Crianças em risco

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2022 às 05:02

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Duas notícias recentes ganharam destaque na capa do CORREIO apontando o perigo ao qual as crianças baianas estão expostas. A primeira mostrava o baixo índice de vacinação no público de até 11 anos, enfatizando que a ocupação de leitos pediátricos exclusivos para casos de covid chegou a 100% no último dia 25. Dias depois, a segunda informava que pelo menos nove cidades do interior do estado estão com estoque zerado do imunizante CoronaVac, o que é indicado para crianças de 3 a 5 anos. Ou seja, em um intervalo de menos de uma semana fomos informados que poucas famílias estão dispostas a vacinar seus filhos, e aquelas que querem não encontram doses disponíveis. 

É sabido que a probabilidade de a covid provocar sintomas graves e mortes é substancialmente maior entre os não vacinados ou entre aqueles que não fecharam o ciclo vacinal completo (2ª dose e doses de reforço). Infelizmente, a maioria das crianças encontra-se nesses dois enquadramentos. Apenas 15% das crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose e só 5% desse público tomou a 2ª dose. Entre o público de 5 a 11 anos, só 50% completaram o ciclo com duas doses. Não há dados sobre a imunização dos menores de 3 anos.

Certamente, a vacinação não foi feita por vontade de meninos e meninas, mas pela relutância dos pais e ineficiência na compra e distribuição dos imunizantes. 

A covid-19 ainda é uma doença desconhecida. A princípio, uma criança infectada – tendo sido vacinada ou não - tem menos chance de desenvolver quadros graves que um idoso, por exemplo. Porém, não se sabe ao certo os efeitos a longo prazo na memória e no desenvolvimento cognitivo das crianças. E não é só o cérebro que pode ser afetado no curto, médio ou longo prazo pela doença. E ainda mais desconhecidos são os sintomas, efeitos e danos causados por novas cepas que surgem mundo afora, como a atual BQ.1, uma subvariante da ômicron, responsável pelo atual aumento de internações (193% em uma semana).

Por isso, quanto maior for a proteção, melhor. Ainda mais em se tratando de crianças, que, com a vida toda pela frente, precisam encontrar terreno fértil para realizar seu pleno desenvolvimento físico, emocional e psicológico.  

As famílias devem se engajar, vencer resistências infundadas, confiar na ciência e nos fatos: vacinas são seguras e salvam vidas. Devem, também, exigir das autoridades o fornecimento regular dos imunizantes. O poder público também precisa estar mais atento à questão, garantindo efetivamente o direito de todos à vacinação e criando mecanismos que estimulem a imunização de crianças. Entre as possibilidades estão campanhas que realcem a qualidade das vacinas e seus efeitos positivos, além de realizar busca ativa nas escolas e comunidades. 

E que esse grande pacto entre sociedade e governos pela saúde das crianças também inclua ações de estímulo ao uso de máscaras, equipamento que garante a proteção contra doenças respiratórias causadas por outros vírus tão perigosos quanto o da covid, e pela vacinação de outras enfermidades, como o sarampo e a poliomielite, que, depois de erradicadas, voltam a assustar os brasileiros justamente pela baixa cobertura vacinal da população.