Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O brio ferido e a ferida de amor: Vitória minha vida!

Leia artigo de Paulo Leandro

  • Foto do(a) author(a) Paulo Leandro
  • Paulo Leandro

Publicado em 30 de agosto de 2023 às 05:05

Paulo Leandro
Paulo Leandro Crédito: Angeluci Figueiredo

Qual o motor mais potente das nossas escolhas, aquele afeto malocado nas grotas úmidas e cavas quentes do id, gerador do brio (beijo na careca) ou aquele gerado por amor?

Quem acredita no brio vai mobilizar as forças cegas dos nossos jogadores diante do Girassol – não vou deixar de chamar o visitante de uma flor tão linda em vez do nome paulista sem graça.

Serão portanto milhares de flores, e o Barradão será mais uma vez o lindo jardim do amor no qual rubro-negras e rubro-negros inéditas, irrepetíveis e felizes abraçam-se, agarram-se e até dão colada pois o tesão do clube é foda.

Nasce é filho no Barradão! Eu mesmo tenho quatro dos cinco: Renata (“A Decana”), agora mestra em Cultura e Sociedade (Viva!), nasceu antes de o estádio ser capinado por Paulão, Ademarzinho, Seijo, Maneca e Waltércio!

Pais e mães gozam em duo, eterno retorno: toca Sergei Gainsbourg e Jane Birkin, nananã nananam nãnã... jeteime... oh monamur... muá non plus... uma onda incontrolável... tu vás e tu viens... jeteme vitorrriá... taram rã rarã...rararã...

Fora putaria de fuck music, mesmo sendo sexta uma noite muitíssima esperada durante toda a semana para Éros virar philia, vamos voltar à porra da pergunta central do texto, se o afeto mobilizador das escolhas é o brio ou o amor.

Eu descarto a opção do amor, tema de O Banquete, de Platão, em festa conduzida por Sócrates, na qual cada conviva arrisca definir love, clássico desconhecido de geral neste país-booosta, biltres desde o rei à putinha traíra.

Digam-me como uma cidadania se dá ao desleixo de jamais ter lido sequer um dos 35 diálogos de Platão, ao menos o Banquete, uma delícia de aporia, o orgasmo filosófico de não termos resposta.

As preliminares da boa pergunta são gostosas em vez de terminar logo para tragar um caporal amarelinho sem filtro, mas só para quem parou de fumar oficialmente. (Nelsinho e Sedinha, nosso “atruá” ainda tá de pé, heim?).

Os donos do poder de comunicar com muita capacidade sofística, não importa a verdade socrático-platônica, vão encher a bola dos nossos iuris, nossos arcanjos (nome apropriadíssimo), nossos leos e leoas, enfim...vão sacanear!

Quer ver, verifique quando você está com alguém cuja habilidade de te elogiar e te fazer acreditar ser o maior e que me possuis (beijo, Gal), aí mora o perigo, pois é só um ardil, fala mais alto a maldade inatista, imanente e reminiscente.

Não entre nessa! E nessa humilde aqui só se for apetecível, inteligente e confiável! Fira levemente o nosso brio, encontrando algum defeitinho na saída de bola, precisamos melhorar os deslocamentos, e outros blobloblós.

Jamais caiam na besteira de considerar o “amor romântico” uma força superior a do brio, pois se fizermos uma arqueologia, os baixos instintos são campeões e invictos.

O casal em ruínas, por antecipação, é porque um dos dois está em traição e quer transferir a sua culpa, descarada e escrotamente, para o outro, inocente, vendo nele, ou por delírio persecutório ou por patologia mais grave, uma “fera”.

Não subiu ainda não, guarde o cialis. Aliás, nunca ganhamos nada. Embora ache título uma besteira, eu curto mais o ano de 1899, por sinal, tiraram do distintivo, uma burrice, pois Vitória e história são um só.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.