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Priscila Natividade
Publicado em 13 de julho de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Após a divulgação pelo poder público dos protocolos de retomada que irão definir o processo gradual de retorno às atividades na Bahia, os principais setores econômicos começam a se mobilizar, mesmo que não haja ainda uma data definida para a reabertura dos negócios. E o bolso do consumidor também vai ter que se preparar para sair desse isolamento após quatro meses em quarentena.>
Segundo um levantamento feito com exclusividade pelo IPC Maps para o CORREIO, as despesas que mais devem comprometer as finanças das famílias no processo de retomada será com a moradia, o que envolve pagamento de aluguel, contas de água, luz, telefone, tevê por assinatura e demais despesas referentes a moradia. O IPC Maps é especializado na realização de cálculos de potencial de consumo nacional.>
Em segundo, vem a categoria “Outras Despesas”, como cabeleireiros, manicures, alimentação e cuidados com pets, cartórios, serviços de cópias e, principalmente, pagamento de prestações de compras feitas a prazo, através de carnês e cartões de créditos.>
“Analisando o potencial de consumo do estado da Bahia, verifica-se que de 2109 para 2020, houve uma perda de participação do estado da Bahia no total do Brasil. Em 2019, a cada R$ 100 gastos pelos brasileiros, R$ 5,33 foi gasto pela população da Bahia, e, agora em 2020 essa participação vai cair para R$ 5,03. É uma queda muito significativa que tem muito a ver com esse cenário de pandemia”, pontua o responsável pelo IPC Maps, Marcos Pazzini.>
Se nos últimos quatro meses o baiano reduziu em 53,4% as despesas com transporte urbano, 39,6% os gastos com bens-duráveis e 36,4% a alimentação fora do domicílio, por outro lado, este consumidor gastou quase 40% (39,6%) a mais comparado ao ano passado com itens de higiene e cuidados pessoais, assim como com o veículo próprio, aumento de 16,6%.>
Esta última despesa, se explica pelo uso do veículo para complementar a renda com o trabalho de motorista de aplicativo. “A Bahia pode ter passado por mais dificuldades nesse cenário. Consumo depende de renda e a renda depende de emprego. A queda de consumo no estado foi de 10,8% no mesmo período”, acrescenta Pazzini.>
Pós-pandemia Na hora de preparar o orçamento para retomar também alguns gastos que acabaram reduzindo ao passar a maior parte do tempo em casa, a educadora financeira Carol Stenge destaca que o planejamento precisa começar desde agora. “Para quem teve redução de salário, manter esses gastos sob rédea curta é essencial. Comece a prever estas despesas considerando cada mês do ano”, aconselha.>
Com o pós-pandemia, vem aí também todas as dívidas que precisaram ser postergadas como os empréstimos de bancos e financiamentos, por exemplo. “Aqui a dica é procurar as empresas e instituições financeiras para as quais você deve, buscar descontos e pesquisar sobre a portabilidade dos contratos com as melhores condições possíveis”.>
Em muitos casos, quem tinha uma reserva de emergência sai do isolamento precisando repor esta perda e retomar este investimento como pontua a Consultora de educação financeira do Cartão Carrefour e Cartão Atacadão, Camila Fontana. Para garantir esta recuperação vale manter a estratégia de economia durante a pandemia:>
“Mantenha os hábitos caseiros adquiridos durante o isolamento social. Um exemplo disso seria valorizar as refeições em casa, com opções de receitas a custos mais baixos. Além disso, outras áreas que podem ser reavaliadas podem ser de transporte ou combustível para viajar, passear ou fazer visitas proporciona grande alívio no orçamento”, recomenda.>
DICA DA SEMANA: PREPARAÇÃO PARA A RETOMADA>
Renegocie O processo de retomada acaba esgotando os prazos postergados de empréstimos e financiamentos. Aqui o importante é fazer uma boa pesquisa de todas as condições que as instituições financeiras estão oferecendo e buscar uma portabilidade trocando a dívida por uma opção mais barata.>
Mantenha o ritmo do seu orçamento A pandemia reduziu salários e trouxe também desemprego o que obrigou a mudança rápida do padrão de vida. Não perca o hábito de economizar que tentou manter até agora. Coloque no papel toda essa previsão de gastos destas despesas que devem voltar com a liberação da volta das atividades.>
Reveja suas necessidades diante do novo cenário Por exemplo, para quem tem a flexibilidade de trabalhar de maneira remota, compensa manter as despesas do carro? Pondere cada item que compõe a sua receita e o seu consumo.>
Pondere todos os gastos Os restaurantes vão voltar a funcionar, shoppings e o comércio em geral. Para quem ficou quatro meses dentro de casa, muita gente vai querer fazer e comprar aquilo que não fez no isolamento social. É aí que está o risco e o consumidor pode se empolgar com estas compras e acabar perdendo o controle. Por isso, evite gastar dinheiro com itens e serviços que não são de necessidades básicas neste primeiro momento.>
Contas essenciais são prioridades Mesmo após o choque inicial do coronavírus sobre a economia, é importante seguir avaliando quais são aquelas contas essenciais ou as que tem maior risco de aumentar dívidas. Não deixe que elas se tornem um problema para o bolso.>