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O tiro no pé de Jerônimo, a faca no pescoço e as articulações de ACM Neto para 2024

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  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 22 de março de 2024 às 05:00

Jerônimo Rodrigues também foi questionado sobre o aumento do ICMS, mas não respondeu
Petista criticou as unidades de saúde do próprio governo estadual Crédito: Mateus/SecomGOVBA

Tiro no pé

Sabe aquela máxima que diz ‘nada é tão ruim que não possa piorar’? Pois ela se encaixa perfeitamente ao discurso do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo publicado pela imprensa local, ele criticou o serviço das policlínicas dos bairros de Narandiba e Escada, em Salvador: “se estivesse funcionando e atendendo as pessoas, com certeza muitos não precisariam ir para as feiras de saúde”. O problema é que as unidades citadas são de responsabilidade do próprio governo do estado. Jerônimo criticou a si mesmo.

Dobrando a meta

Já se comenta que Jerônimo superou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também muito famosa pelas escorregadas discursivas. O governador acumula uma série de gafes, como quando disse que ia combater a seca com milho e afirmou que a proibição das pistolas de água era uma importante medida de segurança. E mais recentemente, sobre a educação do estado, bradou que “escola que reprova é autoritária e preconceituosa”, ao defender a aprovação em massa, e disse ainda que “analfabetismo é uma doença da ignorância”. Do jeito que vai, Jerônimo não vai só atingir a meta, mas vai “dobrar a meta” de trapalhadas. Forças ocultas já dizem que Jerônimo quer tirar do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), o título dado por Lula de “Dilma de calças”.

Faca no pescoço

O diretor-superintendente da Sufotur, Diogo Medrado, e o presidente da Conder, Zé Trindade, estão sendo pressionados a assumir a coordenação da campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) em Salvador. Segundo apurou a coluna, houve um comando direto do governador Jerônimo Rodrigues (PT), sob pena de serem retirados do governo. O que se comenta é que a investida faz parte de uma estratégia para enquadrar o ministro Rui Costa e os seus poucos seguidores - Medrado e Trindade.

Presença garantida

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente eleito do União Brasil, ACM Neto, já definiu que terá posição clara de apoio nas grandes cidades da Bahia. Onde houver mais de um nome do seu campo político, ele vai tentar aglutinar as forças locais com regras bem definidas a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas. A aliados, Neto já descartou a possibilidade de se omitir ou ausentar das campanhas nessas cidades.

Critério

Já nas pequenas e médias cidades, ACM Neto tem dito a deputados que o apoio do União Brasil a candidatos a prefeito de partidos da base do governo estadual não será livremente permitido. A prioridade será apoiar postulantes de legendas que não integram a aliança petista. O ex-prefeito de Salvador avisou também que as exceções serão avaliadas caso a caso, o que não significa que necessariamente Neto terá que dar o aval para isso acontecer.

Posição fortalecida

Por falar em ACM Neto, ele acumulou ainda mais força no desfecho da saída de Luciano Bivar da presidência nacional do União Brasil. Contudo, vai cair do cavalo quem apostar em qualquer falta de alinhamento entre Neto e o novo presidente da legenda, Antônio Rueda. Além de estarem muito afinados, Neto vê em Rueda o grande ponto de convergência do partido e capacidade de conduzir um projeto nacional de peso para 2026.

De olho em 2026

O União Brasil começa a se organizar para projetar o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como possível pré-candidato à Presidência da República. Diante da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da dúvida sobre o caminho do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), Caiado pode se tornar uma forte opção para o campo do centro e da direita no Brasil para 2026.

Em alta

Uma pesquisa interna feita pelo PP em Vitória da Conquista já aponta a prefeita Sheila Lemos (União Brasil) na frente de seus dois principais concorrentes. Os números, dizem aliados dela, são crescentes.

Maguila nas cordas

A coisa não anda nada boa para o prefeito de Correntina, Nilson José Rodrigues, o Maguila (PCdoB). Por lá, já se comenta que, se a eleição fosse hoje, Maguila estaria nas cordas e o juiz já teria iniciado a contagem regressiva para decretar o knockout do grupo do comunista. O cenário é de terra arrasada para o prefeito: dos 13 vereadores da cidade, 9 já apoiam seu principal adversário, Mariano Correntina (União Brasil), com direito ao presidente da Câmara, Negão de Satú, eleito em 2020 no mesmo partido de Maguila.

Ferida aberta

Apesar da votação expressiva na PEC da reeleição, com 56 votos favoráveis, o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), abriu uma ferida no seio do governo Jerônimo. O próprio governador disse que a medida é “preocupante”, a bancada do PT esperneou, embora tenha votado pela aprovação, e aliados do PSD deram sinais de que a articulação de Adolfo pode gerar efeitos colaterais indesejados. Exemplo disso foi a saída do deputado Eduardo Alencar do plenário no momento da votação, a partir de uma orientação que teria vindo do seu irmão e cacique do PSD, senador Otto Alencar.

Caixinha de lenço

Adolfo pareceu desconsiderar o perigo e ainda ironizou a ausência de Alencar. “O deputado Eduardo Alencar não está na Casa. Por favor, dê uma caixinha de lenço ao deputado Eduardo Alencar”, disse o presidente, aos risos, enquanto comandava a votação. No final da sessão, um aliado disse que o presidente “não deveria ter cutucado a onça com vara curta”.