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Elis Freire
Publicado em 6 de julho de 2025 às 13:11
Assumidamente bissexualmente desde 2022, a atriz Deborah Secco voltou a afirmar publicamente que já namorou mulheres. Para ela, eles existem muitas formas de se amar; o problema está nos julgamentos e repressões da sociedade. Em entrevista ao Globo, a famosa falou sobre sua vida sexual e amorosa e chegou a comentar sobre a possibilidade de viver um trisal. >
Ela que vai estrear o comando do reality show Terceira Metade, sobre casais que buscam uma nova pessoa para a relação, revelou nunca ter participado de trisais de forma contínua. Deborah ainda defendeu o direito da mulher de realizar um aborto, o que para ela é ter autonomia sobre o seu próprio corpo.>
Deborah Secco
"Cheguei ao reality me achando supermoderna e saí como uma 'careta' (risos). Já me apaixonei e namorei mulheres, mas nunca três pessoas. Existem muitas formas de amar. A Regina Navarro Lins (psicanalista) estará no reality e traz um discurso forte sobre o amor romântico, essa ideia de que é preciso um 'príncipe encantado' para ser feliz. É preciso desconstruir essa visão que oprime o diferente", disse a atriz ao jornal. >
Mesmo se considerando 'careta' em alguns pontos, ela se vê progressista em outros, como, por exemplo, o aborto. Para ela, nenhuma mulher deveria manter a gestação contra sua vontade. Sobre educação sexual, a artista também tem uma postura firme, defendendo a necessidade do ensino desde cedo. >
"É preciso falar da importância da prevenção à gravidez. Em um país onde a desinformação reina, é difícil lutar pelas coisas depois. As crianças precisam ter aulas de educação sexual, saber o que é ou não abuso. Mas uma mulher que não quer ter filhos não pode ser obrigada a isso. Devemos ter direito às nossas escolhas", defendeu Secco.>
Na entrevista, Deborah Secco afirmou que hoje fala do assunto abertamente, mas que nem sempre foi assim. O autoconhecimento e autoanálise foram fundamentais para essa abertura, já que, de acordo com a atriz, a sociedade reprime as mulheres de falarem sobre esse assunto e viverem o seu prazer livremente. >
"Fomos treinadas para fingir que gozamos. Demorei para desmistificar isso. Quero que a geração da minha filha seja diferente. Mas vejo muitas mulheres ‘cool’ me julgando, olhando torto. Entendi que as pessoas não estão preparadas para essa conversa. Meu maior presente, minha filha, veio de um ato sexual. Isso não pode ser algo feio. Quero falar sobre sexo porque os homens estão em um lugar mais confortável para isso. Se não me contratam, é porque é errado eu dizer que sinto prazer? Vejo mulheres ‘cool’, feministas, me julgando, como se eu não fosse adequada para ocupar certos espaços", ressaltou Debora.>
"Não senti prazer na primeira relação sexual. E não só eu, todas as minhas amigas. Fomos treinadas a fingir que gozamos. Demorei para desmistificar isso. Muito do meu entendimento veio do meu autoprazer", relatou ainda. >