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Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2023 às 15:13
- Atualizado há 2 anos
O ano de 2022 ficou marcado no coração dos rubro-negros pela arrancada colossal na reta final da Série C, que garantiu ao time o acesso à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Os últimos meses da temporada foram de festa e esperança dentro de campo e na arquibancada. Mas os resultados conquistados pelo futebol não foram os únicos positivos no clube.>
No âmbito administrativo-financeiro, o Vitória também teve o que comemorar. O balanço patrimonial divulgado pela agremiação, referente ao ano passado, aponta superávit de R$ 33,3 milhões e redução das dívidas do clube. A receita líquida foi de R$ 42,5 milhões.>
Uma das principais contribuições para que a receita superasse as despesas foi a adesão ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado pela Lei 14.148, de 2021, para ajudar o setor de eventos a se recuperar da crise causada pela pandemia de covid-19, o que possibilitou ao Vitória renegociar o débito de R$ 117 milhões junto à Receita Federal e conseguir um abatimento de R$ 57,3 milhões. Além disso, o valor restante desta dívida, de R$ 59,7 milhões, foi parcelado a longo prazo - o que alivia a situação da diretoria para gerir o clube no dia a dia.>
Um outro fato importante foi a diminuição do passivo acumulado, que interrompeu uma sequência de alta e teve redução de 10%, saindo de R$ 272 milhões para R$ 243,3 milhões. Desse total, R$ 108,1 milhões são dívidas de curto prazo, as que têm que ser pagas em até 12 meses, chamadas na linguagem contábil de passivo circulante; e R$ 135,2 milhões são as dívidas com prazo de vencimento superior a 12 meses (passivo não circulante).>
Nesse ponto, a evolução do clube se deu em conseguir reduzir o peso das dívidas de curto prazo, que no balanço de 2021 correspondiam a 58% do total e agora equivalem a 44%.>
Vale lembrar que a situação financeira global do Vitória ainda é difícil, com um passivo a descoberto de R$ 210,9 milhões, o que significa que as dívidas rubro-negras superam os bens e direitos nesse valor. Mas houve evolução significativa na comparação com o ano anterior, quando o clube atingiu seu recorde histórico de R$ 244,3 milhões de passivo a descoberto.>
COMPARATIVO DE RECEITAS>
Para situar o leitor, os R$ 42 milhões de faturamento não representam um valor alto em números absolutos para um clube do porte do Vitória. Foi a realidade de um ano na Série C, que o rubro-negro vivenciou em 2022. No ano anterior (2021), quando disputou a Série B, o Leão teve receita de R$ 61 milhões. E na última vez em que jogou a Série A, em 2018, a arrecadação foi na ordem de R$ 87 milhões na temporada.>
Atualmente, o time do Nordeste com maior faturamento é o Fortaleza, com R$ 243 milhões, de acordo com o balanço do exercício 2022, divulgado nesta semana. No cenário baiano, o rival Bahia arrecadou R$ 108 milhões – e teve déficit de R$ 77 milhões.>
De acordo com levantamento do jornalista Cassio Zirpoli, o superávit de 2022 é o maior do Vitória entre os disponíveis para consulta, desde 2011. Confira a seguir a evolução do faturamento, do resultado do exercício e do passivo desde 2017:>
Faturamento anual do Vitória>
2017 (A): R$ 88.071.107 (-21%; -23 mi) 2018 (A): R$ 87.013.000 (-1%; -1 mi) 2019 (B): R$ 53.010.000 (-39%; -34 mi) 2020 (B): R$ 39.539.000 (-25%; -13 mi) 2021 (B): R$ 61.104.000 (+54%; +21 mi) 2022 (C): R$ 42.625.000 (-30%; -18 mi) * Considerando a receita total>
Resultado do exercício (superávit/déficit)>
2017 (A): -59.845.190 2018 (A): -4.804.000 2019 (B): -1.831.000 2020 (B): -20.604.000 2021 (B): -42.320.000 2022 (C): +33.369.000 * O saldo da subtração da receita líquida pela despesa anual>
Evolução do passivo acumulado do clube>
2017 (A): R$ 109.221.000 (+63%; +42) 2018 (A): R$ 143.110.000 (+31%; +33 mi) 2019 (B): R$ 144.398.000 (0,9%; +1 mi) 2020 (B): R$ 239.236.000 (+65%; +94 mi) 2021 (B): R$ 272.288.000 (+13%; +33 mi) 2022 (C): R$ 243.397.000 (-10%; -28 mi) * A soma das pendências de curto prazo (circulante) e longo prazo (não circulante)>