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Filme, que estreia nesta sexta (18), é o último trabalho do ator Chadwick Boseman, que morreu em agosto por causa de um câncer no cólon
Doris Miranda
Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 13:30
- Atualizado há um ano
Em um ano normal, sem a tragédia da pandemia ou a morte prematura do ator Chadwick Boseman em agosto, vítima de um câncer de cólon, a cinebiografia A Suprema Voz do Blues, que estreia nta sexta (18) na Netflix, teria como chamariz o elenco puxado por Viola Davis e pelo próprio Boseman. Mas, agora, por motivos óbvios, será citado como o último filme do eterno Pantera Negra, que deixou ainda na Netflix o excelente Destacamento Blood, de Spike Lee.
O musical, que resgata a atmosfera efervescente da Chicago dos anos 1920, conta a história da cantora Ma Rainey (Davis), que tenta romper o limite imposto pelos brancos junto com seu ousado trompetista (Boseman). A trama, baseada na peça de August Wilson, não oferece o tom heróico aos personagens.
Como qualquer interessado na história da música americana sabe, os artistas negros da primeira metade do século 20 sofreram demais com o racismo. Como bem dizia a própria Ma Rainey, considerada a Mãe do Blues, os brancos aplaudiam seu trabalho mas não deixavam que ela passasse pela porta da frente dos clubes. O ator Chadwick Boseman intepreta um músico obstinado em vencer o racismo (Netflix/divulgação) O diretor George C. Wolfe coloca o foco nos personagens mesmo, em seus dramas pessoais, na busca pelo reconhecimento. Nesse sentido, destaca a atuação de Boseman: “É uma coisa lendária, com tanta ferocidade”.