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Programa Jovem Aprendiz ajuda a reduzir desemprego na Bahia

Modalidade é porta de entrada para o mundo do trabalho

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 28 de abril de 2025 às 05:00

Senai oferece 156 vagas gratuitas em cursos para jovem aprendiz
Jovens aprendizes do Senai Crédito: Divulgação/Senai Bahia

Apesar da queda nas taxas gerais de desemprego no Brasil, os jovens ainda enfrentam obstáculos para conquistar a tão sonhada vaga no mercado de trabalho. Segundo levantamento do FGV Ibre, a taxa de desocupação entre brasileiros de 18 a 29 anos é mais que o dobro da observada entre adultos de 30 a 59 anos.

A falta de experiência e a baixa qualificação profissional aparecem entre as principais causas. O Programa Jovem Aprendiz, no entanto, é uma alternativa para combater esse problema. Exemplo disso é Júlio Vitor Ramos Araújo, de 20 anos, morador de Lauro de Freitas.

Desde agosto de 2023, ele participa do programa ofertado pelo SENAI Bahia, onde se formou como eletricista industrial e atua hoje em uma empresa de engenharia na Região Metropolitana de Salvador.

"Já tinha alguns parentes na área, um deles me contou sobre a mercado de trabalho e falou sobre o curso, as oportunidades e como era um trabalho interessante no dia a dia, foi onde surgiu meu interesse. Já conhecia o Senai por muito ouvir falar bem sobre a sua qualidade, estrutura e time de docentes, foi o que me fez surgir o interesse", conta o jovem que já está matriculado no curso técnico em Eletrotécnica da instituição.

Para a coordenadora de gratuidade do SENAI Bahia, Lílian Macedo, o Jovem Aprendiz é importante na construção das trajetórias profissionais. Ela diz que o programa rompe o paradoxo da exigência de experiência para o primeiro emprego, o que garante uma formação de qualidade, com carga horária compatível com os estudos e direitos trabalhistas assegurados.

"Além disso, o programa prioriza jovens em situação de vulnerabilidade, oferecendo não apenas uma ocupação, mas um caminho de emancipação social e econômica. Em vez de se submeter a empregos informais ou precários, o jovem inicia uma jornada que fortalece sua autonomia, autoestima e cidadania. O Programa Jovem Aprendiz vai muito além de uma política de inserção profissional", lembra.

coordenadora de gratuidade do SENAI Bahia, Lílian Macedo
coordenadora de gratuidade do SENAI Bahia, Lílian Macedo Crédito: Divulgação

O SENAI Bahia formou, só em 2024, cerca de 5.730 aprendizes em todo o estado. A próxima seleção abre em 5 de maio, com a oferta de mais de mil vagas distribuídas em 24 municípios baianos. Os cursos são voltados para jovens entre 14 e 21 anos, com escolaridade a partir do 9º ano do Ensino Fundamental. As áreas variam conforme a demanda das indústrias, com destaque para os setores calçadista, de manufatura e construção civil. Ainda não há um número de vagas.

A estrutura dos cursos é dividida em dois módulos: o primeiro foca na educação para o trabalho, com temas como comunicação, cálculo e segurança; o segundo desenvolve competências técnicas específicas para a ocupação. E os resultados são palpáveis.

"As empresas de médio e grande porte são obrigadas por lei a cumprir suas cotas de aprendizagem, conforme estabelece a Lei nº 10.097/2000. Essa legislação determina que essas organizações devem contratar aprendizes em percentual proporcional ao número de empregados em funções que demandam formação profissional. Na área industrial, esse compromisso legal se transforma em uma excelente oportunidade para a formação de jovens talentos", informa Lilian.

Ela diz ainda que o Senai conta com um amplo leque de empresas parceiras, com destaque para setores como Calçadista, Manufatura, Construção Civil, entre outros. "A atuação conjunta entre empresas, instituições formadoras e os próprios aprendizes tem gerado resultados positivos tanto para o desenvolvimento dos jovens quanto para o fortalecimento do setor industrial, que se beneficia da formação de mão de obra qualificada e alinhada às demandas do mercado", completa.

