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Um raio-x com Andréa Silva, a nova cara do Bahia Meio Dia: 'Sempre fui pouquíssimo vaidosa'

Ela chega à bancada para ocupar o lugar que era de Jessica Senra trazendo sua experiência de três décadas de jornalismo

  • Foto do(a) author(a) Osmar Marrom Martins
  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 8 de abril de 2025 às 09:12

Um raio-x com a nova cara do Bahia Meio Dia: 'Sempre fui pouquíssimo vaidosa'
Um raio-x com a nova cara do Bahia Meio Dia: 'Sempre fui pouquíssimo vaidosa' Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Dos 52 anos da jornalista Andréa Silva, 31 são dedicados à profissão. A simpatia da profissional que diariamente entra na casa dos baianos faz da profissional, formada pela Faculdade Social da Bahia, uma das jornalistas mais queridas da TV baiana. O que se comentava nos bastidores foi consolidada quando a TV Bahia anunciou seu nome como substituta de Jéssica Senra. Num fato inédito, em tempos de Internet e redes sociais, a emissora conseguiu segurar essa informação. Houve muitas especulações e nomes como o de Camila Marinho e Val Benvindo que era da Bandeirantes foram ventilados. Mas, no final, deu Andréa Silva.

De funcionários da TV, a colegas de outras emissoras e o público geral, todos aplaudiram a escolha. E Andréa chegou chegando. Em poucos dias, o Bahia Meio Dia consolidou sua liderança, unindo a experiência dela com o carisma de Vanderson Nascimento. O CORREIO foi ouvir Andréa, para saber de suas expectativas, sobre como ela vai encarar esse novo desafio e o que essa mudança de repórter para apresentadora impactará em sua carreira. Elegante como sempre, ela respondeu a todas as perguntas e mandou um recado: “Quero ter voz forte, firme, me indignar, cobrar, ter atitude e também leveza em minhas ações”

CORREIO - O anúncio de seu nome para substituir Jéssica Senra no Bahia Meio-dia foi festejado não só pelos colegas da Rede Bahia como até por profissionais de outras emissoras. Você esperava essa repercussão tão positiva?

ANDRÉA SILVA - Quando fui convidada para estar ao lado de Vanderson Nascimento, imaginei ser recebida com carinho sim, mas, em momento algum, passou pela minha cabeça essa repercussão tão positiva, com tantos colegas, amigos, telespectadores se emocionando junto comigo. Eu fiquei muito feliz, foi muito mais do que uma chegada para começar um novo desafio, foi uma homenagem, um presente de Deus.

CORREIO - Como é encarar o desafio de ser repórter e passar a ser apresentadora de um dos mais importantes telejornais da TV baiana?

ANDRÉA SILVA - Dá um frio na barriga, é como um início de carreira, quando você se sente desafiado. Mas, iniciar algo novo no mesmo lugar onde estou há 29 anos, tem o prazer da renovação, de ressignificar uma caminhada. Sou repórter há 31 anos e, por mais que no passado eu tenha vivido essa rotina de estúdio, hoje é tudo muito diferente, mais vibrante, mais participativo, mais desafiador mesmo. Mas é importante deixar claro que eu tenho a plena consciência de que a essência é a mesma. Ser repórter, editor, apresentador, produtor, exige de cada um de nós buscar a notícia, tratar a notícia com ética, com respeito ao telespectador e tendo compromisso com a verdade. São lições que a gente aprende na rua, na redação, no estúdio, na ilha de edição. Por isso, entrei no estúdio no dia da estreia falando que a Andréa Silva agora apresentadora é a mesma que sobe e desce do buzú, entra e sai das comunidades, toma cafezinho nas madrugadas em esquinas de Salvador. A razão de tudo é a notícia como o propósito de quem sabe mudar vidas, e isso eu faço com responsabilidade desde o primeiro dia que segurei um microfone na frente de uma câmera.

CORREIO - E essa parceria com Vanderson Nascimento. Como vai ser esse bate-bola?

