tempo protejam direitos e incentivem a experimentação e o empreendedorismo. A Bahia deve seguir este exemplo. >
Lucas Reis é doutor em Comunicação, Fundador da Trezion e da Zygon, e Presidente da Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP)>