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Em vídeo sobre Migliaccio, Lima Duarte lamenta ‘devastação dos velhos’ e ditadura

Ator citou repressão a artistas nos anos de chumbo e disse que ‘entende’ colega encontrado morto nessa segunda; assista

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2020 às 23:41

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

O ator Lima Duarte, 90 anos, fez uma homenagem ao colega e amigo Flavio Migliaccio, 85, encontrado morto na manhã desta segunda-feira (4). O veterano relembrou o período de repressão que eles e outros artistas sofreram durante a ditadura militar, entre 1964 e a primeira metade dos anos 80, e citou uma vez em que foi conduzido por membros do regime.

"Por ter vivido esse momento, eu te entendo, Migliaccio. Agora, quando sentimos o hálito putrefato de 64, o bafio terrível de 68, agora, 56 anos depois, quando eles promovem a devastação dos velhos, não podemos mais”, comentou Lima Duarte, num vídeo feito em casa, com duração de quase 5 minutos.

"Eu, como você, sou do Teatro de Arena, com Paulo José, Chico de Assis, com o (Gianfrancesco) Guarnieri. Foi lá que aprendemos com o (Augusto) Boal que era preciso, era urgente que se pusesse o brasileiro em cena", diz na gravação, ao citar o legado deixado pelos atores, escritores e diretores que levaram a "alma brasileira" para os palcos e, depois, para as telas. 

“Eu não tive a coragem que você teve”, mencionou ele, sem dizer a que se referia. Ainda na crítica à ditadura, citou o autor de teatro Bertold Brecht, ao dizer que “os que lavam as mãos o fazem numa bacia de sangue”. 

Assista.

Migliaccio foi encontrado morto na manhã de segunda-feira (4) em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, após cometer suicídio. Ele atuou na cena teatral de São Paulo integrando o grupo Teatro de Arena, nos anos 50. 

Num texto publicado no Facebook, nesta terça, o filho do ator, o jornalista Marcelo Migliaccio, escreveu que seu pai que “não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rápida e irreversivelmente pela idade avançada”. 

“Pouco escutava e enxergava. 'Daqui para frente só vai piorar', ele me dizia enquanto eu buscava todos os argumentos possíveis para lhe mostrar que ainda havia muita coisa boa reservada para ele”, completou Marcelo.