Quem também foi um Jovem Aprendiz é a Edu Alves, 22 anos, hoje atuante como repórter em uma emissora local. Nascido e criado em São Caetano, ele ingressou no programa por meio do IEL (Instituto Euvaldo Lodi). Foi ali, entre tarefas práticas e aulas sobre legislação trabalhista, que sua visão de mundo começou a mudar.

“No meu primeiro dia de curso, cheguei achando que aquilo ia me afastar do meu sonho de fazer televisão. Mas entendi que tudo era um processo. Aprendi a importância de respeitar os momentos e as experiências que a vida oferece”, relembra.

Edu Alves foi Jovem Aprendiz e hoje atua em uma emissoria local Crédito: Divulgação

Edu conheceu o IEL graças a uma vizinha, amiga do irmão, que soube de uma vaga e avisou seus pais. Pouco tempo depois, ele já estava mergulhado na rotina administrativa de uma empresa, atuando no setor de consórcios e descobrindo um universo novo: o da informática e das ferramentas digitais.

"Na empresa, atuei como jovem aprendiz no setor de consórcios, auxiliando nas demandas administrativas. E, na prática, mergulhei no mundo da informática. Ganhei muita base nisso. Aprendi a lidar com programas, desde o Word até plataformas exclusivas da empresa. E a gente sabe que, num mundo cada vez mais conectado e digital, faz muita diferença dominar essas ferramentas. Equilibrar o curso com o trabalho foi uma experiência muito legal. Não consigo imaginar ter passado por isso sem um dos dois. Eles se completam. Essa junção é o que faz a diferença na formação do profissional para o mercado", conta.

De acordo com Afonso Monteiro, gerente de Desenvolvimento de Carreiras do IEL, o programa cumpre o papel de inserir adolescentes e jovens no mundo do trabalho. Ele diz que, considerando que é o primeiro contato com as organizações, com estruturas e rotinas profissionais, o programa prepara cada talento para experiências futuras, o ajudando a encontrar uma carreira com sentido.

"É justamente nesse processo que o programa se mostra ainda mais relevante. Estamos falando de uma faixa etária marcada por transformações profundas — físicas, emocionais, sociais. O jovem sai de um ambiente predominantemente escolar e familiar e passa a acessar uma nova realidade: a do mundo profissional. Passa a observar outras formas de se comportar, outras posturas, outros códigos", explica.

O IEL, ilustra ele, atua como intermediador entre empresas e aprendizes, promovendo formação teórica e prática por meio de cursos como o de auxiliar administrativo. É um programa com complexidade progressiva ou seja jovens iniciam entendendo o mundo do trabalho, depois aprendem sobre saúde e segurança, e por fim desenvolvem competências específicas.

"O programa contribui para esse amadurecimento de forma ampla, respeitando o tempo de desenvolvimento, oferecendo acompanhamento, e com um método estruturado. O IEL, por exemplo, cumpre esse papel de supervisão, garantindo que essa transição aconteça com qualidade, de forma saudável e orientada. Não se trata de um programa que pode ser feito de qualquer maneira: ele exige uma base teórico-prática sólida para gerar, de fato, transformação", completa.

Segundo Monteiro, o IEL também aproxima os estudantes de especialistas do mercado e instituições de ensino, promovendo uma formação ampliada. O objetivo, diz, vai além do currículo obrigatório, trabalhando temas como autoconhecimento, carreira e empreendedorismo.

"O IEL segue uma matriz curricular validada pelos órgãos competentes. Essa matriz contempla temas essenciais: introdução ao mundo do trabalho, saúde e segurança, desenvolvimento pessoal e profissional, entre outros. Além disso, incrementamos com temas como autoconhecimento, carreira, empreendedorismo, sempre com uma abordagem inovadora e criativa. As aulas acontecem semanalmente, com professores qualificados e carga horária definida previamente", finaliza.