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Publicado em 2 de junho de 2025 às 12:13
Você já pediu conselhos ao ChatGPT? Talvez tenha começado com um simples "bom dia" e, com o tempo, passou a dividir questões pessoais, dúvidas existenciais e até sentimentos. Parece uma conversa com um amigo, mas só um lado é humano.>
Segundo um estudo publicado recentemente pela revista Harvard Business Review, ouvir conselhos emocionais se tornou o principal motivo pelo qual as pessoas usam ferramentas de inteligência artificial este ano. Mais do que criar listas de tarefas, organizar o dia ou encontrar dicas de bem-estar, o que move grande parte dos usuários é a busca por acolhimento e companhia.>
Essa tendência revela um novo tipo de relação com a tecnologia, especialmente com sistemas de linguagem como o ChatGPT. O relatório mostra que, além de ajuda prática, muitas pessoas veem nos chats automatizados uma espécie de "terapeuta digital". Há quem divida angústias, receba conselhos e até se sinta mais confortável do que ao falar com amigos ou familiares.>
Mas quando essa relação ultrapassa os limites do saudável? Especialistas alertam que, embora a IA possa oferecer escuta empática e informações úteis, ela não substitui o apoio de profissionais da saúde mental nem de conexões humanas genuínas.>
O estudo aponta para um crescimento da solidão e do isolamento social como fatores que impulsionam esse uso. Em um mundo hiperconectado, a falta de vínculos reais pode levar as pessoas a se abrirem com máquinas que, apesar de sofisticadas, não vivem experiências humanas.>
A presença da inteligência artificial no cotidiano é irreversível. Está em casa, no trabalho e até no campo emocional. Mas é importante lembrar: conversar com um bot pode aliviar, mas não deve ser o único recurso. Buscar ajuda especializada, manter relações interpessoais e entender os próprios limites são atitudes essenciais para manter a saúde mental em dia. >