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Portal Edicase
Publicado em 23 de outubro de 2025 às 12:43
O Pix completa cinco anos em novembro e segue expandindo suas funcionalidades. Lançado em 2020, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central ganhou três novidades importantes em 2025: o Pix Automático, apresentado em junho; o Pix por aproximação, disponibilizado em fevereiro; e o aguardado Pix parcelado, com regulamentação prevista para o final de outubro, segundo informações oficiais do Banco Central. >
As inovações consolidam a ferramenta como meio de pagamento mais utilizado no país. Conforme o estudo “Brasilidades – Quantos Brasis cabem no Brasil?”, realizado pela MindMiners, cerca de 73% dos brasileiros afirmam que o Pix é o meio de pagamento mais usado no dia a dia. >
Em setembro de 2025, o Banco Central divulgou que o Pix registrou um recorde de 290 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 164,8 bilhões. Esse foi o maior volume financeiro e número de operações já registrados no sistema em um só dia, superando o recorde anterior de junho de 2025, que teve 276,7 milhões de transações e R$ 135,6 bilhões movimentados. >
“Esse protagonismo do Pix reflete uma mudança de comportamento importante, especialmente entre os mais jovens e microempreendedores. A simplicidade da ferramenta — que dispensa maquininhas e taxas — tem sido determinante para impulsionar pequenos negócios, ampliar o acesso ao sistema bancário e estimular a digitalização da economia”, destaca Murilo Rabusky, diretor de Negócios da Lina Open X, fintech brasileira. >
Conforme projeções da Ebanx/PCMI, a plataforma de transferência em tempo real deve responder por 44% do valor total das transações online até o fim de 2025, superando os cartões de crédito (41%) no e-commerce. >
Em 2023 e 2024, o meio de pagamento digital já batia recordes de uso: em 20 de dezembro de 2024, foram registradas 252,1 milhões de transações em um dia. Para 2025, o Banco Central apresenta novas funcionalidades que ampliam o uso da ferramenta no dia a dia: >
Lançado oficialmente em junho de 2025, permite o pagamento recorrente de contas como luz, água, aluguel ou mensalidades, de forma automática, sem precisar refazer transferências. >
Em fase de ampliação, traz a tecnologia NFC ( Near Field Communication , ou Comunicação por Campo de Proximidade) para pagamentos apenas encostando o celular na maquininha, sem taxas extras. >
Permite programar uma transferência para uma data futura, de forma parecida com o agendamento de um boleto ou TED. O recurso é útil para quem deseja organizar melhor o fluxo de pagamentos, como enviar o valor do aluguel todo mês ou programar o pagamento de uma compra. O agendamento pode ser feito diretamente no aplicativo do banco ou fintech e, se necessário, cancelado antes da data de envio. >
Previsto para até o final de outubro de 2025, será uma modalidade oficial e padronizada de parcelamento, permitindo que o usuário divida o pagamento de compras ou serviços, mesmo sem cartão de crédito. >
“Essas inovações trazem benefícios diretos para as empresas como redução de custos , segurança nas transações e mais controle de fluxo de caixa. Já para os consumidores, o Pix representa mais autonomia financeira, praticidade e inclusão. O Pix virou sinônimo de acesso. Ele incluiu milhões de pessoas no sistema bancário e agora entra no campo do planejamento financeiro do brasileiro, especialmente dos que nunca tiveram um cartão de crédito ou conta digital”, completa Murilo Rabusky. >
A seguir, confira os principais ganhos que tornam o sistema de pagamentos ainda mais atraente: >
Com o Pix automático, empresas e usuários poderão automatizar pagamentos como contas de luz, água, assinatura, aluguel, mensalidades etc. Bastará dar a autorização única, e os débitos serão feitos automaticamente nos vencimentos. Isso reduz atrasos, evita inadimplência e elimina a necessidade de lembrar todo mês. >
Com o Pix parcelado regulamentado, qualquer usuário poderá dividir compras ou pagamentos em parcelas. O recebedor continua recebendo o valor total imediatamente; quem parcela passa a ter uma operação de crédito vinculada. Esse recurso pode incluir compras no varejo, serviços, transferências ou até pagamento de boletos. >
Diferentemente de sistemas de parcelamento tradicionais, no Pix parcelado o lojista recebe integralmente no momento da transação. Isso fortalece o fluxo de caixa e elimina risco de espera. >
O Pix por aproximação, baseado em tecnologia NFC, permite que o usuário realize pagamentos apenas aproximando o celular da maquininha, sem inserir dados ou abrir aplicativos manualmente. Essa agilidade pode reduzir o abandono de compras em pontos físicos ou celulares. >
Por ser regulado pelo Banco Central, o Pix parcelado deverá trazer simulações padronizadas de parcelas, taxa de juros, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e custo total da operação, facilitando a comparação entre instituições financeiras. Isso também pode ampliar o acesso ao crédito para cerca de 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito. >
Para aumentar a confiança dos usuários, o Banco Central lançou recentemente o botão de contestação, que permite sinalizar de forma rápida e padronizada qualquer transação suspeita feita. Com apenas um clique no aplicativo da instituição financeira, o cliente pode contestar um pagamento indevido ou identificar uma possível fraude, sem precisar recorrer a canais externos. >
A solicitação gera um alerta automático ao banco do recebedor, que passa a investigar o caso. Durante esse período, os valores podem ser bloqueados preventivamente, ampliando a proteção tanto para consumidores quanto para empresas. >
Com a chegada do Pix parcelado e o avanço do automático, o sistema caminha para se tornar uma plataforma completa de gestão financeira. Em 2026, a expectativa é que o Banco Central amplie ainda mais as possibilidades de uso, com foco em integração com carteiras digitais, operações internacionais e aumento da segurança cibernética. >
Além disso, especialistas apontam que a ferramenta de transferência imediata tende a substituir gradualmente outras formas de pagamento, especialmente em compras de pequeno e médio valor. O comportamento do consumidor, mais digital e imediatista, continuará impulsionando essa transformação. >
Com mais de 290 milhões de transações em um único dia e adesão crescente de usuários e empresas, o Pix deve seguir como o principal motor da inclusão financeira e da inovação bancária no país. As novas funções mostram que, mais do que um meio de pagamento, o Pix se consolida como um ecossistema que simplifica, democratiza e acelera a forma como o brasileiro movimenta seu dinheiro. >
Por Letícia Carvalho >