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Prévia do PIB cai 0,9% e expõe desaceleração da economia, que aproxima inflação da meta

IBC-Br registra primeira queda em dois anos e especialistas projetam IPCA abaixo do teto da meta; juros altos do Banco Central seguem como estratégia para conter preços e estabilizar o crescimento.

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 05:00

Prévia indica retração em atividade econômica no agro no terceiro trimestre Crédito: Manuela Cavadas/GOVBA/Arquivo

Ao mesmo tempo em que a “prévia do PIB (Produto Interno Bruto)”, publicada pelo Banco Central, indicou um encolhimento de 0,9% na economia brasileira no terceiro trimestre deste ano, pela primeira vez no ano, os principais especialistas do mercado financeiro do Brasil apontaram que o aumento no custo de vida dos brasileiros deverá ficar dentro da meta prevista.

Em um claro sinal de desaceleração da economia, o tombo no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), medido pelo Banco Central, conhecido no mercado como a prévia do PIB, foi o primeiro nos últimos dois anos. Em setembro o índice caiu 0,2%, mais do que a expectativa do mercado, que era de uma redução próxima de 0,1%. Em agosto, a prévia havia subido 0,4%, o que reforça a mudança de ritmo.

Isso significa que a economia produziu menos do que no trimestre anterior. O resultado oficial do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só deverá ser divulgado em 4 de dezembro. O IBC-Br costuma antecipar a tendência do número final.

O PIB mede tudo o que o país produz: indústria, serviços, comércio, agropecuária e impostos. Quando indicador sobre, a economia está expandindo; quando recua, mostra redução na produção, no consumo e nos investimentos. Os dados apresentados pelo BC indicam um cenário de queda generalizada, com a atividade industrial caindo 0,7%, impostos e agropecuária com retração 0,6% e 0,4%, respectivamente. O setor de serviços — maior fatia da economia brasileira — também ficou no negativo, com baixa de 0,1%.

No acumulado do ano, o IBC-Br ainda aponta uma tendência de crescimento de 2,6%. Em 12 meses, o avanço é de 3%. Esses resultados mostram que, apesar da queda, a economia ainda registra expansão no horizonte mais longo.As projeções para o ano indicam crescimento, embora em um ritmo menor do que no ano passado.

Entre os especialistas do mercado financeiro ouvidos no Boletim Focus, a expectativa é de um crescimento da economia brasileira maior do que a do Banco Central, que trabalha com a possibilidade de uma expansão de 2%.

Inflação na meta

A perda de ritmo já era esperada e faz parte da estratégia do Banco Central para controlar a inflação e aproximá-la da meta de 3% ao ano. Para isso, a instituição mantém a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, o nível mais alto em quase 20 anos – e um alvo constante de críticas do setor produtivo brasileiro. Juros altos tornam empréstimos e financiamentos mais caros, o que reduz o consumo e os investimentos de empresas e famílias. Com menor atividade econômica, os preços tendem a subir mais devagar, o que ajuda no combate à inflação.

Pela primeira vez, os analistas ouvidos pelo Banco Central projetaram a inflação abaixo do teto da meta ao fim deste ano. No Boletim Focus, divulgado na manhã de ontem, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, foi reduzida de 4,55% para 4,46%. As previsões para a inflação em 2026, 2027 e 2028 não foram alteradas, permanecendo em 4,20%, 3,80% e 3,50%, respectivamente.

Na semana passada, houve uma nova surpresa no resultado da inflação de outubro. O IPCA teve variação de 0,09%, abaixo da média das estimativas do mercado, que apontavam para 0,20%, e bem menor que o índice de outubro do ano passado (0,56%) e o de setembro (0,48%). No acumulado de 12 meses, a alta chega a 4,68%, e já havia bancos e corretoras projetando o índice abaixo do teto da meta de 4,5% até o fim do ano.

Em março, a projeção dos analistas ouvidos pelo Boletim Focus, do Banco Central para a inflação chegou ao seu ápice: 5,68% ano fim deste ano. De lá para cá, houve uma grande mudança de cenário. No boletim desta semana houve ainda um pequeno ajuste para baixo na estimativa para a cotação do dólar ao fim deste ano, de R$ 5,41 para R$ 5,40.

Na última decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15%, pela terceira vez consecutiva. No ata, o colegiado afirmou que sua avaliação atual é de que “a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

Voltou a repetir, porém, que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados. “(O Copom) não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, disse. A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, no dia 10 de julho A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.