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Nadadora da seleção e concurseira: baiana conta o caminho que trilhou para conquistar a vaga dos sonhos

Pamela Barbosa Engel conta caminho que percorreu para conseguir aprovação em dois concursos públicos em três anos de estudo

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 24 de agosto de 2025 às 13:30

Pamela Barbosa Engel Crédito: Reprodução/Instagram

Com as diversas oportunidades que têm sido ofertadas através da abertura de concursos públicos, a carreira pública tem se tornado o sonho de muitos brasileiros. Além da alta remuneração e a oportunidade de progressão de carreira, atrai no cargo público a estabilidade. No caso da soteropolitana Pamela Barbosa Engel, 36 anos, esse conjunto de fatores a influenciaram a desistir da Engenharia Mecânica para tentar a vida de concurseira. Aprovada para o cargo de auditora fiscal a Secretaria da Fazenda do Pará e no Tribunal de Contas do Estado da Bahia, onde atualmente exerce a função, ela contou como foi a trajetória até a conquista do seu emprego dos sonhos e compartilhou um pouco do que trata com os mais de 16 mil seguidores no Instagram @pamelaengel e com os alunos do LS Concursos. Confira abaixo:

Relato de Pâmela Barbosa Engel:

“Em 2010, eu estava na época da faculdade, cursando Engenharia Mecânica na UFBA, quando estagiei na Petrobrás. Foi lá que eu vi que não queria ser engenheira, então decidi que iria estudar para concurso. Meus pais, que sempre me ajudaram bastante e me bancavam na época da faculdade, me apoiaram nisso também. Não me cobraram nada e me deixaram bem à vontade, mesmo com o sonho de que eu fosse engenheira e trabalhasse na Petrobrás, porque meu pai e meu irmão eram. Além disso, a casa da minha mãe era em frente ao prédio da empresa, então era o sonho dela que eu fosse almoçar lá todo dia. [Risos].

Na faculdade, vi um painel com uma chamada para um concurso na área de Diplomacia e pensei: ‘É um prazer, viajar, conhecer outros lugares, então vou fazer’. Fiz esse concurso e não passei, óbvio, já que quando comecei a estudar faltava apenas três meses para a prova, mas foi assim que entrei nesse mundo e comecei a me preparar para outros concursos que iam surgindo.

No início, eu fazia mais pelo dinheiro mesmo. Então, sempre que aparecia um concurso que pagava mais de R$ 10 mil, eu me inscrevia. Não tinha critério nenhum na minha escolha e segui assim até quando fiz um concurso na área fiscal, em Santa Catarina. Foi quando conheci pessoas que estudavam sempre para a área fiscal e, então, me dei conta que estava estudando errado. Me dei conta que, se eu não focasse uma área e permanecesse estudando para qualquer coisa, nuncia iria passar.

Logo comecei a estudar só para concurso de auditor fiscal, com base no edital que saiu em Santa Catarina. Fiz essa preparação a longo prazo, não esperei nenhum concurso abrir. Quando eu saí da faculdade, eu só estudava. Fiz uma escala que me ajudou. Pela manhã, eu era nadadora, e eu continuei mantendo a atividade física pelo menos três vezes por semana. Eu já acordava e ia para a natação, nadava até umas 7h, voltava para casa, tomava café e estudava das 9h às 12h. Depois, parava, almoçava, e estudava das 14h às 17h, às vezes, 18h.

Quando chegou próximo da prova, eu passei a estudar de seis a oito horas por dia. O que me ajudou foi sempre fazer revisão e exercício. Como eu era atleta, não costumava ficar nervosa, mas, como estava demorando muito para ser aprovada, as últimas provas que eu fiz eu fiquei bem nervosa. Uma delas foi em São Paulo, um concurso com 800 vagas.

Na semana dessa prova, eu tive uma crise alérgica emocional, fiquei toda vermelha. Tive que tomar remédios bem pesados para melhorar e acabei não passando. Eu estava certa de que passaria, porque tinha muitas vagas e eu estudava há bastante tempo. Fiquei bastante desestabilizada. Quando a gente estuda só quer passar.

