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Empresa de cimento investe na capacitação de mão de obra feminina no Brasil

Em Campo Formoso, na Bahia, projeto Mulheres que Constroem quer ampliar chances profissionais no mercado 

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 06:00

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Natural de Apiaí, região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, a contadora, pós-graduada em Auditoria e Contabilidade Gerencial Suzana Talita Martins Wiltemburg,38, participa há 15 anos de uma iniciativa chamada Construtoras do Amanhã, que funciona como um espaço de trocas e acolhimento entre as mulheres, e uma forma de abordar a equidade de gênero e a representatividade feminina nas organizações e na sociedade.

Vale lembrar que a promoção da equidade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas é um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, defendido pela Organização das Nações Unidas. 

Além do grupo Construtoras do Amanhã, a InterCement tem outra iniciativa voltada para a valorização das mulheres na construção. Trata-se do projeto “Mulheres que constroem”, na cidade de Campo Formoso, na Bahia. Ainda em fase piloto, a ideia é capacitar 650 mulheres que moram na cidade para trabalharem em futuras vagas da InterCement ou em outras empresas da região. 

Um dos diferenciais da iniciativa é que a empresa não está focando somente em formar futuras colaboradoras para trabalhar em suas fábricas de cimento, mas desenvolver e capacitar as mulheres para que elas possam ter melhores empregos nas cidades em que a InterCement atua. 

Para atender as diferentes necessidades das participantes, a empresa dividiu o programa em três frentes. Formação de base para quem precisa terminar o ensino médio, oficinas profissionalizantes em diversas áreas para quem já tem o ensino médio completo e levantamento de oportunidades abertas para quem já tem alguma capacitação na área. 

Em parceria com a Alicerce Educação, a InterCement Brasil vai capacitar as 650 mulheres que se inscreveram para participar do programa. Assim que elas estiverem prontas para o mercado de trabalho, a empresa vai mapear as oportunidades abertas na fábrica de Campo Formoso e nas demais cidades em que atua. 

Foco na inclusão

De acordo com o diretor de Pessoas da InterCement Brasil José Caires, na empresa, a premissa é que as pessoas são o centro para um negócio sustentável. “Nos últimos anos a empresa tem se dedicado a evoluir sua cultura para unir pessoas motivadas para fazer o bem, abraçando incertezas e tendo convicção de que se adaptar a mudanças é um ato natural”, diz. 

O diretor destaca que para tanto, foi criada uma rede de Diversidade & inclusão, que é um dos pilares deste processo evolutivo. “Nessa estrutura, contamos com grupos de afinidade – grupos autônomos que reúnem pessoas que compartilham da mesma natureza de interesses, desafios, expectativas”, esclarece. 

Este ano, as Construtoras do Amanhã realizaram o primeiro encontro aberto, com a presença de mulheres de empresas parceiras da InterCement, assim como de outras organizações do setor de construção. 

“Como próximos passos, queremos ampliar essa rede e continuar inspirando mulheres e gerando discussões para que ambientes historicamente masculinos passem a ter equidade de gênero e sejam acolhedores às mulheres inseridas neles”, garante Caires.

Herança

No caso de Suzana Wiltemburg, na cidade onde nasceu, a economia central gira em torno da fábrica de cimento, comércio e agricultura. “Cresci vendo minha família e amigos trabalhando na InterCement. Como o fruto não cai longe do pé, quando tive a oportunidade de ingressar na empresa, logo a decisão foi tomada e estou aqui há quase 15 anos”, conta. 

Ela lembra que a fábrica de cimento, foi uma verdadeira escola. “Fiquei na fábrica por 11 anos e sou muito grata por essa trajetória. Depois tive a oportunidade de ingressar no time das Nações Unidas, em São Paulo, e então um novo aprendizado, o qual estou até o momento”, diz.

O grupo existe há mais de um ano e é formado por mais de 400 mulheres, colaboradoras da empresa InterCement Brasil e de empresas terceirizadas. Nesse tempo de trabalho, o grupo teve algumas conquistas importantes, a exemplo do crescimento de 6% no número de mulheres atuando na construção civil, passando de 14% em 2021 para 20% em 2022; aumento de 5,5% de mulheres nos cargos de liderança, além de um aumento de 17% de 2021 para 22,5% em 2022.

Além disso, a empresa adaptou os espaços de trabalho para criar um ambiente mais acolhedor para as mulheres, incluindo banheiros femininos nas unidades fabris, criação de salas de amamentação, uniformes exclusivos para mulheres e sala de descanso.

Todas as mulheres que se identifiquem com o tema e tenham afinidade com a Construção Civil podem participar do grupo. Basta entrar em contato via inbox do Instagram (@intercement_Brasil).

O desafio de ampliar a representatividade feminina nas áreas técnicas

A sócia e CHR da Mais Diversidade Amanda Aragão diz que enxergar a baixa representatividade de mulheres em áreas técnicas é o primeiro passo para traçar caminhos intencionais de mudança e que os programas que fomentam a contratação são possibilidades de solucionar esse cenário. “Todas as empresas, de todos os setores e tamanhos, podem (e devem) atuar para serem mais inclusivas. Trabalhar, por exemplo, para minimizar vieses inconscientes em processos seletivos, é uma das formas mais efetivas de incluir mais mulheres”, defende. Amanda Aragão reafirma a necessidade de estimular a formação e a participação de mulheres nas carreiras técnicas, além adotar políticas amigáveis nos processos seletivos (Foto: Divulgação) Para Amanda, nesse sentido, é importante abordar três desafios bem demarcados: 1) contribuir para que mais mulheres se interessem pelas carreiras técnicas e fomentar sua presença nos cursos de formação, 2) atrair mais mulheres para os processos seletivos, deixando claro que elas são bem-vindas nessas posições e 3) após estarem nas empresas, eliminar barreiras que possam atrasar ou barrar o seu desenvolvimento e ascensão de carreira.

Quando o assunto é mudar as culturas organizacionais para permitir a participação feminina, Amanda defende que as pessoas que têm poder e influência de realizar mudanças estruturais relacionadas à equidade de gênero nas empresas façam isso o quanto antes, atentando para a remoção de barreiras, redução de estereótipos, preconceitos e discriminações. 

“Uma forma de potencializar a mudança é estabelecer objetivos claros, metas e acompanhar indicadores corporativos. A mudança se dá estruturalmente. Sem essas barreiras as mulheres terão mais oportunidades de acesso, desenvolvimento e ascensão”, conclui.