ANDRÉA SILVA - Vai ser todo dia um aprendizado, disso eu tenho certeza. Vandersson é um amigo querido, um apresentador amado pela Bahia e que ajudou muito a fazer do Bahia Meio Dia um compromisso com as famílias na hora do almoço. Ele tem o jeito da nossa gente, fala como a gente conhece muito bem o que a gente gosta. Eu chego com minha vivência de rua, levando para as edições do BMD um pouco da minha realidade também, de vida simples, de leveza para encarar as coisas mais duras. Chego com o coração aberto para aprender e dividir o meu conhecimento com toda a equipe. Na hora do jornal eu sinto como se em cada mesa de almoço, ou no sofá da sala, na recepção de um consultório, no celular ligado no transporte público, dois lugares ficassem prontinhos para a gente. E eu não tenho nenhum problema em pedir licença e dizer que quero trocar experiências, quero falar firme, quero elogiar, quero reivindicar junto com o telespectador, também estarei sempre pronta para agradecer. Essa é a minha escolha para viver um novo ciclo na missão que é o jornalismo.

CORREIO - O que muda na rotina de uma repórter para a apresentadora?

ANDRÉA SILVA - Muita coisa! Primeiro o despertador que tocava as 3:20 da manhã passou para 5h. O café que era na padaria agora tomo em casa. A propósito disso, sentirei muita saudade dos encontros com meus colegas cinegrafistas, repórteres e motoristas na hora do café (fiquem certos que de vez em quando vou dar uma fugida porque para sempre esse será o nosso melhor divã). Sobre a rotina produtiva, passo a lidar com as notícias na redação, tendo muita gente ao redor para debater, tirar dúvidas, dando as minhas sugestões e análises também.

Passo a participar de reuniões, isso também é importante porque posso entender as necessidades por outros ângulos. No mais, é cuidar do visual. Nesse particular, tenho um pouco de dificuldade, eu sempre fui pouquíssimo vaidosa. Aliás acho que para sempre serei cuidadosa com minha saúde ao extremo e discreta no quesito vaidade. Para minha sorte, estando no estúdio tem as queridas Rose Brito, nossa Barbie (maquiadora), e Talita, (estilista), que pensam cuidadosamente na maquiagem, cabelo e no figurino que ando vestindo, largando o tênis branquinho, uma calça preta e camisa confortável.

Tem uma prática que considero fundamental, absolutamente indispensável, que é a troca de ideias e de informações com os colegas que estão na rua. Ligar , mandar mensagem, falar com os colegas algumas vezes pela manhã, perguntar… É preciso deixar muito claro que são os nossos repórteres e cinegrafistas, com apoio de quem nos leva pra cima e pra baixo dentro de um carro ou de moto, que fazem o BMD acontecer. Então, eu quero me comunicar com eles para entender onde estão, o que posso falar chamando cada um na hora da entrada ao vivo, assim garanto um cuidado fundamental que é não entregar toda a notícia e, sim, trazer um elemento forte, certa de que o colega repórter tem todo o complemento impactante. Isso faz muita diferença no produto final.

CORREIO - Você tem preferência por dar um certo tipo de notícia, ou como apresentadora não existe gosto pessoal?

ANDRÉA SILVA - Claro que existem preferências, mas elas não definem a rotina, muito menos a realidade da vida. Eu gosto de matérias ou notícias, de prestação de serviço e contação de histórias da vida real. Já contei muitas e sempre me honra poder ser porta voz de quem precisa utilizar a mídia para ter direitos garantidos, conquistas. Nesses 29 anos de TV Bahia, me orgulho de ter feito parte da competente equipe que deu vida ao quadro desaparecidos na praça da Piedade, querido professor Carlos Elízio Libório, o amigo maravilhoso Casemiro Neto, Nubia Tawil, que por anos foi nossa editora.