Eu, finalmente, passei na Secretaria da Fazenda do Pará (Sefaz-PA) em 2013, e voltei a me acalmar. Foi como tirar um peso das costas. Quando me formei, em 2010, foi uma época em que o mercado estava bem aquecido para engenharia. Meus amigos já tinham saído da faculdade ganhando a partir de R$ 10 mil e eu ainda estava ali, estudando. Então, ao pensar que eu consegui passar, fiquei muito feliz. A sensação foi de que valeu a pena o esforço. Eu olhei na internet de manhã bem cedo, vi que tinha sido aprovada e chorei. Foi uma alegria muito grande.

O cargo era para atuar como auditora fiscal em Altamira, que é o maior município do Brasil, com 90 km de extensão. Como auditora, eu teria que fiscalizar toda essa área e tinha uma agência que era muito distante da sede. O nome era Castelo dos Sonhos e eu brincava com meu marido que era Castelo dos Pesadelos, porque tinha que passar por uma longa estrada de barro. Era um cargo excelente, o pessoal ganhava cerca de R$ 30 mil (o edital tinha remuneração de R$ 20 mil, além de benefícios), mas, como tinha esse fator, eu me assustei.

Nesse período, antes da nomeação, saiu o edital para o Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA). Eu vi ali uma oportunidade de ficar em casa ganhando bem e fazendo um trabalho legal. Eu estudei para esse concurso e, nessa época, conheci meu marido em um cursinho. Íamos tentar juntos o concurso público para a Receita Federal. Eu sempre chegava cedo e ele estava lá, então passamos a ficar conversando um com o outro antes da aula.

Todo final de semana nós repetíamos essa tradição. Eu fui conhecendo-o, até que, um dia, ele descobriu que eu morava perto da casa do pai dele. Um tempo depois, minha mãe bateu o carro e ele me deu uma carona, e assim começou nosso namoro. Ele me chamou para tomar um suco e eu pensei que fosse numa barraquinha, mas ele me levou para a Bahia Marina. Desde então, ficamos juntos. Em vez de Netflix, nós assistíamos vídeo aula para o concurso e comíamos pipoca. Hoje, somos casados, trabalhamos juntos no TCE-BA e temos um filho de cinco anos.

Pamela Barbosa Engel por Acervo pessoal

Nós não passamos para o concurso da Receita Federal, mas eu passei para o Sefaz Pará e ele foi aprovado em um concurso no Espírito Santo. Então, decidimos estudar juntos para o TCE-BA, que tinha um edital publicado com remuneração de R$ 12 mil. Como eu era atleta, costumava ser bem caseira, então não ia muito a festas e nunca fui muito de sair. Acabei abrindo mão da carreira na natação e de alguns momentos com amigos. Até quando ia a alguma formatura, sempre voltava mais cedo para estudar.

Lembro de uma coisa que me marcou bastante, que foi quando meus pais foram para Londres e me convidaram, porque minha tia estava morando lá, mas eu abdiquei de passar um mês com eles. Fiz isso porque o mais difícil é o dia a dia. É preciso colocar na mente que é preciso estudar nos dias bons e nos dias ruins, tanto nos dias em que se está motivado, quanto nos que não se está. A minha motivação era o meu objetivo final.

Fiz a prova do TCE-BA e passei. Meu namorado estava do meu lado. Foi uma felicidade enorme, embora ele não tenha passado logo. Fui nomeada em 2014 e assumi o cargo, enquanto ele ia sendo aprovado e nomeado em outros concursos. Posso dizer que a carreira pública superou as minhas expectativas. É muito legal o clima, o ambiente e as pessoas, que era algo que eu nem esperava, porque comecei a estudar por conta do salário.

Além disso, é um trabalho que faz diferença na vida das pessoas. Hoje, como auditora de controle externo, eu trabalho vendo como o dinheiro público está sendo investido e qual retorno tem existido para a sociedade. Acho muito recompensador e fico muito feliz, porque é um trabalho que me identifico bastante. Com certeza, valeu muito a pena cada hora de estudo.

A minha dica para quem vai começar a estudar para concurso é pensar que esse é um projeto de vida que vai fazer toda a diferença quando for aprovado. O foco tem que ser na construção do resultado, não no que se está perdendo naquele dia. Então, é importante manter a constância, estudar mesmo nos dias ruins e do jeito certo. É também muito importante escolher uma área e fazer uma programação. Se eu tivesse feito isso antes, com certeza teria sido aprovada mais rápido", conclui.