Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Mais 4 bairros com restrições: moradores esperam que ações imponham isolamento

A partir da quarta (3), Paripe, Fazenda Grande do Retiro, Cabula e Tancredo Neves terão medidas regionalizadas de restrição

  • D
  • Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2020 às 04:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

O início dos sete dias de medidas restritivas regionalizadas para o combate do novo coronavírus em Paripe é a esperança da estudante Isabelle Corbacho, 18 anos, do começo, de fato, do isolamento social no bairro. Além do local no subúrbio ferroviário, Fazenda Grande do Retiro,Cabula e Tancredo Neves também vão receber a ação da prefeitura a partir da próxima quarta-feira (03), segundo anunciou nesta segunda (1º) o prefeito ACM Neto.

Os novos bairros foram incluídos na lista porque registraram aumento nos casos de pessoas com a infecção covid-19. A situação mais grave é em Fazenda Grande do Retiro, onde 63 pessoas ficaram doentes nos últimos sete dias. São 112 casos apenas em maio, e 123 desde que a pandemia começou.

No Cabula, até o domingo, 31, eram 113 casos, sendo 98 em maio, e 48 doentes nos últimos sete dias. Em Beiru/Tancredo Neves o número de infectados chegou a 98, mas 89 casos surgiram apenas no mês passado. Foram 47 na última semana.

Já em Paripe foram 33 novos doentes nos últimos sete dias. São 64 somente em maio, e 71 desde que a pandemia começou. Por lá, um trecho importante da Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), que liga as avenidas Almirante Tamandaré (Escola de Menor) e Almirante Mourão de Sá, será interditado. Apenas moradores e o transporte público poderão circular.

O movimento nos bairros amedronta os moradores que estão preocupados com a infecção pelo vírus. Sempre que vai ao mercado, em Tancredo Neves, o estudante Pedro Almeida percebe o descaso com a prevenção do contágio pela doença. “Eu sinto medo porque não vejo esse cuidado de todo mundo. O movimento é muito intenso, a única diferença é que 95% das pessoas tem usado máscara. Mesmo assim, vejo gente andando sem o item ou o utilizando de forma incorreta”, contou.

Para o estudante, o funcionamento de praticamente todo o comércio da região está ligado com o fluxo de pessoas pelas ruas. No fim de linha do bairro, onde está grande parte das lojas, há muita aglomeração, segundo Pedro. “Acredito que seja necessário novas medias sim porque o movimento continua como era antes. Talvez fechar o comércio ajude de alguma maneira”, disse.

No começo do isolamento social em Salvador, os moradores do Cabula até se recolhereram em casa, contou a Maria Lara Carvalho, 21. Entretanto, com o passar do tempo, os vizinhos da jovem relaxaram o isolamento. “As pessoas estão nas ruas e não parece haver isolamento social por aqui. Impressão que dá é que por estarem de máscara as pessoas se sentem protegidas”, afirmou Maria, que acredita que as medidas mais duras deveriam ter sido implantadas antes. Em Paripe, no Subúrbio, trechos que fazem ligação com a Av. Afrânio Peixoto serão interditados (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Maria Lara já chegou a denunciar, na semana retrasada, um bar que funcionava na rua de sua casa. Um depósito de bebidas local também têm atraído moradores para as ruas. “Tem um depósito na minha rua que está vendendo só pra levar, mas, no fim de semana, as pessoas compram, e só atravessam a rua e bebem na calçada mesmo”, disse.

As restrições já determinadas por decretos anteriores da prefeitura não foram capazes de reduzir o movimento em Fazenda Grande do Retiro, segundo a fisioterapeuta Danielle Cruz, 27, que mora no bairro. No local, ela percebe que parte do comércio não essencial ainda funciona e os seus vizinhos continuam a se reunir com os amigos como se não houvesse a pandemia. “Tem muita gente que desrespeita o isolamento para ficar na rua ou na porta de casa bebendo sem máscara ou com a máscara no queixo”, relatou.

A fisioterapeuta mudou os hábitos dentro de casa para se prevenir ao máximo e não se infectar pela doença, mas se preocupa com as consequências do desrespeito dos vizinhos. “Me preocupo com a situação no geral. Estamos tomando todos os cuidados possíveis para minimizar o riscos de contágio, mas ver a situação na rua, com gente desrespeitando as medidas de distanciamento social, sem máscara e saindo sem necessidade, me deixa preocupada”, afirmou.

As padarias, os caixas eletrônicos e os centros de abastecimento são os maiores focos de aglomeração em Paripe, de acordo com a moradora Isabelle Corbacho. A estudante conta que os únicos estabelecimentos do bairro que realmente seguem as medidas de combate ao coronavírus são os bares e restaurantes. “Minha preocupação é constante, pois minha avó tem 74 anos, e possui hipertensão e diabetes. Estamos seguindo todas as recomendações, porém, nossos vizinhos não. Toda noite aqui na minha rua está acontecendo partidas de futebol entre, o que traz risco imediato para a gente”, lamentou.

Apesar do grande desrespeito do isolamento, Isabelle afirmou que muitos moradores de Paripe concordam com a necessidade de medidas mais restritivas no bairro. “O contágio está cada vez pior no bairro, muitos conhecidos estão sendo infectados. Porém, sempre há aquele que não acham necessários o isolamento”, disse a jovem.

Na loja Ana Modas, em Tancredo Neves, os sete dias de restrições serão bastante prejudiciais, por isso, a funcionária Sinéia Ferreira, 36, é contra o fechamento do comércio local pelo período. “Deveria fechar só um tempo, cerca de dois dias. Vai ser um caos para a loja pois temos que vender os produtos que tem aqui para pagar os funcionários. Uma semana sem vender é muito tempo”, analisou.

Proprietário de um negócio de venda de açaí no Cabula, Jorge Lúcio avaliou positivamente a adoção das restrições no bairro. Apesar das medidas, o estabelecimento trabalha com delivery e poderá continuar fazendo entregas. "Acho que só assim as pessoas serão educadas porque já foram diversos avisos, orientações, e o povo não acatou. Infelizmente, vai ter que ser dessa forma e eu apoio. Acho até que demorou a ter pelo alto movimento que estava observando aqui", comentou ele.

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco