Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Esther Morais
Publicado em 7 de maio de 2025 às 15:09
Apesar da promessa da BYD em iniciar a montagem de veículos em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), há quem desconfie do compromisso firmado. O Sindicato dos Metalúrgicos do município, por exemplo, solicitou uma reunião com os representantes da empresa por temor de que a fábrica prometida pela montadora se torne apenas uma fábrica de distribuição de peças no estado. >
"A BYD não tem produção no Brasil. É zero. Não tem nada, Está com programação de começar a montagem a partir de outubro, mas nada é certo. Só acredito vendo", reclama o presidente da categoria, Júlio Bonfim.>
Ele ainda questiona: 'Será que com todo esse crescimento aqui [em relação ao número de vendas], vai ser fábrica de carros? A mão de obra na China é mais barata e explorada". Segundo Bonfim, a condição na Bahia é importante, mas mais como centro de distribuição, por causa da carência de pontos na América Latina, além de que o funcionamento de uma fábrica é mais custoso. "A gente está se preocupando e ligou o sinal de alerta", diz. >
Em nota enviado ao CORREIO, a BYD negou as afirmações e informou que a operação terá início em breve, faltando apenas que a planta avance para a produção completa. A empresa ressaltou que fez um investimento de R$5,5 bilhões, e a fábrica terá capacidade inicial para entregar 150 mil veículos por ano. A reportagem questionou quando começará a produção e aguarda retorno. >
Para o Sindicato, os pontos que chamam atenção são: a demora para início das atividades, aumento da capacidade no transporte marítimo - para mover mercadorias da China para outros países - e o pedido de redução do imposto nas tarifas correspondentes a produções de SKD e CKD - siglas para pré-montagem durante a importação.>
"Na capacidade que eles já têm de movimentação, com quatro navios eles abastecem o mercado brasileiro em um semestre, ou até menos tempo. São sinais preocupantes", estima.>
Neste caso, sem a fábrica, há impacto na movimentação econômica na região, incluindo na oferta de empregos prometidos. "Podemos perder a estabilidade dos negócios aqui na Bahia", ressalta Bonfim. >
Segundo a BYD, a estimativa é que sejam criados 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos. A empresa reafirmou o compromisso e disse que as vagas serão geradas ao longo do projeto. >