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A mamata milionária, o rei do baratino e o medo do PT baiano do debate sobre segurança

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 05:00

Gastos com diárias dos gabinetes de Jerônimo e Geraldo Jr. disparam
Gastos com diárias dos gabinetes de Jerônimo e Geraldo Jr. disparam Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Os gastos com diárias do gabinete do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) atingiram a elevada marca de R$ 1 milhão no mês passado. O número já se aproxima do recorde de R$ 1,24 milhão de gastos por ambos os gabinetes em 2024, maior valor aplicado em diárias em apenas um ano no governo, conforme dados da própria Transparência do governo. O número de 2025, só para se ter uma ideia, é mais do que o dobro em comparação com 2022.

De maestro a ‘rei do baratino’

O humor da classe política parece estar mudando com o secretário de Relações Institucionais do governo Jerônimo, Adolpho Loyola (PT). Figura que antes era celebrada e já chegou até a ser chamada de maestro da articulação política, ele agora vê a sinfonia desafinar. E não é para menos, muitos prefeitos e lideranças começam a dar sinais de inquietude ao ver que as promessas e convênios amarrados na sala do mister simpatia simplesmente não saem do papel. Aqueles que antes elogiavam a acolhida, agora cobram resultados concretos. Entre os mais chateados com o descompasso da orquestra, já circula até a resenha de que o maestro virou o “rei do baratino”.

O voto que ninguém segura

Pesquisas encomendadas por prefeitos aliados acenderam o sinal amarelo no núcleo político do governador Jerônimo Rodrigues. Os levantamentos internos mostram que, em diversas cidades onde o petista venceu com folga em 2022, a vantagem sobre ACM Neto (União Brasil) diminuiu consideravelmente. Mais preocupante ainda: o poder de transferência de votos dos prefeitos, medido pela pergunta sobre votar ou não no candidato apoiado por eles, caiu de forma acentuada. Em municípios onde o governador tem presença constante e prefeitos bem avaliados, o eleitorado começa a mostrar independência. A leitura entre aliados é dura: a política de “prefeito como fiador de voto” parece estar presa numa bolha, e o governo começa a perceber que, nas urnas, ninguém segura o voto do povo.

O alvo

O intenso debate nacional em torno da segurança pública após a mega operação contra uma facção criminosa realizada no Rio de Janeiro tem causado apreensão no governo Jerônimo e em lideranças petistas do estado. Desde que o tema tomou conta do debate nacional, a situação da Bahia está recorrentemente na pauta da imprensa e até em discursos políticos, que usam o exemplo do estado como negativo. Os próprios petistas admitem que a situação gera desgaste, visto que a Bahia é, ano após ano, o estado mais violento do Brasil, superando inclusive o Rio de Janeiro. Governistas que antes diziam que a violência não tirava voto, agora já colocam as barbas de molho.

Pérola

Nesse tema da segurança pública, Jerônimo decidiu nesta semana participar do chamado “Dia D de devolução de celulares recuperados” pela Polícia. Um observador da política baiana não perdeu a oportunidade: “também pudera, não tem o que entregar, vai devolver celular”. Outro, ainda mais irônico, lembrou: “era bom alguém dizer ao governador que, melhor do que devolver, seria impedir que os celulares fossem roubados”.

Impaciente

Secretário no governo Jerônimo, o deputado licenciado Angelo Almeida (PSB) criticou o governo Lula (PT). Em publicação nas redes sociais, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico cobrou do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) medidas em relação ao tráfego de caminhões, carretas e ônibus na BR-116, no sentido Salvador, de forma que sejam direcionados para o trecho duplicado do anel viário de Feira de Santana. Disse que a situação atual da rodovia, que é federal, é caótica e tende a se tornar insustentável se nada for feito.

Sarrafo baixo

A Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz-BA) apresentou como positivo o Resultado Primário do segundo quadrimestre de 2025, que alcançou R$ 493 milhões. O número, no entanto, representa uma queda expressiva em relação aos R$ 3,13 bilhões registrados no mesmo período de 2024, representando uma redução de mais de seis vezes. Mesmo assim, o governo comemorou o desempenho, já que a meta oficial previa um déficit de R$ 1 bilhão. O resultado primário, que mede a capacidade do Estado de honrar sua dívida considerando apenas receitas e despesas fiscais, acabou servindo de alívio técnico para a Sefaz, já que a expectativa era fechar no vermelho. Em termos práticos, a Bahia celebra apenas o fato de não ficar no negativo.

Lente vermelha

Mesmo assim, nas últimas semanas, o governo alardeou que a Bahia ultrapassou São Paulo e virou líder nacional em volume de investimentos, com R$ 4,12 bilhões em 2025. O número impressiona à primeira vista, mas perde força quando comparado ao total de despesas do Estado. Em 2023, os investimentos representavam 11,15% dos gastos; em 2024, 9,67%; e, agora, apenas 8,55%. Enquanto o total de despesas saltou para R$ 48,2 bilhões, o investimento ficou praticamente estagnado. Na prática, o Estado gastou mais, mas investiu proporcionalmente menos. O discurso de liderança, portanto, depende de qual lente se usa para enxergar o dado.

Veja bem

Mas nem mesmo os aliados mais aguerridos embarcaram de cabeça no indicador. Durante uma audiência pública com o titular da Sefaz, Manoel Vitório, esta semana na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) tratou o discurso com uma dose generosa de cautela, considerando que o desempenho baiano precisa ser visto à luz de fatores sazonais, como os repasses do Fundeb, e da desaceleração de estados maiores. Num sincericídio raro, o petista admitiu que a liderança pode refletir mais uma freada paulista do que um salto baiano.

O empresário e o blogueiro

O povo de Camaçari anda querendo saber quem é o poderoso empresário que é considerado o verdadeiro prefeito da cidade. Segundo apurou a coluna junto a políticos locais, o homem de Guarajuba manda e desmanda no município e tem forte influência sobre o prefeito Luiz Caetano (PT), chegando inclusive a comandar pastas fortes na gestão com total autonomia. Mas o prefeito Caetano não parece muito preocupado com isso, visto que anda com tempo para financiar blogueiros para atacar o CPF de quem nada tem a ver com as peripécias de Camaçari.