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Portal Edicase
Publicado em 16 de julho de 2025 às 14:35
Nas férias, é importante manter os filhos estimulados sem transformar o recesso em uma extensão da rotina escolar. Isso é ainda mais crucial quando a criança recebe educação bilíngue, para que o tempo longe da escola não represente um retrocesso no aprendizado de uma segunda língua. >
A boa notícia é que manter o contato com outro idioma durante as férias pode ser algo natural e até prazeroso. Segundo dados da plataforma global de idiomas Preply, cerca de 43% da população mundial já é bilíngue ou multilíngue, reforçando a importância da exposição contínua à língua, inclusive em contextos informais. >
“A chave está justamente em integrar o idioma ao cotidiano das crianças de maneira lúdica e espontânea”, destaca Rachel Guanabara, diretora da Escola Suíço-Brasileira Rio de Janeiro by SIS Swiss International School. >
Abaixo, a especialista compartilha 5 dicas práticas para transformar as férias em um período de aprendizado leve, com espaço para descanso e diversão. Confira! >
Uma das formas mais eficazes de manter o engajamento com o idioma é propor atividades organizadas por temas de interesse da criança. Que tal dedicar uma semana inteira ao inglês, francês ou alemão? Durante esse período, é possível incluir oficinas culinárias com receitas no idioma original, festivais de cinema com filmes e animações estrangeiras, sessões de karaokê com músicas no idioma estudado e caças ao tesouro com pistas escritas na segunda língua. >
Além de divertir e afastar as crianças das telas, essas atividades favorecem o vínculo afetivo com a língua, promovem cultura e ampliam o vocabulário de forma natural. “Quando a língua se torna uma ferramenta para o brincar, ela ganha significado e se fixa com muito mais facilidade”, reforça Rachel Guanabara. >
Férias também são sinônimo de explorar novos lugares — e isso pode render ótimos momentos para praticar o idioma. Museus, parques, praias e exposições podem ser aproveitados com propostas simples, como pedir à criança que descreva o que viu, conte uma história sobre o passeio ou responda a perguntas no idioma estudado. >
Brincadeiras como caça ao tesouro, com mapas temáticos ou listas de itens para encontrar, adicionam uma camada lúdica à experiência e ajudam a fixar vocabulário em contextos reais. “Na praia, por exemplo, a criança pode levar uma lista com palavras no idioma estudado e procurar por itens como um peixe, uma concha ou uma pedra de determinado tamanho. Esse tipo de estímulo ativa áreas do cérebro ligadas à criatividade, à memória e à comunicação espontânea”, explica a diretora. O bilinguismo, segundo ela, também contribui para o desenvolvimento do foco e da resolução de problemas. >
A leitura é uma excelente porta de entrada para o universo dos idiomas. Reserve momentos de qualidade em família para ler livros em outra língua e, em seguida, proponha atividades criativas. Desenhar personagens, inventar novos finais, encenar trechos ou criar um personagem extra com nome, personalidade e ações são formas eficazes de estimular tanto a linguagem quanto a criatividade. >
Essas interações transformam o livro em ponto de partida para conversas, brincadeiras e imaginação — tudo isso enquanto o vocabulário cresce quase sem que a criança perceba. >
Pintar uma tela inspirada em Monet, criar esculturas com sucata após estudar Michelangelo ou fazer réplicas de monumentos famosos em papel marchê são maneiras divertidas de unir arte, cultura e aprendizagem linguística. >
Ao pesquisar sobre artistas, técnicas ou seguir instruções no idioma original, a criança amplia o repertório linguístico e cultural. Ao final das férias, vale até montar uma pequena galeria em casa com as criações realizadas. >
Uma estratégia eficaz é definir pequenas metas diárias — como ouvir duas músicas no idioma antes de dormir ou aprender cinco palavras novas durante o café da manhã. Incorporadas com leveza à rotina, essas ações ajudam a formar hábitos linguísticos duradouros. >
“Manter os idiomas presentes nas férias não exige rigidez, mas sim criatividade e sensibilidade para transformar cada momento em uma oportunidade de aprendizado”, afirma Rachel Guanabara, que acrescenta: “Quando aprender vira sinônimo de diversão, a fluência é apenas uma consequência”. >
Por Lucas Gomes >