Ah, quantos encontros me emocionaram, quantas vezes recebi abraço e afeto por estar na praça ao vivo toda quarta feira. O buzú também será para sempre uma marca na minha carreira, adoro os perrengues em linhas lotadas, as histórias, as reivindicações, tudo ao vivo. A ideia foi do querido Glauber Mateus, quando era nosso editor, e a tecnologia avançada permitiu e, cada dia, permite mais, que a gente faça televisão no buzú, no metrô… A vida exatamente como ela é, isso eu adoro. Mas sei que, no dia a dia, as notícias de violência, são inevitáveis e a gente tem a responsabilidade de mostrar tudo o que a população enfrenta sempre com ética e respeito.

CORREIO - Qual vai ser sua marca como apresentadora do Bahia Meio-Dia?

ANDRÉA SILVA - A minha marca é da repórter raiz e que leva a sério. Aliás, tem como mantra a frase que disse na estreia: para sempre terei os dois pés fincados no chão. A minha leitura sobre isso é que serei sempre a mesma Andréa que descobriu no jornalismo uma missão de vida e que sempre pautou a própria rotina de vida como exemplo de retidão e ética. Quero ter voz forte, firme, me indignar, cobrar, ter atitude e também leveza em minhas ações

CORREIO - Há quanto tempo você exerce a profissão e onde tudo começou?

ANDRÉA SILVA - Sou repórter há 31 anos. Comecei em Itabuna, minha terra natal. Era estudante universitária, de família muito simples. Meu pai era motorista de caminhão e minha mãe fazia doces e salgados por encomenda, além de ser merendeira de escola pública. Eu precisava trabalhar, quando surgiu uma chance de ser auxiliar de produção na TV Cabrália, em 1994. Fui e abracei com garra. Logo que me senti acolhida pedi para sair com os repórteres no turno oposto ao meu, queria aprender. Um dia, na ausência inesperada de um deles, fiz a minha primeira reportagem. Dia de São José, padroeiro da cidade. Depois, nunca mais parei. Com sete meses de TV Cabrália fui chamada para trabalhar na TV Itapoan onde fiquei por um ano. Em 1996, cheguei a TV Bahia, sempre com a responsabilidade de estar na rua. Por um período, fiz estúdio, cobrindo férias de colegas excepcionais como a maravilhosa Kátia Guzzo, no BATV. Também fiz Rede Bahia Revista, mas sempre intercalando rua e outras oportunidades dentro do jornalismo.

CORREIO - Quem é Andrea Silva fora da telinha? Qual sua rotina quando não está trabalhando?

ANDRÉA SILVA - Sou mãe de dois filhos maravilhosos. Minha maior riqueza nessa vida é a minha família. Sou casada com um repórter cinematográfico, um paulista que é mais baiano que eu, falo sempre isso lá em casa. Ricardo Artner foi um dos meus mestres nessa vida profissional, é meu amor e parceiro de todos os momentos. Fora da TV sou dona de casa, e do tipo que faz tudo mesmo. Não temos funcionário, é estilo se vira nos 30. A galera lá me ajuda muito, mas casa de três homens e uma única mulher não é nada fácil (risos).  Mas sou apaixonada por minha rotina de organização em casa, na cozinha, nas compras, em tudo que diz respeito a manter a vida da família em ordem. Gosto de ficar em casa, de ler, de ver TV, de curtir meus filhos e o maridão. Sou cuidadosa e dedicada à minha saúde e a vida espiritual também. Sigo rigorosamente o que considero os ensinamos de Deus para uma vida equilibrada e em paz. Outra curtição são as idas ao mar. Meu marido tem um veleirinho e navegar é o nosso refúgio, nossa válvula de escape. É isso, relato de uma vida simples, leve e em paz.

CORREIO - Quais são suas perspectivas futuras?

ANDRÉA SILVA - Sobre o futuro do jornalismo, acho que teremos cada dia mais acesso rápido à notícia e às informações, mas jamais perderemos a velha máxima que é ter fontes, consultar as fontes certas e checar mil e uma vezes a informação.