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Moyses Suzart
Publicado em 15 de maio de 2025 às 05:00
O processo de reencarnação é um momento evolutivo e necessário para o espírito, mas deixa uma consequência para quem ainda é de carne e osso: a saudade. Divaldo Franco deixa um legado, mas também o saudosismo de quem era uma das principais referências na religião que tem sua maior concentração no Brasil. Apesar da lacuna deixada por Franco, o Espiritismo está longe de ser órfão. Outros guias mantém o legado que começou com Allan Kardec, como o baiano José Medrado, mas uma profecia deixada por Chico Xavier volta à tona sobre um novo nome de espírito elevado no mundo: Onde está Emmanuel? >
Segundo Chico Xavier e o próprio Divaldo Franco, Emmanuel está entre nós desde 2000 (guarde esta data) e voltaria para ser um grande educador espiritual, com influência religiosa significativa. Para alguns, Emmanuel seria o próximo grande influenciador espiritual. O problema é que ninguém sabe onde ele está.>
Primeiro vamos saber quem foi Emmanuel em outras vidas até se tornar um guia espiritual de Xavier. Resumindo, ele foi um espírito guia que falava com Chico. Suas psicografias e livros foram, na maioria, escritas pelo ser de luz desaparecido. Esta relação entre os dois terminou no final dos anos 90, por um motivo: o amigo espiritual de Xavier se prepararia para sua reencarnação, possivelmente a sua 12ª vinda à terra.>
Entre algumas reencarnações, Emmanuel foi Publius Lentulus, um senador romano que chegou a conhecer Jesus Cristo, foi também Padre Manuel da Nóbrega, jesuíta português que veio junto com Tomé de Sousa, o mesmo que fundou nossa capital, Salvador. Nóbrega (ou Emmanuel) construiu inclusive a primeira igreja em solo soteropolitano. >
Pois bem. Um belo dia, Emmanuel parou de falar com Chico Xavier. E reencarnou, segundo a maior referência espiritual do país. O objetivo da reencarnação seria para ser um líder religioso, como já falamos. Alguns espíritas já chegaram a dizer que Emmanuel era nada menos que Sérgio Moro. Impossível, pois o ex-juiz federal nasceu em 1972 e a data de reencarnação foi 2000 (do início da matéria). A única pista que Chico Xavier deu, além da data, foi que Emmanuel nasceu no interior de São Paulo. Também não ajuda muito: somente em 2000, São Paulo teve cerca de 332.065 nascimentos naquele ano, segundo a Fundação Seade, sem contar a região metropolitana. >
Mas tem um detalhe. Emmanuel não necessariamente será espírita. A liderança religiosa pode ser líder em qualquer religião, mais provavelmente na cristã, como disse Divaldo Franco, em uma entrevista de 2017. “Emmanuel reencarnou-se no ano 2000, e posteriormente Chico veio a desencarnar em 2002, o que naturalmente vai agora se inverter os papéis. Emmanuel tem a missão da Evangelização cristã do Brasil”, disse, na época. >
No fim das contas, o espiritismo não é uma religião de líderes carismáticos ou hierarquias formais. É uma doutrina de guias espirituais, de exemplos e ideias que se perpetuam pelo estudo, pela prática da caridade, pelas vidas passadas e pela fé raciocinada. Emmanuel pode estar entre nós, na entoca, ainda sem saber sua importância ou, talvez, ainda esteja se preparando para agir. Mas o espiritismo segue firme, guiado não apenas por pessoas, mas por princípios. A perda de Divaldo é grande no mundo físico, sim. Contudo, o espiritismo jamais estará órfão. >