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Heider Sacramento
Publicado em 2 de junho de 2025 às 07:10
Em um momento marcante da música brasileira, Gilberto Gil emocionou milhares de pessoas na noite de domingo (1º), na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, ao receber no palco a participação surpresa de Chico Buarque. Juntos, os dois ícones da MPB interpretaram “Cálice”, canção emblemática de protesto que se consolidou como um dos hinos contra a repressão da ditadura militar. >
Escrita em 1973 por Chico Buarque em parceria com Gil, “Cálice” foi proibida pela censura durante o regime e só pôde ser lançada cinco anos depois. A gravação original acabou sendo feita com Milton Nascimento, já que Gil havia trocado de gravadora à época. A canção traz versos carregados de metáforas e simbolismos, como a icônica repetição do pedido “Pai, afasta de mim esse cálice”, que remete ao silêncio imposto pelo autoritarismo.>
Durante a apresentação, Gil se dirigiu ao público com entusiasmo ao anunciar o convidado: “Quero convidar um irmão, companheiro, parceiro de tantas caminhadas. Ele veio aqui cantar comigo essa que foi uma canção difícil de cantar por muito tempo.” Chico, ovacionado ao subir ao palco, respondeu com simplicidade: “Esse momento é de todos nós.”>
Gilberto Gil e Chico Buarque
A apresentação integra a turnê “Tempo Rei”, última da carreira de Gilberto Gil, que celebra seus mais de 60 anos de trajetória na música brasileira. O projeto tem percorrido o país desde março e reunido participações especiais em diferentes cidades. Já dividiram o palco com Gil nomes como Margareth Menezes, Sandy, Russo Passapusso, Arnaldo Antunes, Preta Gil e Djavan.>
A turnê segue até novembro, com apresentações agendadas em Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Porto Alegre, São Paulo, Fortaleza, Recife e um retorno ao Rio de Janeiro. Em cada cidade, o repertório passeia por sucessos como “Expresso 2222”, “Aquele Abraço”, “Andar com Fé” e outras composições que marcaram gerações.>