Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2022 às 18:08
- Atualizado há 2 anos
O homem preso nesta terça-feira (7) foi visto perseguindo o barco do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, segundo os policiais militares que o prenderam. Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, estaria acompanhado de outras quatro pessoas, que vêm sendo procuradas pelos investigadores. As informações são do GLOBO.>
Conhecido como Pelado, ele foi preso e trazido para a cidade na própria lancha. Testemunhas relataram aos agentes que a embarcação passou em alta velocidade atrás de Bruno Pereira e Dom Phillips assim que eles deixaram a comunidade São Rafael, em uma visita agendada para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Pelado.>
O objetivo era de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões. “Churrasco” foi detido na segunda-feira à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e liberado logo depois, segundo o Jornal.>
Segundo o Bom Dia Brasil, Amarildo tem um histórico de ameaças a indígenas. O homem, de acordo com a reportagem, foi preso pelas sucessivas ameaças que faz a indígenas da região, inclusive no momento em que foi flagrado. Segundo a polícia, ele foi preso por posse de munição de uso restrito e permitido. Com ele, foram apreendidos chumbinhos.>
"Ele estava fazendo uma ameaça à equipe dos indígenas que estava em busca. Isso foi considerado um flagrante. Agora vamos ver se o Ministério Público apresenta denúncia", disse a colunista. De acordo com o jornal O Globo, o suspeito detido teria sido o pescador que ameaçou o servidor da Funai Bruno Araújo Pereira.>
À polícia, Amarildo negou qualquer relação com o sumiço dos dois homens, afirmou o delegado titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), Alex Perez. "A única situação que ele acompanhou foi quando a embarcação que Bruno e Dom Philips estavam conduzindo passou em frente a sua comunidade. [Ele fez] contato visual apenas", afirma um investigador.>
A PM fez buscas na residência de Amarildo em função de denúncias anônimas sobre uma suposta participação. "Chegando na residência dele, encontraram munição de uso restrito, além de chumbinhos e uma substância entorpecente", diz.>
O delegado diz ainda que vão ouvir "mais duas ou três pessoas" ainda nesta quarta-feira (8). De acordo com Perez, a Polícia Civil do Amazonas instaurou um inquérito policial para investigar o caso.>
Até a noite dessa terça-feira (7), cinco pessoas foram ouvidas pelas autoridades policiais, sendo quatro como testemunhas e uma na condição de suspeito.>
Crime organizado estrangeiro>
Segundo o portal Terra, o tipo de munição encontrada com Amarildo sugere uma ligação com o crime organizado estrangeiro.>
A munição que justificou a prisão em flagrante de "Pelado" era de calibre 762, usada em fuzis, e tinha origem peruana. Embora ele seja o principal suspeito até agora, a prisão não tem ligação direta com o caso do desaparecimento.>
O caso Bruno e Dom Phillips foram localizados pela última vez no domingo (5). A dupla fazia o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. Eles visitavam a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu. Dom Phillips foi ao local para realizar entrevistas. >
Ao divulgar o desaparecimento, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari ressaltou ainda que, na semana do desaparecimento, a equipe recebeu ameaças em campo. "A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da UNIVAJA, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International", registrou a entidade em nota.>