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Uma em cada três oficinas mecânicas enfrenta dificuldades para contratar mão de obra qualificada

Formação de mão de obra e mudanças geracionais e tecnológicas no setor de reparação automotiva são obstáculos para setor

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 08:33

Uma em cada três oficinas mecânicas enfrenta dificuldades para contratar mão de obra qualificada
Uma em cada três oficinas mecânicas enfrenta dificuldades para contratar mão de obra qualificada Crédito: Divulgação

A falta de mão de obra qualificada é hoje o maior desafio das oficinas mecânicas brasileiras, segundo 33% dos profissionais ouvidos em pesquisa nacional conduzida pelo núcleo de inteligência de mercado da Oficina Brasil. Referência em informação estratégica, a empresa monitora o mercado de reposição automotiva. O estudo, que mapeia hábitos, características e tendências do setor, também revela um mercado em plena transformação, marcado pela digitalização crescente e pelo surgimento de um novo perfil profissional.

O setor movimenta R$60,21 bilhões ao ano apenas em peças técnicas e lubrificantes, com mais de 74,6 mil oficinas ativas e cerca de 300 mil profissionais. Apesar do tamanho do ecossistema, a pesquisa demonstra que a baixa retenção e capacitação técnica impactam diretamente a operação das empresas, especialmente, diante do avanço da eletrificação e de novas tecnologias.

“A profissão do reparador está passando por um momento decisivo. Ao mesmo tempo em que vemos um profissional mais digital, mais qualificado e atento à gestão do negócio, ainda enfrentamos a dificuldade de formar e reter talentos. A qualificação contínua é fundamental para que esse novo perfil acompanhe a velocidade das transformações tecnológicas do setor”, afirma André Simões, Diretor Executivo da Oficina Brasil.

O perfil atual do reparador brasileiro revela um profissional que, em grande parte, é também um empreendedor: 68% ocupam cargos de proprietário ou chefe de oficina. A idade média é de 42 anos, 74,8% são casados e 58,8% têm um a dois filhos. O nível de escolaridade ainda é limitado, com 72% tendo apenas o ensino médio e 18% com ensino superior completo.

A rotina de trabalho também é intensa. Em média, cada oficina atende 123 veículos por mês, um crescimento de 52,5% desde 2020, realiza compras de peças na ordem de R$67,6 mil mensais e mantém um tíquete médio de R$550 por serviço. A gestão de compras é feita de forma pragmática: 72,3% dos pedidos são realizados por canais rápidos como WhatsApp e telefone, enquanto apenas 7% ainda utilizam o balcão físico.

O reparador atual é mais criterioso nas decisões de compra. Qualidade das peças (54%) e confiança na marca (27%) somam 81,5% das preferências, superando preço (4%), garantia (2%) e outros fatores. Há também mudanças na relação com o cliente: 56,8% afirmam não delegar a compra das peças ao dono do carro, preferindo manter o controle para garantir qualidade e prazo.

A participação feminina no setor cresceu 230% desde 2019, passando de 5% para 16,5%. Entre os reparadores com até 24 anos, 43% são mulheres. Na faixa até 29 anos, o índice é de 37%. Além disso, 68% das profissionais já ocupam posições de liderança ou gestão. “Esses números evidenciam que o reparador brasileiro está assumindo um papel cada vez mais estratégico dentro da cadeia. Ele não é apenas quem executa o serviço, mas quem define padrões de qualidade, influencia o consumo e conduz a relação com o cliente. Entender esse protagonismo é fundamental para projetar o futuro do aftermarket”, completa André.

Desafios do dia a dia das oficinas:

  1. Escassez de mão de obra qualificada – 33%
  2. Atendimento à expectativa do cliente – 8,3%
  3. Tempo de entrega de peças – 7,4%
  4. Atrair novos clientes – 7,1%
  5. Falta de peças – 6%
  6. Preço das peças – 5,4%
  7. Dificuldade em atender à demanda – 5,1%
  8. Qualidade das peças – 4%
  9. Desafios de relacionamento com o cliente – 3,7%