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Árvore presente no Brasil pode ajudar cidades a enfrentar mudanças climáticas

Pesquisadores indicam que espécie comum nas ruas pode ser parte da resposta urbana à crise ambiental

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 09:51

Com os efeitos das mudanças climáticas se intensificando, as cidades precisam encontrar formas eficientes de se adaptar
Com os efeitos das mudanças climáticas se intensificando, as cidades precisam encontrar formas eficientes de se adaptar Crédito: Freepik

Com a intensificação dos efeitos das mudanças no clima, os centros urbanos precisam buscar alternativas eficazes para se adaptar. As cidades são especialmente sensíveis a extremos de temperatura, estiagens prolongadas e ondas de calor.

Entre as soluções promissoras, ganham destaque as chamadas Soluções Baseadas na Natureza, como a arborização em espaços urbanos. Mas é essencial escolher bem as espécies, já que as árvores devem suportar os desafios típicos das áreas urbanizadas.

Tipuana por Sérgio Louruz/Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams)

A resistência da Tipuana

Uma das espécies avaliadas que se destacou foi a Tipuana tipu, árvore comum em cidades brasileiras desde a década de 1950 e originária da região que inclui o norte da Argentina e o sul da Bolívia.

Pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP, apontaram que ela apresenta alta resistência a condições climáticas extremas, sendo uma forte candidata para tornar as cidades mais preparadas para o futuro.

Durante a intensa estiagem de 2013 e 2014, quando se imaginava que o crescimento das árvores diminuiria, a Tipuana mostrou uma resposta diferente.

A análise de seus anéis de crescimento apontou que a árvore teve desenvolvimento acelerado. O motivo foi o aumento na taxa de fotossíntese, o que elevou a concentração de carbono armazenado em sua estrutura.

Como o estudo foi feito

“Queremos compreender como podemos usar a arborização da melhor forma possível para adaptar a cidade às mudanças climáticas. Como a gente pode construir florestas urbanas que sejam resilientes”, explicou Giuliano Locosselli, autor do estudo, ao Jornal da USP.

A pesquisa analisou Tipuanas em regiões como o polo petroquímico de Capuava, entre Mauá e Santo André, e também no Parque Santa Amélia, na capital paulista. O procedimento foi feito sem causar danos às árvores, com o uso de uma sonda de apenas 5 mm.

“Sabe quando estamos doentes e temos que fazer uma biópsia, tirar um pedacinho do tecido para analisar? Foi isso que fizemos com a planta”, comparou Locosselli.

A espécie também permitiu que os cientistas observassem transformações ambientais ao longo do tempo. Seus anéis mostraram mudanças na qualidade do ar após a eliminação do chumbo da gasolina, em 1989, e alterações nos ventos em 2006.

“Todas as variações nos anéis de crescimento de árvores são fundamentais para entender o passado e aprender com as lições para olhar para o futuro”, destacou o professor Marcos Buckeridge, orientador do estudo, também em entrevista ao Jornal da USP.

Valor urbano e ambiental

Embora seja originária de outro país, a Tipuana se popularizou em projetos paisagísticos de muitas cidades. Hoje, seu plantio é restrito a locais específicos ou históricos, como o Parque da Independência, onde se destaca pelas copas verde-amarelas.

Além da boa adaptação ao clima urbano, a Tipuana não se comporta como uma espécie invasora, o que reforça seu potencial de uso em áreas verdes da cidade.

Ela contribui para o aumento da vegetação, promove evapotranspiração, que melhora a umidade, e ajuda a reduzir o calor na superfície, o que é fundamental frente ao aquecimento global.

Mesmo que não seja considerada “a árvore do futuro”, a Tipuana parece ter um papel essencial para tornar esse futuro possível.