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Agência Brasil
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 14:20
Com o objetivo de atrair turistas, o bairro está se moldando sem motoristas. Imagine caminhar por ruas tranquilas, sem buzinas, motores ou congestionamentos. Um espaço em que o som predominante é de conversas entre vizinhos, música ao vivo em praças e o barulho de copos em cafés ao ar livre. >
Culdesac Tempe: o bairro sem carros
Parece uma cena de uma pequena vila europeia, mas não é tão distante quanto parece. Esse lugar surpreende porque foi construído no coração do Arizona, nos Estados Unidos, uma região conhecida pelo calor intenso e pela forte dependência de automóveis. É um projeto que repensa a mobilidade urbana.>
Enquanto a maioria das cidades da região se espalha em largas avenidas e estacionamentos sem fim, aqui o desenho urbano segue outro caminho. Ao entrar nesse bairro, a sensação é de estar em outro continente, em um novo jeito de viver. A ideia é mostrar que é possível ter mais liberdade.>
O projeto pioneiro no Arizona é um exemplo de como a vida sem carros está se tornando uma tendência. Sem tráfego, o espaço é devolvido para o convívio das pessoas. O arquiteto Daniel Parolek se inspirou em cidades mediterrâneas, como vilas da Itália e da Grécia.>
Ele acreditava que esse mesmo modelo poderia dar certo nos Estados Unidos, onde quase tudo gira em torno do automóvel. "O objetivo é atrair turistas", ele diz, mostrando que a sustentabilidade pode gerar também um forte atrativo econômico. Com isso, os moradores descobrem uma nova relação com a cidade.>
Viver sem automóveis não significa abrir mão da mobilidade. Pelo contrário, o bairro foi planejado para que tudo fique a poucos passos: restaurantes, lojas, academia, mercado e até espaços de coworking. O projeto prioriza o deslocamento a pé e incentiva um estilo de vida mais ativo.>
Para quem precisa ir mais longe, há ainda várias opções. O trem leve conecta o bairro ao centro de Phoenix e ao aeroporto. Robotáxis elétricos circulam na região e bicicletas podem ser alugadas para explorar os arredores. O uso de carros compartilhados também é incentivado.>
Outro destaque é o impacto ambiental positivo. De acordo com estimativas, quando estiver totalmente habitado, o bairro poderá evitar a emissão de até 3 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano. >
Essa redução acontece porque os moradores dependem menos do carro e têm acesso a transporte coletivo e alternativas limpas. A menor quantidade de veículos em circulação também diminui a poluição sonora e melhora a qualidade do ar, criando um ambiente mais saudável para todos.>
O sucesso dessa experiência chamou a atenção de urbanistas e governos nos Estados Unidos. Muitos veem o bairro como um laboratório urbano que prova ser possível viver bem sem depender de automóveis, mesmo em regiões conhecidas pela cultura do carro. >
Para alguns especialistas, ele pode representar o início de uma mudança no modo como as cidades americanas são planejadas. O sucesso do projeto serve como um modelo real de que é possível construir comunidades mais sustentáveis, onde a vida em comunidade e a natureza se integram de forma harmoniosa.>