Baianas participam de exposição sobre mulheres à margem da sociedade

Exposição M, do fotógrafo paulista Gabriel Bonfim, estará em cartaz em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro

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  • Ronaldo Jacobina

Publicado em 3 de março de 2018 às 08:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gabriel Bonfim/Divulgação

Três baianas estão na exposição M, do fotógrafo paulista Gabriel Bonfim, que retrata mulheres que foram empurradas para a margem da sociedade, mas que lutaram para reconquistar o seu espaço. São elas: a ialorixá Jaciara Ribeiro dos Santos, do Terreiro Abassá de Ogum (Umbanda); a jornalista Naiana Ribeiro, que integra a equipe do Correio; e a estudante de arquitetura Gabriela Caldas. A ialorixá Jaciara Ribeiro foi fotografada na Igreja da Terceira Ordem Franciscana (Foto: Gabriel Bonfim/Divulgação) Os registros foram feitos em lugares emblemáticos para cada uma das modelos. Jaciara posou na Igreja da Terceira Ordem Franciscana numa referência a sua luta pela intolerância religiosa, enquanto Naiana, que é editora da primeira revista para adolescentes e mulheres gordas do país, foi fotografada na praia, de maiô. Ela sofreu preconceito por conta do seu corpo e hoje o usa como forma de resistência. Naiana Ribeiro foi fotografada na praia (Foto: Gabriel Bonfim/Divulgação) [[publicidade]] Já Gabriela mostra sua força no Pelourinho. A estudante sofreu abuso de um ex-namorado, o denunciou, mas não teve amparo na justiça. Radicado na Suíça, Gabriel também fotografou Maria da Penha, Luiza Brunet, a trans Melissa Rodrigues, além de outras mulheres. A mostra estará em cartaz em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.   Gabriela mostrou sua força no Pelourinho (Foto: Gabriel Bonfim/Divulgação) Radicado na Suíça, Gabriel também fotografou Maria da Penha, Luiza Brunet, a trans Melissa Rodrigues, além de outras mulheres. O nome da mostra faz uma referência a mulher e, também, a Maria, nome feminino mais popular na América do Sul. No registro da transexual na escadaria Selarón, no Rio de Janeiro, ou da Ialorixá na igreja da Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador, as imagens descortinam histórias que levam o espectador a perceber algumas das dificuldades enfrentadas por essas mulheres.

“Busquei resgatar a história de luta de cada uma das minhas convidadas a partir de onde as fotografei. É como se ao retratá-las ali – nos mais belos e importantes locais no centro dessa sociedade – pudéssemos ressignificar aquele espaço e, assim, como protagonistas de suas próprias histórias, elas retomariam o seu lugar na sociedade que as marginalizou. Meu trabalho tem como objetivo trazer um pouco desse incômodo para que toque as pessoas e as leve a pensar”, declara Gabriel Bonfim.

Além das fotografias em cores - 9 em São Paulo e 7 no Rio de Janeiro e em Curitiba - a mostra terá uma videoinstalação artística com 11 telas, na qual Gabriel Bonfim retrata cenas aparentemente comuns na vida de mulheres brasileiras. 

A mostra estreia quarta-feira, dia 7 de março, em Curitiba, quinta-feira (8), dia internacional da mulher, em São Paulo e quarta-feira (14) no Rio de Janeiro. “M” ficará em cartaz, em São Paulo, no Palácio dos Correios até o dia 20 de abril, com visitação gratuita, de segunda a sexta, das 9h às 17h. Na abertura da exposição haverá um debate com Maria da Penha e outras participantes do projeto sobre o tema “M – Meu lugar na sociedade”. No Rio de Janeiro, a exposição acontece no Centro Cultural dos Correios até o dia 22de abril, de terça-feira a domingo, das 12 às 19h. Já em Curitiba, “M” ocupará o Museu da Fotografia Cidade de Curitiba até o dia 10 de junho, de terça a sexta, das 9h às 12h e 14h às 18h, sábado e domingo, das 12h às 18h.