Fábrica Cultural aposta no artesanato em comunidades Quilombolas

O foco do programa é a produção artesanal na região da Praia Grande (Ilha de Maré) e Jatimane (Nilo Peçanha)

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  • Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2022 às 23:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fabiano Matias/Divulgação

Com o objetivo de potencializar a produção artesanal nas comunidades quilombolas e fortalecer o valor cultural e econômico da região da Praia Grande, na Ilha de Maré, e Jatimane, em Nilo Peçanha, a Fábrica Cultural, por meio do programa Acelera IAÔ, aplica recursos para impulsionar o artesanato local.

Cada comunidade irá receber um investimento para formação, qualificação e capacitação profissional, cada uma no valor de R$10 mil reais. O principal objetivo do projeto é resgatar este tipo de trabalho manual, que vem perdendo a força nas comunidades, embora seja uma importante geração de renda nestas localidades.

O processo de aceleração nas comunidades artesanais demanda uma metodologia específica aplicada à realidade de cada comunidade. Para isso, foram selecionadas duas consultoras para realização do projeto: a designer de moda Carol Barreto (@carolbarretocob), que irá atuar em Ilha de Maré, e Adriele Regine (@adrieleregine), designer e diretora de arte que irá atuar na comunidade de Jatimane. São duas mulheres pretas que trazem uma abordagem criativa e afrocentrada que dialoga com a população.  Carol Barreto será a consultora responsável por atuar em Ilha de Maré, pontuando o valor cultural e econômico da região  (Foto: Divulgação) A produção de bordado e cestaria é uma característica de valor cultural e importante geração de renda na Ilha de Maré, distrito de Salvador.  Na ilha, o trabalho de aceleração está sendo desenvolvido junto com a as mulheres da Abecim – Associação Beneficente Educacional e Cultural da Ilha de Maré, no território da Praia Grande. Em algumas comunidades quilombolas da região, outro meio de subsistência é a pesca e o marisco.

Na comunidade quilombola de Jatimane, localizada no município de Nilo Peçanha, região do Baixo Sul, as mulheres trabalham na produção de biojoias sustentável (@biojoiasjatimane), desenvolvendo peças com matéria-prima da encontrada na região.  O lugar também é conhecido pelo seu potencial turístico de base comunitária, que se tornou uma das suas principais fontes de renda.

“A ideia é que essas comunidades, com o todo o seu potencial produtivo, consigam, a partir das mentorias do Acelera Iaô, escalar a sua produção. É aprender a pensar e qualificar o design de produto e de algum modo se inserir no mercado através da nossa mediação no processo de escoação e comercialização de sua produção”, explica Maylla Pitta, coordenadora da Fábrica Cultural. 

O investimento semente será aplicado a partir do plano de trabalho preparado pelas consultoras, ou seja, o processo de formação e uso do recurso aplicado ocorre ao mesmo tempo, uma metodologia diferente da que foi usada nos ciclos do Iaô Labs. 

As comunidades escolhidas já possuem um método de consultorias e formações iniciado, voltado para desenvolvimento de negócios locais e demonstraram interesse em avançar com suas marcas e produtos. Ao final do trabalho, cada comunidade apresentará uma coleção exclusiva dos seus produtos, resultado do processo criativo participativo e integrado conduzido pelas consultoras do Acelera.