Deu ruim? Justiça da Suíça pede prisão do presidente do PSG

Nasser Al Khelaifi é acusado de tráfico de influência na negociação dos direitos de transmissão das Copas de 2026 e 2030

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  • Da Redação

Publicado em 9 de março de 2022 às 20:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fabrice Coffrini/AFP

Presidente do Paris Saint-Germain e da companhia beIN Media, Nasser Al-Khelaifi, está na mira da Justiça da Suíça. O Ministério Público do país pediu 28 meses de prisão efetiva para o dirigente catari, além de 35 meses para Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, em um processo envolvendo direitos de televisão da Copa do Mundo.

O julgamento faz parte do contexto do 'Fifagate'. Os dois são acusados de um "acordo corrupto", feito às escondidas da Fifa, para a beIN Media ganhar os direitos de transmissão dos Mundiais de 2026 e 2030.

Inicialmente, o fisco suíço já havia pedido a prisão de ambos, mas acabaram absolvidos em primeira instância em 2020. Dessa vez, a promotora federal Cristina Castellote não solicitou a suspensão parcial da pena, mas sim o cumprimento de dois anos e quatro meses de prisão para Al-Khelaifi e quase três anos para Valcke.

No primeiro julgamento, o Tribunal Penal Federal da Suíça considerou que o ex-secretário-geral da Fifa apoiou a atribuição dos direitos de TV ao canal beIN Sports em troca de uma mansão na região da Sardenha, na Itália. A luxuosa residência foi comprada por uma empresa de Al-Khelaifi, por cinco milhões de euros.

Valcke admitiu que pediu ajuda ao presidente do PSG para financiar o imóvel. Poucos meses depois, a Fifa assinou contrato com a beIN pelos direitos de transmissão dos Mundiais de 2026 e 2030 para a parte norte da África e Oriente Médio.

Os magistrados qualificaram o episódio como "suborno". Porém, o Tribunal não podia proceder uma condenação por "corrupção privada", e a Fifa retirou sua denúncia em janeiro de 2020, após um acordo com Al-Khelaifi. Agora, permanece a acusação de "gestão desleal".

Al-Khelaifi e Valcke afirmam que o acordo foi o mais vantajoso para a entidade máxima do futebol, 60% acima do valor com relação às receitas dos Mundiais de 2018 e 2022.