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Carmen Vasconcelos
Publicado em 16 de junho de 2025 às 06:00
Com o São João batendo na porta, os postos de trabalho temporários e as oportunidades que a época gera para os pequenos empreendedores, especialmente em atividades ligadas ao turismo, hotelaria, construção civil, transporte de cargas, logística e alimentos cresceram. Oportunidades com o transporte de passageiros, logística, comércio ambulante, serviços de beleza e manutenção de eventos costumam render também. >
A Coordenação de Estudos e Pesquisas da Sudene registrou o acúmulo de 78,5 mil empregos gerados na região Nordeste em 2025, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os municípios nordestinos detêm 8,5% dos postos de trabalho originados do país – com margem para superaquecimento de empregos líquidos em junho, com a chegada do São João. >
Para o especialista em transição de carreiras e CEO da plataforma Transite Vinicius Walsh, os ‘empregos líquidos’ e as possibilidades abertas para pequenos empreendimentos podem ser potencializadores de novas carreiras. >
“Os postos de trabalho temporários, gerados pelo São João, poderão ser a virada profissional que muitos aguardam. Entretanto, isso exige do profissional dedicação, entrega acima da média e um olhar atento às necessidades do negócio, antecipando soluções e insights. Os candidatos devem observar esses postos como uma vitrine de competências, mas para se destacar, devem estar sempre às vistas e alinhados continuamente aos valores da empresa”, explica. >
Walsh ressalta que, nesse período, muitos empregadores identificam talentos que podem ser efetivados depois. “Além disso, é uma época sensacional para aproveitar o networking e as conexões que surgem nesses trabalhos e que pode abrir portas para oportunidades futuras”, sugere. >
Para quem está começando no mercado de trabalho, o empresário orienta que é importante mostrar disposição e vontade de aprender. “Participar de cursos rápidos de capacitação — muitos gratuitos ou com preços acessíveis — pode ajudar a se qualificar para as vagas”, diz o representante da Transite. >
Outra estratégia é investir em habilidades de relacionamento interpessoal, que são muito valorizadas nos setores em alta, como turismo e comércio. “Demonstrar proatividade, boa comunicação e empatia faz diferença, mesmo sem experiência prévia”, ensina. >
Empreendedores >
Com uma vasta experiência no mercado, além da formação em administração de empresas e a especialidade em economia financeira, o gerente regional do Sebrae Carlos Henrique Nunes de Oliveira reforça que para os nano, micro e pequenos empreendedores, as oportunidades destacadas nesse período estão ligadas às comidas típicas, bebidas e serviços de apoio aos festejos juninos como montagens, serviços elétricos e hidráulicos. >
“A Bahia inteira é um celeiro de oportunidades para empreendedores temporários. Destaca-se as cidades que mais investem no São João e aí poderíamos destacar Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Amargosa, Senhor do Bonfim, entre tantas outras. Toda iniciativa que busca trazer o contexto da inovação tem possibilidades de dar mais certo”, pontua. >
Carlos Henrique faz questão de lembrar que o Sebrae é sempre o melhor lugar para dar apoio e orientação para qualquer tipo de negócio. “São 30 unidades de atendimento espalhadas pela Bahia, além das diversas Salas do Empreendedor, uma modalidade de parceria entre o Sebrae e Prefeituras municipais, que somam mais de 220 espaços aptos para realizar atendimento do Microempreendedor Individual e potenciais empreendedores”, diz. >
Dicas certeiras >
Para garantir que o período seja bem aproveitado, Vinicius Walsh diz que é fundamental não se empolgar com o movimento e planejar gastos e investimentos. “É preciso ter cuidado com dívidas, estoques excessivos e falta de controle financeiro. Outro erro comum é esquecer de formalizar o negócio — mesmo sendo temporário, emitir nota fiscal, recolher impostos e respeitar as leis trabalhistas são atitudes inegociáveis”, aconselha, lembrando que ser MEI é uma forma prática de aproveitar essa demanda de forma formalizada e com menos burocracia. >
Carlos Henrique Nunes de Oliveira , por sua vez, defende que quem deseja aproveitar o São João para ganhar um salário extra, mudar de profissão, implementar um negócio não pode assumir uma postura passiva, desconsiderando as necessidades dos clientes e os apontamentos do mercado. “Esse pode ser um erro grave. Negócios levam vantagens quando observam bem os movimentos mercadológicos”, reforça. >
“Quando falamos no aquecimento dos setores de trabalho, levamos em consideração os contratos temporários, mas não podemos esquecer a atuação dos MEI’s. Quem busca uma nova etapa profissional, mas não quer arriscar nos contratos, pode seguir através do MEI e redescobrir uma nova clientela no São João – independente do serviço ser prestado para a clientela, visitantes ou empresas que participam do evento”, completa Walsh. “Precisamos partir de onde a economia está sendo movimentada. Em meio à concorrência, o diferencial é chegar preparado para os desafios, com uma estratégia bem definida para mudar de vida”, conclui o empresário. >