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O Oceano: o verdadeiro pulmão do Planeta

O fitoplâncton marinho produz, sozinho, mais oxigênio do que todas as florestas do mundo juntas

Publicado em 19 de junho de 2025 às 05:00

Oceano
Oceano Crédito: Shutterstock

Quando se fala em “pulmão do planeta”, a maioria das pessoas pensa imediatamente na Floresta Amazônica. No entanto, embora a importância da Amazônia seja indiscutível, o verdadeiro pulmão da Terra encontra-se no oceano. Cerca de 50% do oxigênio que respiramos vem dos mares, produzido por minúsculos organismos chamados fitoplânctons, que realizam a fotossíntese e liberam oxigênio assim como as plantas terrestres. 

Estudos indicam que o fitoplâncton marinho produz, sozinho, mais oxigênio do que todas as florestas do mundo juntas. Além disso, os oceanos absorvem 90% do calor excedente liberado na atmosfera e cerca 30% do dióxido de carbono (CO₂) emitido pelas atividades humanas anualmente, atuando como um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, funcionando como um imenso regulador do clima global.

Infelizmente, essa função vital está sob ameaça. O excesso de CO₂ está acidificando os mares e aquecendo a água, o que afeta a biodiversidade marinha e os serviços ecossistêmicos. Essas mudanças ameaçam a segurança alimentar e contribuem para o aumento do nível do mar devido ao derretimento das calotas polares e expansão dos oceanos.

O aquecimento dos oceanos fornece mais energia para furacões, ciclones e tempestades tropicais, tornando as áreas costeiras e comunidades ribeirinhas mais suscetíveis a enchentes, erosões e perdas econômicas.

O derretimento do gelo nas regiões polares pode desacelerar ou alterar sistemas cruciais, como a circulação termohalina, que regula o clima global, ou provocar um colapso nas correntes marinhas, causando invernos mais rigorosos na Europa e secas prolongadas nas regiões tropicais.

A 3ª Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, realizada em Nice, na França, de 9 a 13 de junho de 2025, deixou uma mensagem clara: a saúde dos oceanos é fundamental para a vida na Terra. Se os oceanos colapsarem, o clima, a segurança alimentar, a biodiversidade e a economia global também colapsarão.

Apesar dos desafios, ainda há tempo para agir. A Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021–2030) oferece uma oportunidade única de integrar ciência, políticas públicas e sociedade civil na preservação dos mares.

Proteger o oceano e os ecossistemas costeiros é essencial não apenas para a biodiversidade marinha, mas também para o futuro climático do planeta. Investir na conservação e restauração desses habitats é uma das formas mais eficazes e naturais de enfrentar a crise climática. Afinal, o oceano sustenta não apenas a vida marinha, mas toda a vida na Terra.

O oceano respira por nós. Que sejamos, agora, o sopro que ele precisa.

Ivan Euler Paiva é Mestre em engenharia ambiental urbana e Secretário de sustentabilidade, resiliência e bem-estar e proteção animal de Salvador